terça-feira, 3 de junho de 2008

MISÉRIA NÃO É SINÔNIMO DE VIOLÊNCIA


Tenho acompanhado a trajetória de Cabrazinho no poder e cada vez mais tenho a certeza de que estamos voltando a barbárie da escravidão.
Fico muitas vezes desanimado com o desempenho da sociedade brasileira, que se demonstra alienada diante dos fatos, sem qualquer discussão produtiva em prol do destino da nação brasileira. Somos capazes de mobilizar 01 milhão de pessoas pela causa homossexual, mobilizar 01 milhão de fieis da Igreja Renascer e, incapazes de discutir o destino do povo brasileiro.
Vejam o que diz Vera Malaguti Batista, em sua obra “Difíceis Ganhos Fácies”:
-Nós entendemos que a fase do capitalismo atual é extremamente violenta. E principalmente na periferia do capitalismo produz violência, barbárie e criminalização. Então você pega o menino que está soltando foguete e classifica como “traficante”. A partir daí, ele vai passar por um processo de brutalização que, no final, ele realmente torna-se uma “pessoa irrecuperável”.
Toda a criminalização da pobreza gera miséria para as massas e lucros para as classes dominantes. Segundo Vera, o medo produzido pela indústria do crime permite a comercialização de uma enorme gama de produtos: sistemas de escuta, radares para automóveis, alarmes para as mansões dos magnatas... Acuada, a classe média endossa a repressão aos pobres. E o sistema se aproveita disso (e vem se aproveitando há séculos) para combater os movimentos populares.
Vera comenta:
— Na periferia do capitalismo — com toda a herança da escravidão, com a reforma agrária que nunca foi feita, com pouquíssimo Estado previdenciário — a precariedade do trabalho é maior. Tudo numa perspectiva de criminalizar tudo. Criminalizam, por exemplo, o movimento dos sem-teto: seus integrantes recebem depois algum rótulo, como o de “traficantes”. Uma coisa que tem que ficar claro é o seguinte: não é que a pobreza produza criminalidade; a pobreza é criminalizada. A estratégia de sobrevivência do pobre é criminalizada. Quer dizer: tudo é crime, menos entregar para o FMI o superávit primário da nação inteira. O medo mantém o controle social truculento mantendo a classe média com medo, para que ela não reflita sobre as razões.

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