sábado, 28 de junho de 2008

POLÍCIA PARA QUEM PRECISA DE EXTERMÍNIO


A política de extermínio implantada nos três últimos governos do PMDB no Rio, GAROTINHO, ROSINHA E CABRALZINHO, continua a todo vapor.
Para CABRALZINHO os piores bandidos estão na favela, mas, a pergunta que não se cala é a seguinte: Quem ganha com o tráfico de armas e drogas é o miserável da favela ou alguns moradores de cobertura da Zona Sul?

quarta-feira, 25 de junho de 2008

O QUE NÃO É CONTADO


Está fazendo 40 anos de um episódio muito interessante da nossa história recente, e como diz Chico Buarque: “pagina arrancada da memória das nossas novas gerações”.
O fato ocorreu em junho de 1968 no jardim Botânico do Rio de Janeiro, quando o grupo de esquerda denominado “Comando da Libertação” armou uma emboscada para executar o major boliviano Gary Prado que estava cursando a Escola do Estado-Maior do Exercito no Rio. Prado tinha sido o comandante da operação que assassinou CHE GUEVARA nas selvas bolivianas meses antes.
A operação teria sido perfeita, caso o transeunte da Rua Engenheiro Alfredo Duarte emboscado fosse Gary Prado, ocorre, que depois de 10 disparos contra o pedestre, os guerrilheiros descobriram, examinando sua pasta, que a vítima era o alemão Von Westernhagen. Nesta mesma época o “Comando Che Guevara” executou em Paris o general Zanteno Anaya, comandante da tropa de Prado. Este teria ficado com o fuzil de CHE como troféu.
O caso só foi elucidado em 1987, pois os guerrilheiros fizeram votos de silêncio, sendo que 02 deles foram presos e torturados até a morte nos calabouços da ditadura. Na época a ditadura pensou que a execução teria sido feita pelo MOSSAD (Serviço de Espionagem de Israel), pelo simples fato de que Westernhagen tinha ascendentes que ocuparam cargos de oficiais na SS (polícia política nazista), e ele próprio teria combatido no Exercito Alemão (Wehrmacht) de Hitler.
Quem quiser saber mais sobre o assunto, leiam o livro do historiador Jacob Gorender “COMBATE NAS TREVAS”.

terça-feira, 24 de junho de 2008

A DRACO EM ANGRA NOVAMENTE


A Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRACO) esteve nesta terça-feira no Fórum de Angra dos Reis.
A última vez que uma delegacia especializada da Capital esteve em Angra, foi deflagrada a Operação Cartas Marcadas que ocasionou prisões de várias autoridades e empresários angrenses.
Na ocasião, a Delegacia do Meio Ambiente requereu junto ao juízo de Angra vários procedimentos para instruir o inquérito que fundamentou as prisões.
Agora, com a presença de viatura da DRACO em frente ao fórum de Angra, há motivos de sobra para que as autoridades desta cidade fiquem com pulgas atrás das orelhas.
O cerco está apertando em cima dos larápios do dinheiro público!

A POLÍCIA DE CABRALZINHO


Sempre defendi a inviolabilidade do lar; quando o então secretário de justiça NILO BATISTA proibiu a incursão de policiais nas áreas carentes do Estado do Rio de Janeiro, a extrema direita saiu alardeando que BRIZOLA tinha pacto com os bandidos do morro.
Eu na época entendi imediatamente a política de NILO BATISTA: o respeito ao lar do cidadão, mesmos os mais humilde é a base da democracia, para que não voltássemos aos bárbaros tempos da ditadura covarde dos militares.
Ontem, aconteceu o que sempre previ: Um grupo de milicianos fardados e comandados por um oficial da PM invadiu uma residência de classe média na Praia do Jardim onde residem médicos, engenheiros, advogados, jornalistas e outros, sem mandado judicial.
Os policiais, como em regra fazem nas favelas, meteram os pés na porta da residência e arrombaram em busca de possível depósito de drogas, sem qualquer indicio que ali encontrariam drogas. Fizerem-no apenas por suspeita.
Há muito que o Brasil dos miseráveis já é o pior país do mundo para se viver, agora os grupos de paramilitares da extrema direita, que sempre atuaram matando e desrespeitando os direitos mais elementares da população carente, começam a atuar nas áreas habitadas pela classe média.
Se o cidadão de classe média não acordar para a realidade, logo teremos grupos de paramilitares matando nossos filhos, a exemplo do que fazem nas favelas.

sábado, 21 de junho de 2008

QUATRO ANOS SEM BRIZOLA


"O Brasil precisa de um Mao Tsé-Tung,...A mim não falta patriotismo, falta-me apenas idade."
(Leonel Brizola, em última entrevista antes de morre)
A foto ao lado do presidente Jango foi a última aparição em público antes de ser desterrado por 15 longos anos.
Creio, que se Jango topasse as idéias de Brizola em fazer a Guerra Civil, a partir do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, não teríamos um apedeuta na presidência da República se fingindo de esquerda, e fazendo as vontades e delícias da direita.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

MUITO ESCURA VIATURA


Somente os idiotas da objetividade não acreditaram quando eu falei que existia uma muito escura viatura na porta das autoridades angrense.
Os lorpas, energúmenos, pascácios e os arautos da cleptocracia, se uniram para me ridicularizar perante a opinião pública. Dizendo que: “eu prego contra os poderosos porque sou um invejoso," e outras idiotices comuns aos pusilânimes.
Mas, fato é que, a Polícia Federal investiga as autoridades angrenses envolvida em desvio de verbas públicas; e pelo andar da carruagem, vem aí prisões de PODEROSOS!
Viva, a POLÍCIA FEDERAL !!!!!!!!!!!!!!!!!

quinta-feira, 19 de junho de 2008

POLITÍCOS BRASILEIROS


Um rapaz incauto passando pela frente de uma loja de animais, se interessou por um papagaio com jeito simpático. Entrando na loja, logo é abordado pelo vendedor, também simpático:

- Pois não?
- Quanto custa aquele papagaio ali na vitrine?
- Aquele custa R$ 2.000,00 reais...
- Nossa!, por quê tão caro?
- É que ele fala 2.000 palavras, sabe bajular como ninguém, tem um poder de convencimento fora do comum, é venal e tem uma ótima capacidade de enganar o povo.
- Puxa!!! E aquele ali do outro lado, quanto custa?
- Aquele custa R$ 5.000,00 reais...
- Nossa!!! O que ele faz?
- Bem, faz tudo o que o outro faz e também é formado em direito, é pastor evangélico e está sempre ocupando cargo público de confiança, tanto em governos de esquerda, como nos de direita...
- Maravilha, e aquele ali, no cantinho?
- Aquele custa R$ 10.000,00 reais...
- Esse deve saber muita coisa, não?
- Olha, até agora não descobrimos o que ele faz....... mas os outros 2 o chamam de Prefeito!

quarta-feira, 18 de junho de 2008

MORADOR DE RUA SIM, MENDIGO NÃO


Hoje amanheci filosofando, sonhei com os anarquistas, vesti minha armadura de marxista e embarquei na dura realidade burguesa.
Pensei na minha gente que vive nas ruas, como, por exemplo, o meu simpatizante “MARACUJÁ”, aquele simpático morador de rua, que vive o ano inteiro em traje de praia no Caís dos Pescadores.
MARACUJÁ, ao contrário do que muitos pensam, não é um mendigo. Ele não vive levantando a palma da mão para ganhar parcos trocados; ante pelo contrário, ele fez o que muitos escravos do sistema sonham em fazer: viver em plena liberdade, sem compromisso nenhum com o capitalismo e sem receber ordem de ninguém.
MARACUJÁ é uma espécie de anarquista ao natural, sem qualquer fundamentação filosófica ou embasamento ideológico; ao contrario do mendigo que na realidade é uma espécie de exemplo burguês para todos os pobres, pelo menos na concepção capitalista ao que diz respeito a submissão e a resignação de toda a classe trabalhadora pobre.
Para melhor entendermos, seres como MARACUJÁ, leiam abaixo:


Ao largo da alegre avenida vão e vêm os transeuntes, homens e mulheres, perfumados, elegantes, insultantes. Junto a um muro está o mendigo, a mão pedinte adiantada, nos lábios trêmulos a súplica servil.
- Uma esmola, pelo amor de Deus!
De vez em quando cai uma moeda na mão do pedinte, que este mete rapidamente no bolso emitindo louvores e reconhecimentos degradantes. O ladrão passa, e não pode evitar o olhar de desprezo sobre o mendigo. O pedinte se indigna, porque também a indignação tem pudor, e refuta irritado:
- Não tem vergonha, vadio, de se ver frente a frente a um homem honrado como eu? Eu respeito a lei: não cometo o crime de meter a mão no bolso alheio. Meus passos são firmes, como os de um bom cidadão que não tem o costume de caminhar nas pontas do pés, no silêncio da noite, por habitações alheias. Posso apresentar o rosto em todas as partes; não recuso o olhar de um policial; o rico me vê com benevolência e, ao largar uma moeda em meu chapéu, bate em meu ombro dizendo-me, "bom homem!".
O ladrão abaixa a aba do chapéu até o nariz, faz um gesto de nojo, observa em seu redor, e replica ao mendigo:
- Não espere que eu me envergonhe em frente a ti, vil mendigo! Honrado tu? A honra não vive de joelhos esperando arrastar o osso que haveria de roer. A honradez é altiva por excelência. Não sei se sou honrado ou não; mas te confesso que tenho vergonha na cara para suplicar ao rico que me dê, pelo amor de Deus, uma migalha da qual me despojou. Violei a lei? Isto é certo; mas a lei é coisa muito distinta da justiça. Violo a lei escrita pelo burguês, e essa violação contém em si um ato de justiça, porque a lei autoriza o roubo em prejuízo do pobre; isto é uma injustiça; e quando arrebato ao rico parte do que roubou dos pobres, executo um ato de justiça. O rico te bate o ombro porque teu servilismo, tua baixeza abjeta, a ele garantirá o desfrute tranqüilo daquilo do que a ti, a mim, e a todos os pobres do mundo nos tem roubado. O ideal do rico é que todos os pobres tenhamos alma de mendigo. Se fosses homem, morderias a mão do rico que te lança restos de pão. Eu te desprezo!
O ladrão cospe e se perde na multidão. O mendigo alça os olhos ao céu e geme: - Uma esmolinha, pelo amor de Deus!!!
Ricardo Flores Magón.

PMDB, O PARTIDO DA DIREITA


No final de maio, o ex-governador do Rio, Antonhy Garotinho, foi denunciado pelo Ministério Público e o ex-chefe da Polícia Civil, Álvaro Lins, foi preso pela Polícia Federal e logo em seguida anistiado pela ALERJ, na mais vergonhosa ação daquela casa.

Ambos são réus em processo de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha armada. Garotinho é presidente do PMDB no estado e Lins é deputado estadual pelo mesmo partido. O Globo dedicou 06 páginas ao tema e destacou 25 repórteres para a cobertura.

Entretanto... Em nenhum dos 11 títulos nas seis páginas aparece a sigla PMDB. E em apenas um dos 14 subtítulos, o da última página da série de matérias, vemos a legenda. No dia seguinte foram o9 títulos e 12 subtítulos, sem que a sigla PMDB aparecesse em nenhum deles.
Nos noticiários da REDE GLOBO, também não foi diferente, a sigla do PMDB foi preservada como o nome de Deus para os hebreus.

Na década de 80, bastava à louca Neuzinha Brizola aparecer em público drogada, para a REDE GLOBO noticiar em cadeia nacional que “a filha do Governador Brizola do PDT foi presa drogada”.

A propósito, outro dia ouvi de um colega que preservo muito, mas, que tem andado em péssima companhia de membros reacionários do PMDB, a seguinte pérola: “Brizola tolerava e protegia os traficantes, porque sua filha era drogada, e não deixava a polícia entra nas favelas porque tinha pacto com os chefões do tráfico”.

Se eu não conhecesse bem o meu querido amigo, estaria neste momento duvidando da sua inteligência!

CORRUPÇÃO


Carlos Latuff o cartunista que popularizou CHE GUEVARA no oriente - médio, onde o revolucionário latino-americano aparece vestido de árabe e empunhando seu inseparável fuzil; definiu com seus traços a delicada situação das forças armadas presentes em área carentes do Rio de Janeiro.
O episodio envolvendo, mais uma vez, gente humilde de comunidades carentes no Rio, quando militares do Exército Brasileiro entregaram três jovens do morro da Providência nas mãos de traficantes de outra favela para serem torturados e executados (essa é a versão oficial, eu tenho minhas duvidas quanto à autoria dos homicídios), destrona a tese da direita da incorruptibilidade das forças armadas. Claro, haverá aqueles que se apressarão em afirmar que se trata de um "caso isolado", aliás, argumento esse o preferido pelas autoridades e pela grande mídia toda vez que surgem denúncias de envolvimento de policiais em crimes, numa tentativa de proteger as sacrossantas instituições da repressão que estão a serviço do capital.
O que vemos, no entanto, é que, constantemente, vem à tona episódios apontando para o apoio logístico de militares brasileiros, tanto da polícia quanto das forças armadas, ao tráfico de drogas. E a constância destes incidentes nos faz crer que estão longe de serem fatos isolados.
A corrupção é a maior, a mais vigorosa, a mais famigerada e consolidada de todas as instituições capitalista, e no Brasil é tolerada ao extremo, e nem todo o rigoroso treinamento e a hierarquia das casernas poderá livrar soldados ou oficiais de suas armadilhas, porque no sistema capitalista tudo está à venda, inclusive a honra.
Não é mesmo, prefeito FERNANDO JORDÃO!

MENOS EDUCAÇÃO E SAÚDE É IGUAL A BARBÁRIE


Quando me deparo com o descaso que o prefeito FERNANDO JORDÃO faz da educação em nossa querida cidade, vejo que a cada dia caminhamos a passos largos para a barbárie.
O caminho que leva à barbárie é cômodo, facílimo, imediato. Basta sairmos à rua e integrarmo-nos aos valores e às idéias e práticas hegemônicos que norteiam a sociedade neoliberal em que vivemos. Um bom número de intelectuais, jornalistas, magistrados e políticos canalhas insistem em dizer, a toda hora, que vivemos numa sociedade norteada pelo estado democrático de direito.
Que estado democrático de direito é esse, que permite que crianças, jovens e adultos pobres, que nunca tiveram chance de ter acesso a educação de qualidade, vêm sendo assassinados impunemente nas favelas das grandes e pequenas cidades como Angra dos Reis, por policiais e agora por soldados do Exército.
O Governo de FERNANDO JORDÃO investe maciçamente na política de precarização dos serviços públicos de saúde e da educação e declara, através de propagandas mentirosas e retóricas vazias, que vai tudo bem nessas áreas.
O Político das 3.000 obras foi eleito para administrar a coisa pública. Contudo, seus aliados são suspeitos de desviarem verbas para si, suas famílias, e, consideram perfeitamente natural misturar bens públicos e privados.
Entendo que a construção de um mundo melhor para todos é responsabilidade de cada ser humano; mas, não podemos abrir mão de que uma educação de qualidade que é dever do estado, por isso concordo com o filósofo Jean-Paul Sartre quando diz que “Ser humano em condições inumanas é um desafio aos bárbaros. Que o consigam, é uma vitória da humanidade.”

segunda-feira, 16 de junho de 2008

PAZ AMERICANA


Segundo a organização não governamental REPRIEVE, não existe apenas uma GUANTANAMO, mas sim 17 GUANTANAMOS: com prisioneiros encerrados não em uma base naval em ilha, mas, sim em 17 navios de guerra espalhados pelo mundo. A denúncia formulada pela ONG, segundo a qual navios da Marinha de Guerra dos EUA seriam utilizados como prisões para deter, interrogar sob tortura e deslocar pelo mundo uma parte dos prisioneiros capturados durante a "guerra ao terror". O Pentágono desmentiu imediatamente o relatório.
A utilização de navios prisão teria começado no fim de 2001 (no princípio da campanha contra o Afeganistão dos talibans). O relatório da REPRIEVE será publicado nos próximos dias mas foi antecipado pelo jornal britânico Guardian.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

NÃO FOI O PT



Observem a manchete publicada no JB, o leitor menos atento ficaria entendendo que a corrupção seria do governo do PT.
Ocorre, que YEDA CRUSIUS é governadora do Rio Grande do Sul e pertence ao PSDB.
O leitor que não se liga em política, ficaria convicto que a corrupção seria do PT.

A LINGUAGEM DO FASCISMO


A deputada CIDINHA CAMPOS em discurso inflamado na ALERJ, protestou contra o tratamento que a mídia dar aos delinqüentes da classe baixa comparando com o que é dado aos delinqüentes de classe média e alta.
De fato a deputada do PDT tem razão. Lembram da domestica Sirley Dias de Carvalho Pinto, que teve sua bolsa roubada e foi brutalmente espancada por cinco jovem de classe média alta no ano passado. Os golpes foram todos direcionados à sua cabeça.
Como a mídia burguesa identificaram os criminosos filhinhos de papai? "Jovens moradores de condomínios de classe média da Barra da Tijuca".
Agora imaginem vocês, caros leitores, se os cinco indivíduos morassem em favelas e tivessem agredido uma moça moradora de condomínio de luxo. No mínimo, a identificação seria "cinco bandidos da favela tal assaltaram e espancaram uma jovem moradora da Barra da Tijuca".
É de um cinismo que assusta. E o que é pior, é que nenhuma revolução seria desencadeada se as corporações de mídia abrissem mão de seu preconceito de classe.
Em sua defesa, alegaram os canalhas, que teriam confundido Sirley com uma prostituta. Não faz muito tempo, os assassinos de classe média alta de Brasília do índio Galdino alegaram terem-no confundido com um mendigo. O mais grave nisso tudo não é nem constatar a existência do fascismo em pleno século XXI, mas saber que pessoas com essa mentalidade ocupam postos-chave na administração pública, como: Magistrados, delegados, deputados e outras autoridades.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

CÂMARA NA MIRA DO MP


O Ministério Público Estadual oficiou o presidente da Câmara Municipal de Angra dos Reis, para que informasse os nomes dos parentes de vereadores que trabalharam nos últimos 10 anos no Legislativo.
Requerimento idêntico já teria sido feito pela AAPEP (ASSOCIAÇÃO ANGRENSE PELA ÉTICA NA POLÍTICA), contudo, o presidente RICARDO DUTRA se recusou a informar a entidade, em manifesto desrespeito ao principio da publicidade estampado na Carta Magna.
Se o MP investigar, vai encontrar inúmeros crimes de peculato, tendo em vista que alguns parentes de vereadores eram lotados em seus gabinetes, recebendo pomposos salários pagos com o sofrimento do contribuinte, sem sequer comparecer uma única vez durante a vigência do contrato, pois estavam fazendo cursos universitários caríssimos na Capital.
Detalhe: tudo pago com as parcas economias dos otários pagadores de impostos.

RADICAL X SECTÁRIO


Quando ouço lorpas me chamarem de radical, penso como seria o mundo sem os radicais.

Os incautos confundem radicalismo com sectarismo. Ser radical é se prender a uma idéia e não se deixar seduzir pela simplicidade, é acreditar que a história do homem está em constante movimento e, que nossas idéias podem triunfar diante da tragédia humana. Ser sectário é acreditar na simplicidade das idéias, é não abrir espaço a dialética e acreditar que dogmas existem.

Definitivamente, não sou sectário. Mas, me considero um radical por ser marxista dialético e histórico. E quando me encontro diante de um dilema, vou buscar ajuda com gênios da humanidade, como o pensamento abaixo:

Pode-se até admitir que os pobres tenham virtudes, mas elas devem ser lamentadas. Muitas vezes ouvimos que os pobres são gratos à caridade. Alguns o são, sem dúvida, mas os melhores entre eles jamais o serão. São ingratos, descontentes, desobedientes e rebeldes - e têm razão. Consideram que a caridade é uma forma inadequada e ridícula de restituição parcial, uma esmola sentimental, geralmente acompanhada de uma tentativa impertinente, por parte do doador, de tiranizar a vida de quem a recebe. Por que deveriam sentir gratidão pelas migalhas que caem da mesa dos ricos? Eles deveriam estar sentados nela e agora começam a percebê-lo. Quando ao descontentamento, qualquer homem que não se sentisse descontente com o péssimo ambiente e o baixo nível de vida que lhe são reservados seria realmente muito estúpido.
Qualquer pessoa que tenha lido a história da humanidade aprendeu que a desobediência é a virtude original do homem. O pregresso é uma conseqüência da desobediência e da rebelião. Muitas vezes elogiamos os pobres por serem econômicos. Mas recomendar aos pobres que poupem é algo grotesco e insultante. Seria como aconselhar um homem que está morrendo de fome a comer menos; um trabalhador urbano ou rural que poupasse seria totalmente imoral. Nenhum homem deveria estar sempre pronto a mostrar que consegue viver como um animal mal alimentado. Deveria recusar-se a viver assim, roubar ou fazer greve - o que para muitos é uma forma de roubo.
Quanto à mendicância, é muito mais seguro mendigar do que roubar, mas é melhor roubar do que mendigar. Não! Um pobre que é ingrato, descontente, rebelde e que se recusa a poupar terá, provavelmente, uma verdadeira personalidade e uma grande riqueza interior. De qualquer forma, ele representará uma saudável forma de protesto. Quanto aos pobres virtuosos, devemos ter pena deles mas jamais admirá-los. Eles entraram num acordo particular com o inimigo e venderam os seus direitos por um preço muito baixo. Devem ser também extraordinariamente estúpidos. Posso entender que um homem aceite as leis que protegem a propriedade privada e admita que ela seja acumulada enquanto for capaz de realizar alguma forma de atividade intelectual sob tais condições. Mas não consigo entender como alguém que tem uma vida medonha graças a essas leis possa ainda concorda dar com a sua continuidade.
Entretanto, a explicação não é difícil, pelo contrário. A miséria e a pobreza são de tal modo degradantes e exercem um efeito tão paralisante sobre a natureza humana que nenhuma classe consegue realmente ter consciência de seu próprio sofrimento. É preciso que outras pessoas venham apontá-lo e mesmo assim muitas vezes não acreditam nelas. O que os patrões dizem sobre os agitadores é totalmente verdadeiro. Os agitadores são um bando de pessoais intrometidas que se infiltram num determinado segmento da comunidade totalmente satisfeito com a situação em que vive e semeiam o descontentamento nele. É por isso que os agitadores são necessários. Sem eles, em nosso estado imperfeito, a civilização não avançaria. A abolição da escravatura nos EUA não foi uma conseqüência da ação direta dos escravos nem uma expressão do seu desejo de liberdade. A escravidão foi abolida graças à conduta totalmente ilegal de certos agitadores vindos de Boston e de outros lugares, que não eram escravos, não tinham escravos nem qualquer relação direta com o problema. Foram eles, sem dúvida que começaram tudo. É curioso observar que dos próprios escravos eles só receberam pouquíssima ajuda material e quase nenhuma solidariedade. E quando a guerra terminou e os escravos descobriram que estavam livres, tão livres que podiam até morrer de fome livremente, muitos lamentaram amargamente a nova situação. Para o pensador, o fato mais trágico na Revolução Francesa não foi que Maria Antonieta tenha sido morta por ser rainha, mas que os camponeses famintos da Vendée tivessem concordado em morrer defendendo a causa do feudalismo.

(Oscar Wilde - The Soul of Man Under Socialism, 1891)

segunda-feira, 9 de junho de 2008

ENFIM UM DELEGADO HUMANISTA


A partir do estudo crítico da criminologia e da experiência prática de sua profissão, o delegado de Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro Orlando Zaccone desconstrói a idéia do traficante perigoso, violento, considerado o inimigo público número 01 da sociedade. Em seu livro lançado recentemente sob o titulo de “Acionista do nada - quem são os traficantes”, ele mostra que existe uma seletividade na pena: os bandidos pobres são presos e estigmatizados, enquanto os bandidos de classe média ou ricos são autuados como consumidores e não ficam detidos.
Assim, o estudo de Zaccone contribui para derrubar o mito de que o problema da criminalidade seria resolvido com a redução da maioridade penal ou a partir da existência de penas mais duras.
No livro, Zaccone também chama a atenção para os verdadeiros traficantes, que operam internacionalmente e não vivem em favelas; não combatem a polícia de chinelos, bermudas e sem camisa, mas, sim, usam gravatas são donos de bilhões de dólares e são reverenciados pela sociedade.
O delegado, tem um aguçado poder crítico, desmistificando o senso comum produzido pela mídia.
Segue abaixo um trecho do livro do delegado Orlando Zaccone:
O Fundo Monetário Internacional calcula que o chamado crime organizado movimenta, por ano, 750 bilhões de dólares, sendo que 500 bilhões de dólares são gerados pelo "narcotráfico". No comando deste grande negócio é identificada, em seu aspecto político e legal, a figura do "narcotraficante", cujo estereótipo, construído pelo discurso oficial e divulgado pela mídia, aponta para o protótipo do criminoso organizado, violento, poderoso e enriquecido através da circulação ilegal desta mercadoria, conhecida em nossa legislação, outrora, como "entorpecente" e hoje, genericamente, como "droga".
Toda atual política de repressão ao comércio de drogas ilícitas está voltada a combater este "inimigo" da sociedade que, já no final dos anos noventa, representava em torno de 60 % da população carcerária no estado do Rio de Janeiro, segundo um dos últimos anuários estatísticos.
Como delegado de polícia, atuando há pouco mais de seis anos na capital, acabei por encontrar uma realidade diversa daquela que nos é apresentada, diariamente, enquanto "verdade". Os criminosos autuados e presos pela conduta descrita como tráfico de drogas são constituídos por homens e mulheres extremamente pobres, com baixa escolaridade e, na grande maioria dos casos, detidos com drogas sem portar nenhuma arma. Desprovidos do apoio de qualquer "organização", surgem, rotineiramente, nos distritos policiais, os "narcotraficantes" que superlotam os presídios e casas de detenção.
O sistema penal revela assim o estado de miserabilidade dos varejistas das drogas ilícitas, conhecidos como "esticas", "mulas", "aviões", ou seja, aqueles jovens (e até idosos) pobres das favelas e periferias cariocas, responsáveis pela venda de drogas no varejo, alvos fáceis da repressão policial por não apresentarem nenhuma resistência aos comandos de prisão.
O fato da imprensa e das autoridades públicas darem grande destaque às prisões dos chamados "chefões" do tráfico, dedicando as primeiras páginas dos jornais e muitos esforços à captura dos "donos" do negócio relativo ao comércio de drogas, demonstra, por si só, a existência de um escalonamento. De um lado "grandes" traficantes, como Fernandinho Beira Mar, e pouco mais de uma dezena de nomes considerados delinqüentes de alta periculosidade, para os quais são reservadas algumas celas nos presídios de segurança máxima; do outro, milhares de "fogueteiros", "endoladores" e "esticas" que, junto dos "soldados" - única categoria armada e responsável pela segurança do negócio - assemelha-se mais à estrutura de uma empresa do que a de um exército, lotando as carceragens do estado.
(...)
Para além da função de reprimir a circulação destas substâncias, o sistema penal exercita um poder de vigilância disciplinar, de uso cotidiano, nas áreas carentes, seja restringindo a liberdade de ir e vir naquelas comunidades, através das prisões para averiguação, ou restringindo reuniões e o próprio lazer das pessoas, como na proibição dos "bailes funks", que a pretexto de reprimir a "apologia ao narcotráfico", traduz o poder de controle exercido sobre as populações pobres. Não é por menos que a historiadora Gizlene Neder, citada pela criminóloga Vera Malaguti Batista, conclui: "a eficácia das instituições de controle social se funda na capacidade de intimidação que estas são capazes de exercer sobre as classes subalternas".

É muito bom saber que existem intelectuais do quilate do Doutor Orlando Zaccone dentro da polícia do Rio!

EUFEMISMO DESCARADO

(1) Governador do RJ, Sérgio Cabral (PMDB-RJ); (2) Senador Francisco Dornelles (PP-RJ); (3) Deputado estadual Álvaro Lins (PMDB-RJ) e (4) Deputado federal Marcelo Itagiba (PMDB-RJ). Unidos, foram eleitos







A imagem acima foi retirada de um vídeo utilizado como prova pela Polícia Federal de que o deputado estadual Álvaro Lins (PMDB) teria comprado votos nas eleições de 2006. Mas a Globo não mostrou esta imagem. O editor selecionou apenas imagens em que Lins aparece sozinho.

Neste mesmo dia Cabralzinho presente, disparou seu discurso demagogo: “Esse é meu compromisso, de convocar todos vocês. Vamos preencher todas as duas mil vagas. E vamos continuar fazendo concurso público”. Isto não poderia ser interpretado como compra de voto?


E ainda emendou os seguintes elogios a Álvaro Lins: “Ter na Assembléia Legislativa um deputado com a inteligência, a vibração, a energia, o caráter de Álvaro Lins para mim é fundamental como governador do estado do Rio de Janeiro. Fundamental, Álvaro. Fundamental”.


Se este pronunciamento fosse feito pelo único governador de esquerda do Brasil, Roberto Requião, a Globo poria em cadeia nacional repetidamente para denegrir a sua imagem.
Vivemos uma espécie de ditadura da mídia burguesa; como um exército que não precisa de armas para dominar as massas.

PDT MARCHA EM PASSOS DE GANSO PARA EXTREMA-DIREITA


O PDT que já foi o partido da vanguarda do socialismo-democrático caminha em passos de ganso para a direita religiosa.
Ontem, durante a eleição do diretório municipal, a chapa encabeçada por Jediel de Castro, conseguiu unanimidade dos componentes do diretório municipal. Jediel, usando de seu poder econômico, conseguiu cooptar número suficiente de afiliados para eleger hegemonicamente o diretório para seu comando. Ficando alguns expoentes do pensamento socialista fora da vida política da sigla de LEONEL DE MOURA BRIZOLA em Angra dos Reis.
Jediel de Castro, como todos sabem, é ligado ao pastor Manoel Ferreira; um dos mentores da direita religiosa que mistura política com religião fundamentalista.
Pelo andar da carruagem, o PDT de Angra dos Reis abandonará completamente o pensamento socialista para ingressar definitivamente na linha retrógrada da direita religiosa.
BRIZOLA que foi um estadista que defendeu o positivismo, e acima de tudo um estado laico; deve estar se revirando no tumulo diante da iminência de seu partido ser cooptado pela direita pentecostal.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

O PREÇO DO APEDEUTISMO


A coluna do jornalista José Miziara desta semana vem fazendo críticas pesadas em detrimento do saber do vereador Essiomar.
Se eu recebesse “elogios glamurosos” de tal natureza, mergulharia na literatura clássica para provar ao erudito jornalista que suas criticas não têm fundamentos.
O problema é que, para um lorpa, ler Euclides da Cunha, Guimarães Rosa, Machado de Assis e outros geniais, seria como eu ler Lev Nikdlayevich Tolstoy em russo, ou seja, um monte de garranchos na minha frente.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

O ANJO DO FUTEBOL


Fico imaginando como Nelson Rodrigues narraria á vitória do Fluminense na noite de ontem. Então resolvi adaptar uma de suas crônicas. Que seria mais ou menos assim:


Amigos, os idiotas da objetividade negam o milagre. Mas o que foi a deslumbrante vitória do Fluminense, senão isso mesmo ou seja um cínico e deslavado milagre? Pela primeira vez na história do homem, um time desacreditado e, pior do que desacreditado, um time que perdeu 02 vezes para o timinho do Botafogo, sem nem um craque extraordinário – vence o Boca Juniors da Argentina contra tudo e contra todos.
E, antes de continuar, duas palavras sobre o profeta Renato Gaúcho. Depois dos 3x1 de ontem, ele está promovido a herói eterno do tricolor carioca. No ano passado, quase acertou, quase. Mas este ano soou a sua grande hora. Ele disse que o Fluminense ia ser campeão e o tricolor construiria sua estrada da gloria, a mais linda, a mais merecida que se possa imaginar. Desde ontem, o profeta podia desfilar na passarela da fama, e na terra dos deuses do futebol.
Claro que a grande vitória não se improvisa, nem depende de fatores circunstanciais. Há seis mil anos estava escrito que, ontem, Washington , Conca e Dodô, iam estourar às redes do Boca Juniors. O nosso futuro título é, pois, uma fatalidade de sessenta séculos. Mas é óbvio, por outro lado, que a Fatalidade precisa ser umedecida, precisa ser lubrificada pelo suor do homem. Houve momentos, na peleja, em que o Fluminense lutou tanto que o suor do time passou a ser grosso e elástico como o dos cavalos.
O bonito, o gostoso, o sublime do campeonato é que lutamos em campo e fora do campo. Por vezes, além do adversário, juiz e bandeirinhas - até os imponderáveis se juntavam contra nós. Por exemplo: o meu fraterno amigo Armando Nogueira. Um dia, ou noite, sei lá, o confrade teve uma visão de Joana D’Arc. Aos seus olhos, o Fluminense aparecia de lanterninha na mão. Já no dia seguinte, o Armando, que é um estilista, um Flaubert da bola, fez a frase histórica: "O Fluminense é o lanterninha dos grandes" e mais: o "Fluminense não tem nem conjunto, nem valores individuais". Nada, portanto.
Assim foi criada a humildade tricolor. Em vão, parentes, conhecidos e torcedores, protestavam junto ao Armando: "Mas o Fluminense chegou a libertadores classificando-se 02 vezes!". Amigos, ninguém mais obstinado do que o sujeito que é portador de um erro colossal. Repito: o ser humano acredita mais nos seus equívocos do que nas suas verdades. Justiça se lhe faça: o Armando foi fiel ao seu erro até o fim. De mais a mais, ele defendia duas frases e o colega põe a retórica acima da realidade. Para ele, um efeito literário vale mais que duzentos fatos.
Não se pense que o Fluminense recusou as sandálias da humildade. Sendo um grande clube, o maior do mundo - tem direito de ser humilde. Portanto, passamos a andar, com um imaginário passarinho no ombro, segundo o figurino franciscano. A cidade foi testemunha auditiva e ocular das nossas provações, só comparáveis às de Jó. Com uma agravante para o nosso lado: é que a Jó foi poupado do estilo do Armando e o sarcasmo dos paulistas invejosos e flamenguistas. E outra forma de martírio que Jó não conheceu: as piadas hediondas.
Eu poderia falar ainda de juizes, de bandeirinhas, que fizeram o diabo conosco. Mas vamos deixar isso pra lá. O fato é que, desde quarta-feira passada, o Fluminense estava ungido. Só os lorpas, os pascácios, os bovinos, não percebiam que cada uma de nossas cabeças levava um halo intenso e lívido de futuro campeão. O olhar de qualquer "pó de arroz" vazava luz. Há seis mil anos estava escrito.
A festa da cidade começou na manhã de ontem. Por toda a parte, apareciam delirantes bandeiras tricolores. Toda a tricolagem partia para o Maracanã na certeza profética. Pela manhã, o Chico Buarque batia o telefone para mim: "Deus te ouça, Chico, Deus te ouça!" E um turista que por aqui passasse, e visse tantas bandeiras tricolores, havia de anotar no seu caderninho: "Começou foi à Nova Revolução Francesa!" Finalmente, o jogo. Segundo tempo Boca Junior 1x0. Mas veio a reação e o tricolor levou tudo de roldão, tudo. Nunca um time mereceu tanto um título.
Já ia me esquecendo do personagem da semana. São três: primeiro Conca, que foi um maravilhoso comandante. Ele soube guiar a equipe, técnica e taticamente, e, ao mesmo tempo, transmitir-lhe uma enorme sede, uma fome enorme do título. Ontem, quando o jogador do Fluminense caía, vinha abraçado na sua paixão. Outros dois personagens: Thiago Silva e Luiz Alberto, os dois garotos da zaga. Vocês viram o "goal" de Washington: perfeito e irretocável como um verso eterno. E em seguida, o de Conca. O nosso argentino encheu o pé e houve um clarão no estádio. Amigos, ontem não houve noite na cidade. O que todos viram foi a chama do grande sol do Fluminense, com o seu patético esplendor.

Nélson Rodrigues

terça-feira, 3 de junho de 2008

MISÉRIA NÃO É SINÔNIMO DE VIOLÊNCIA


Tenho acompanhado a trajetória de Cabrazinho no poder e cada vez mais tenho a certeza de que estamos voltando a barbárie da escravidão.
Fico muitas vezes desanimado com o desempenho da sociedade brasileira, que se demonstra alienada diante dos fatos, sem qualquer discussão produtiva em prol do destino da nação brasileira. Somos capazes de mobilizar 01 milhão de pessoas pela causa homossexual, mobilizar 01 milhão de fieis da Igreja Renascer e, incapazes de discutir o destino do povo brasileiro.
Vejam o que diz Vera Malaguti Batista, em sua obra “Difíceis Ganhos Fácies”:
-Nós entendemos que a fase do capitalismo atual é extremamente violenta. E principalmente na periferia do capitalismo produz violência, barbárie e criminalização. Então você pega o menino que está soltando foguete e classifica como “traficante”. A partir daí, ele vai passar por um processo de brutalização que, no final, ele realmente torna-se uma “pessoa irrecuperável”.
Toda a criminalização da pobreza gera miséria para as massas e lucros para as classes dominantes. Segundo Vera, o medo produzido pela indústria do crime permite a comercialização de uma enorme gama de produtos: sistemas de escuta, radares para automóveis, alarmes para as mansões dos magnatas... Acuada, a classe média endossa a repressão aos pobres. E o sistema se aproveita disso (e vem se aproveitando há séculos) para combater os movimentos populares.
Vera comenta:
— Na periferia do capitalismo — com toda a herança da escravidão, com a reforma agrária que nunca foi feita, com pouquíssimo Estado previdenciário — a precariedade do trabalho é maior. Tudo numa perspectiva de criminalizar tudo. Criminalizam, por exemplo, o movimento dos sem-teto: seus integrantes recebem depois algum rótulo, como o de “traficantes”. Uma coisa que tem que ficar claro é o seguinte: não é que a pobreza produza criminalidade; a pobreza é criminalizada. A estratégia de sobrevivência do pobre é criminalizada. Quer dizer: tudo é crime, menos entregar para o FMI o superávit primário da nação inteira. O medo mantém o controle social truculento mantendo a classe média com medo, para que ela não reflita sobre as razões.