domingo, 11 de janeiro de 2009

O CAPITALISMO NÃO MUDA


HINO DA REPRESSÃO

Se atiras mendigos
No imundo xadrez
Com teus inimigos
E amigos talvez
A lei tem motivos
Pra te confinar
Nas grades do teu próprio lar

Se no teu distrito
Tem farta sessão
De afogamento, chicote
Garrote, punção
A lei tem caprichos
O que hoje é banal
Um dia vai dar no jornal

Se manchas as praças
Com teus esquadrões
Sangrando ativistas
Cambistas, turistas, peões
A lei abre os olhos
A lei tem pudor
E espeta o seu próprio inspetor


E se definitivamente
A sociedade só tem desprezo e horror
E mesmo
E mesmo nas galeras és nocivos
És um estorvo, és um tumor
Que Deus te proteja
És preso comum
Na cela faltava esse um
(CHICO BUARQUE)

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