segunda-feira, 29 de junho de 2009

CHICO BUARQUE NA FLIP


A grande atração da FLIP em Paraty vai ser a presença do escritor e compositor Chico Buarque de Holanda. A minha geração deve muito a Chico pela formação política, quando “sussurrávamos nos becos e nas tocas” Chico dizia ao Brasil com sua poesia o que não podíamos dizer.
Naquela época o ETERNO CICILIANO e o BONECO DE VENTRÍLOQUO levavam uma vida de playboy, enquanto seus pais puxavam o saco dos ditadores sanguinários; hoje estão no poder repetindo tudo de velho que aprenderam com seus antepassados.
Em homenagem a cleptocracia angrense, aqui vai uma das mais belas composições do meu ídolo da juventude:


Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão, não.
A minha gente hoje anda
Falando de lado e olhando pro chão.
Viu?
Você que inventou esse Estado
Inventou de inventar
Toda escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar o perdão.

Apesar de você
amanhã há de ser outro dia.
Eu pergunto a você onde vai se esconder
Da enorme euforia?
Como vai proibir
Quando o galo insistir em cantar?
Água nova brotando
E a gente se amando sem parar.

Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros. Juro!
Todo esse amor reprimido,
Esse grito contido,
Esse samba no escuro.

Você que inventou a tristeza
Ora tenha a fineza
de “desinventar”.
Você vai pagar, e é dobrado,
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar.

Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Ainda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria.

Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
Sem lhe pedir licença.

E eu vou morrer de rir
E esse dia há de vir
antes do que você pensa.
Apesar de você

Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia.

Como vai se explicar
Vendo o céu clarear, de repente,
Impunemente?
Como vai abafar
Nosso coro a cantar,
Na sua frente.
Apesar de você

Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Você vai se dar mal, etc e tal,
La, laiá, la laiá, la laiáÂ…Â….
(Chico Buarque de Holanda)

quarta-feira, 24 de junho de 2009

DURA LEX SED LEX


Foi ajuizada na 2ª vara cível de Angra dos Reis ação popular (2009.003.000805-7) visando à redução dos salários do BONECO DE VENTRÍLOQUO, seus secretários e dos vereadores municipais.
Se a ação for julgada procedente, nossos gulosos homens públicos terão que devolver o dinheiro recebido ao erário com juros e correção monetária.
O caso já tem jurisprudência formada em processo que tramitou em Teresópolis (2001.061.000154-3) e confirmada pelo TJ-RJ, que entendeu que os aumentos feriam o Principio da Moralidade estampado na nossa Carta Magna.
É aguardar para ver até aonde nossa Justiça tolera a ganância dos cleptocratas.

terça-feira, 23 de junho de 2009

CONTROLE DA INDIVIDUALIDADE


Coincidentemente, no momento que estou relendo “1984” de GEORGE ORWEL, me deparo com o excelente artigo abaixo Publicado na revista Caros Amigos em junho de 2009. O perigo do Estado totalitário nos ronda com a atual crise de valores que o Capitalismo nos impôs. Leiam a matéria e tirem suas conclusões.

A tipificação de crimes virtuais constitui uma tendência mundial irreversível. Em meio a debate acalorado na comunidade digital, o Brasil também elabora legislação para monitorar a conduta do internauta e regulamentar a utilização de equipamentos, insumos e arquivos eletrônicos. Mas o necessário combate a práticas lesivas, como pornografia infantil e fraudes diversas, ameaça criar um sistema de vigilância sobre os usuários, atingindo a manifestação da opinião, a troca de informações e a privacidade.
Evidentemente, a medida favorece interesses corporativos diversos. Produtores e distribuidores das mídias tradicionais tentam resguardar seus vultosos lucros. As instituições financeiras não querem mais arcar sozinhas com o ônus da segurança digital. E o jornalismo impresso, que vive uma crise inédita de credibilidade, precisa limitar o trânsito de informações para garantir o monopólio da propaganda dissimulada a serviço dos seus apadrinhados políticos.
Além do pendor despótico, a investida repressora é marcada pela inviabilidade prática original. A fiscalização do universo virtual beira o impossível, e a idéia de que todo usuário (especialmente o malfeitor) poderá ser identificado e punido equivale a um delírio totalitário. Não há sequer consenso doutrinário sobre a propriedade intelectual e o direito de acesso a bens culturais ou educativos. Ademais, apesar da enganadora facilidade do manuseio cotidiano, a enorme complexidade técnica da rede escapa ao entendimento de seus tutores legais.
Ocorre que as legislações aparentemente inúteis possuem desdobramentos que ultrapassam os objetivos professados. A simples pretensão de enquadrar a internet nos mecanismos coercitivos do Estado burocrático revela o autoritarismo dos proponentes. O controle sobre a individualidade pode mudar os métodos, mas não sua essência.

sábado, 20 de junho de 2009

CARTAS MARCADAS


O alívio temporário dos réus no processo “Carta Marcadas” acabou. Os autos do processo já se encontra em Angra dos Reis a disposição do juízo para o prosseguimento da ação penal.

O primeiro volume das dezenas de volumes, chegou nesta quinta-feira e foi encaminhado para a impávida juíza Juliana Bessa, que deverá abrir vista ao Ministério Público.

A expectativa da população é muito grande e já se cogita nas rodas políticas da cidade, que Amilca Jordão assumirá a FUSAR, para que Fiote assuma a cadeira e logo em seguida renuncie a vereança para que Bento Pousa Costa assuma o cargo. O objetivo desta manobra infernal é de que o processo suba novamente para o órgão especial do TJ-RJ, já que neste caso Bento teria direito ao foro privilegiado.

Se a suposta manobra infernal acontecer, a população pode ter a certeza de que este pessoal que assumiu o poder em Angra dos Reis não merece mais as barras dos tribunais constituídos e sim um tribunal popular com a devida execução em praça pública.

terça-feira, 16 de junho de 2009

TV-COM NA VANGUARDA


Leonel Brizola foi o primeiro político da esquerda brasileira a entender a importância da disputa simbólica, travada a partir dos meios de comunicação de massa. Brizola, como ele dizia, tinha luz própria e sabia passar para os populares as reais causas do atraso do desenvolvimento humano no Brasil.

O PT tem boa discussão a respeito e adotou políticas públicas importantes via Ministério da Cultura, mas infelizmente, sem querer parecer preconceituoso, por ter o Lula baixa instrução (odeia ler) deixou o ministério das Comunicações com o PMDB de Helio Costa, que faz o jogo do oligopólio de poucas famílias que controlam a mídia gorda.

Entre os partidos de esquerda, o PSOL tem mostrado excelente atuação nesta área, sobretudo no mandato do deputado federal Ivan Valente. Há poucos dias, o deputado estadual pelo Rio Marcelo Freixo, também do PSOL, fez um pronunciamento digno de quem se põem a serviço do povo carioca, apontando a irresponsabilidade da TV Globo em usar, num seriado, um criminoso no papel de um corregedor de polícia.

Agora, vale lembrar que as críticas esporádicas não bastam: é preciso elaborar e lutar pela construção de um projeto de comunicação popular e democrática em todos os níveis, municipal, estadual e federal.

Apenas quando a esquerda como um todo (partidos, academia e movimentos sociais, estudantis e sindicais) abraçar esta luta é que vamos começar a vislumbrar uma democracia real para o Brasil.

Na nossa Angra dos Reis, a esquerda ideológica por meio deste advogado, do pedagogo Zé dos Remédios, com a colaboração de toda equipe da TV-COM e Blogs, tem exposto os reais problemas do nosso município a população. Com uma programação extremamente democrática com participação intensa da população, a TV-COM e os blogs vêm fazendo o que os políticos de oposição a muito não fazem.

A luta pela ética é a nossa principal bandeira, mas, jamais deixaremos de empunhar a bandeira da opção pelo povo do Brasil, que um dia, como dizia Darcy Ribeiro, se transformará em uma nova Roma.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

UM CHE GUEVARA INCOMODA MUITOS PODEROSOS


Parlamentares republicanos dos EUA enviaram carta à prefeitura de New York pedindo a retirada de uma estatua de Che Guevara do Central Parque, alegando que ''o revolucionário foi reconhecido inimigo dos EUA e que acolheu as políticas repressivas da União Soviética''.

A escultura, que na realidade refletia uma ''estátua viva'', seria retirada de qualquer maneira, já que fazia parte de uma exposição temporária. Mas, chama atenção à intolerância dos republicanos, capazes de enxergar violência na solidariedade e no amor à liberdade, representados por Che, ao mesmo tempo em que apóiam vivamente a matança direta comandada pelos Estados Unidos no Iraque e no Afeganistão, além de fornecer armas para Israel matar mulheres e crianças na Faixa de Gaza.

Uma estátua não é capaz de sair andando, mas o exemplo de vida de Che Guevara até hoje se impõe e faz tremer de medo os donos do poder pelo mundo afora.

domingo, 14 de junho de 2009

KARL MARX x ADAM SMITH



O professor Antoni Domènech, catedrático de Filosofia Moral na Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade de Barcelona e editor da revista SinPermiso, produziu um diálogo fictício entre Adam Smith e Karl Marx sobre a crise atual do capitalismo.
Achei o texto tão interessante, que resolvi postar aqui neste humilde espaço.

Karl Marx: Viste, velho, que esse menino, Joseph Stiglitz, anda dizendo por aí que o colapso de Wall Street equivale à queda do Muro de Berlim e do socialismo real?

Adam Smith: Não é para ficar contente, nem eu nem tu. E tu, menos ainda que eu, Carlos.

Karl Marx: Cara, por conta do suicídio do capitalismo financeiro, meu nome voltou a estar na moda; meus livros, segundo informa o The Guardian, se esgotam. Até os mais conservadores, como o ministro das finanças da Alemanha, reconhecem que em minha teoria econômica há algo que ainda vale à pena levar em conta...

Adam Smith: Não me venhas agora com vaidades acadêmicas mesquinhas post mortem, Carlinhos, já que em vida jamais te abandonaste a esse tipo de coisa. Eu falo num sentido mais fundamental, mais político. Nenhum dos dois pode estar contente e, te repito, tu menos ainda que eu.

Karl Marx: Sim, e aí?

Adam Smith: O “socialismo real” que se construiu em teu nome e não tinha nada a ver contigo. Pelo menos tu, sim, te identificaste como “socialista”. Eu, por outro lado, nem sequer jamais chamei a mim mesmo de “liberal”! Isso de “liberalismo” é uma coisa do século XIX (a palavra, como tu sabes, foi inventada pelos espanhóis em 1812), e vão e a atribuem a mim, um cara que morreu oportunamente em 1793. É ridículo!Como isso foi me acontecer?

Karl Marx: Já vejo por onde estás indo. Queres dizer que nem a queda do Muro de Berlim nem o colapso do capitalismo financeiro em 2008 têm muito a ver nem contigo nem comigo, mas que, ainda assim, nos jogam as responsabilidades?

Adam Smith: Exatamente. Mas em teu caso é pior, Carlos. Porque tu, sim, te disseste socialista. A mim pouco importa o “liberalismo”, qualquer liberalismo. Não há o que explicar a ti, precisamente um de meus discípulos mais inteligentes, que nem minha teoria econômica nem minha filosofia moral tinham nada a ver com o tipo de ciência econômica, positiva e normativa, que começou a impor-se nos teus últimos anos de vida, isso a que tu ainda chegaste a chamar “economia vulgar” e que tanto agradou aos liberais de tipo decimonônico.

Karl Marx: Claro, tu e eu ainda fomos clássicos. Depois veio essa caterva vulgar de neoclássicos, incapazes de distinguir qualquer coisa.

Adam Smith: Por exemplo, entre atividades produtivas e improdutivas, entre atividades que geram valor e riqueza tangível e atividades econômicas que se limitam a obter rendas não resultantes de trabalho (rendas derivadas da propriedade de bens imóveis, rendas derivadas dos patrimônios financeiros, rendas resultantes de operações em mercados não-livres, monopólicos ou oligopólicos). Nunca deixou de me impressionar a agudeza com que elaboraste criticamente algumas dessas minhas distinções, por exemplo, nas teorias da mais-valia.

Karl Marx: É evidente. Tu falaste repetidas vezes da necessidade imperiosa de intervir publicamente em favor da atividade econômica produtiva. Isso é o que para ti significava “mercado livre”; nada a ver com o imperativo de paralisia pública dos liberais e dos economistas vulgares, incapazes de distinguir entre atividade econômica geradora de riqueza e atividade parasitária visando ao lucro.

Adam Smith: Em meu mercado livre os lucros das empresas verdadeiramente competitivas e produtivas e os salários dos trabalhadores dessas empresas nem sequer teriam que ser tributados. Em troca, para manter um mercado livre no sentido em que defendo, os governos deveriam matar de impostos os lucros imobiliários, financeiros e todas as rendas monopólicas...

Karl Marx: Quer dizer, a tudo o que, depois de terem dado a mim por morto, e em teu nome, Adam, em teu nome!, se fez com que deixassem de pagar impostos nos últimos 25 anos. Haja saco!

Adam Smith: Haja saco, Carlos! Porque o que eu disse é que uma economia verdadeiramente livre, na medida em que estimulasse a riqueza tangível podia gerar - graças, entre outras coisas, a um tratamento fiscal agressivo do parasitismo rentista e da pseudo-riqueza intangível - amplos recursos públicos que poderiam ser destinados a serviços sociais, à promoção da arte e da ciência básica – que é, como a arte, incompatível com o lucro privado -, a estabelecer uma renda básica universal e incondicional de cidadania, como queria meu conterrâneo Tom Paine, etc. Vês, já, Carlos: eu, que não passei de um modesto republicano whig (1) de meu tempo, agora, se quatro preguiçosos, ainda que ignorantes, professorzinhos não me falseassem, e se lessem com conhecimento histórico de causa, até poderia passar por um perigosíssimo socialista dos teus. E te direi, e há de ficar entre nós, que, considerando o que temos visto, a tua companhia resulta bastante grata a mim...

Karl Marx: Na realidade, todo o teu conhecimento, como o de tantos republicanos atlânticos de tua geração, foi posto a serviço do princípio enunciado pelo grande florentino mal-afamado, a saber: que a liberdade republicana não pode florescer em nenhum povo que consinta com a aparição de magnatas e senhores [gentilhuomini], capazes de desafiar a república. E só assim se vê como a falsificação, em teu caso, é pior que no meu: o “socialismo real” abusou aberrantemente da palavra “socialismo”, dando cabimento ao regozijo de meus inimigos; mas tu nem chegaste a te inteirar sobre o que era esse tal de “liberalismo”!

Adam Smith: Quem não se consola é porque não quer, Carlos. O certo é que o que aconteceu nos últimos 30 anos no mundo vai contra tudo o que tu e eu, como economistas e como filósofos morais, queríamos. Olha esses pobres espanhóis, inventores do termo “liberalismo”. A ti e a mim importava sobretudo a distribuição funcional do produto social (isso a que agora tratam como PIB): pois bem, a proporção da massa salarial em relação ao PIB não parou de baixar, na Espanha, e seguiu baixando inclusive depois que o partido até há muito pouco tempo se dizia marxista voltou a assumir o governo em 2004...

Karl Marx: Sim, sim, um horror...Mas é que quando esses meninos supostamente me abandonaram por ti e passaram a se chamar “social-liberais” no começo dos anos 80, o que fizeram foi uma coisa que também teria te deixado de cabelo em pé. Observa que não só retrocedeu a proporção da massa salarial em relação ao PIB, senão que, na Espanha do pelotazo (2) e do enrichisez-vous (3) de Felipe González, o mesmo que na Argentina da “pizza e do champanhe” de Menem e em quase todo o mundo, os lucros empresariais propriamente ditos também começaram a retroceder também em relação aos rendimentos imobiliários, financeiros e as rendas monopólicas, no PIB...

Adam Smith: Como nos arrebentaram, Carlos!

Karl Marx: Não te desesperes, Adam. A história é caprichosa e, quem sabe seja melhor, agora, que comecem a nos levar a sério. Observa que acabaram de dar o Prêmio Nobel a um menino bem danado, que há anos estuda a competição monopólica e resgata Chamberlain e Keynes, esses caras que ao menos se esforçaram para nos entender, a ti e a mim, nos anos 30 do século XX, e que queriam promover a “eutanásia do rentista”...

Adam Smith: - Eu fui um republicano whig bastante cético, Carlos. Não vivi o movimento dos trabalhadores dos séculos XIX e XX e a epopéia de sua luta pela democracia. Não posso entregar-me tão facilmente ao Princípio Esperança (4) daquele famoso discípulo teu, agora, certamente, quase esquecido.


(1) O Whig Party era o partido que reunia as tendências liberais no Reino Unido e se contrapunha ao Tory Party, dos conservadores. Whig (ou Whigs) é uma expressão de origem popular que se tornou termo corrente na designação do partido liberal no Reino Unido. Esta corrente contribuiu para a formação do atual Partido Democrata Liberal – Liberal Democrats. Também está presente em algumas vertentes do Partido Trabalhista inglês-Labour Party. É profundamente relacionado ao protestantismo calvinista, na sua forma presbiteriana, das sociedades escocesa inglesa. Tem origem nas forças políticas escocesas e inglesas que lutaram a favor de um regime parlamentar protestante: o Whig Party.

O Whig Party foi um dos partidos mais influentes no sistema parlamentar britânico até o fim da Primeira Guerra Mundial, alternando com os Tories na formação do governo britânico. Depois da Primeira Guerra, o partido perdeu importância e foi praticamente substituído pelo partido trabalhista (Labour Party) na alternância do poder político no Reino Unido com os Tories.
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Partido_Whig_(Reino_Unido) N.deT.

(2) A cultura do pelotazo, na Espanha, refere-se ao enriquecimento rápido e sem esforço.

(3) Expressão atribuída historicamente a uma suposta afirmação do historiador e político francês François Guizot (1787-1874). Num contexto de restauração de forças conservadoras no poder francês, teria Guizot, segundo consta na tradição do anedotário político, expressado seu entendimento da agenda revolucionária de 1789. Consta que, logo após ter assumido a chefia efetiva do governo, por volta de 1840, ele pronunciou: “Esclareçam-se, enriqueçam, melhorem a condição moral e material da nossa França”. Para outros, Guizot disse isto: “Enriqueçam para o trabalho e para a indulgência e serão eleitores”, respondendo aos detratores do voto censitário. A expressão passou então a ser usada como descrição de um comportamento cínico e privatista, como parece ser o caso nesse diálogo. N.deT.

(4) O Princípio Esperança (editado no Brasil pela Contraponto) é o trabalho mais famoso de Ernst Bloch, de 1959. Sobre Bloch, são dignas de reprodução as seguintes considerações de Michael Löwy: “Teólogo da revolução” e filósofo da esperança, amigo de juventude de Lukács e Walter Benjamin, Ernst Bloch designa a si próprio como um pensador romântico revolucionário. Nascido na cidade industrial de Ludwigschafen, sede da IG Farben (Importante Empresa Química), olhava com espanto e admiração a cidade vizinha, Manheim, velho centro cultural e religioso; como dirá mais tarde numa entrevista autobiográfica, esse contraste entre “a aparência feia, despida e sem delicadeza do capitalismo tardio” - símbolo do “caráter-de-estação-de-trens” (Bahnfof-shaftigkeit) de nossa vida moderna e a antiga cidade do outro lado do Reno, símbolo da “mais radiante história medieval” e do “Santo Império Romano Germânico”, deixou uma profunda marca em seu espírito.

Leitor entusiasta de Schelling desde a adolescência, aluno do sociólogo neo-romântico (judeu) Georg Simmel, em Berlim, Bloch irá participar durante alguns anos (com Lukács) do Círculo Max Weber de Heidelberg, um dos principais núcleos do romantismo anticapitalista nos meios universitários alemães. Testemunhos da época o descrevem como um “judeu apocalíptico catolicizante”, ou como “um novo filósofo judeu...” que se acreditava, com toda evidência, precursor de um novo Messias./ Por essa época (1910-17), havia uma profunda comunhão espiritual entre Bloch e Lukács, de que é possível acompanhar os vestígios em seus primeiros escritos. Segundo Bloch (na entrevista que me concedeu em 1974), “éramos como vasos comunicantes; a água encontrava-se sempre à mesma altura nas duas colunas”. Foi graças a Lukács que ele se iniciou no universo religioso de Mestre Eckhart, Kierkegaard e Dostoiévski – três fontes decisivas para sua evolução espirital. ”In: Redenção e Utopia: o judaísmo libertário na Europa central (Um estudo de afinidade eletiva)”. Trad. Paulo Neves, São Paulo, SP, Companhia das Letras, 1989, p. 120). N. de T.

sábado, 13 de junho de 2009

WASHINGTON PERDE MAIS UMA ELEIÇÃO


Quem é Mahmoud Ahmadinejad?

Quando não o descreve como ''ultraconservador'', a mídia gorda apresenta-o como ''linha-dura'', ou ainda ''populista'': o que para nós latino-americanos já parece mais esclarecedor, pois é assim que se descreve também a nova safra de líderes da América (Chaves, Evo e Rafael). Porém antes de buscar um adjetivo para descrevê-lo, examinemos sua biografia substantiva.

Filho de ferreiro pobre com sete filhos, nasceu no norte do Irã mas criou-se em Teerã. Estudante de engenharia onde se destacou como um profundo conhecedor dos problemas sociais de seu país, a duras penas, entrou para a Guarda Revolucionária islâmica e participou das jornadas de massas de milhões de pessoas, metralhadas pela guarda do xá autocrata Reza Pahlevi, mas que tornavam sempre às ruas ensaguentadas de Teerã, até derrubar o xá em janeiro de 1979. Ahmadinejad tinha então 22 anos. Participou também, em seguida, do cerco à Embaixada dos Estados Unidos em Teerã, o que lhe custou o adjetivo de terrorista pela mídia gorda.

Foi combatente durante a guerra que arrasou a economia de seu país, contra o Iraque de Saddam Hussein, que na época era calorosamente apoiado por Washington. Integrado à corrente dominante na Revolução Islâmica e na República Islâmica, governou duas cidades médias, Makd e Khoy, e a seguir Teerã. Elegeu-se presidente com o voto do povo trabalhador que identificou-se com sua infância pobre e seu espírito revolucionário.

Governou beneficiado pelo boom dos preços do petróleo nesta década. Usou o dinheiro do óleo para subsidiar alimentos e programas de construção de moradias e escolas. Num país desértico e pobre em rios, fomentou um programa energético nuclear, o que levou-o à colisão com os Estados Unidos e as outras potencias mundial. É um crítico implacável de Israel, a quem acusou de racista, com abundância de argumentos, numa recente conferência da ONU que Washington boicotou.

Contudo, é difícil de entender a psicologia deste homem com todos esses atributos, e que em contradição nega a existência do Holocausto como fato comprovadamente histórico, assim como a negação ao direito dos homossexuais se amarem.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

TRE-SP CASSA MAIS UM


O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo manteve a cassação dos registros de candidatura do prefeito e vice-prefeito eleitos em 2008 em Araras nesta terça-feira, Pedro Eliseu Filho e Agnaldo Píspico, Ambos eleitos pelo DEM.
Por maioria de votos, os desembargadores entenderam que houve abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação. A decisão manteve ainda a decretação de inelegibilidade por três anos imposta pelo juiz eleitoral de primeira instância.
A discussão dos desembargadores paulistas envolveu matérias publicadas pelo Jornal Já, em 2008, sobre o então vice-prefeito da cidade, Francisco Nucci Neto (PMDB), candidato a prefeito nas eleições daquele ano. De acordo com o julgamento, as seguidas publicações tiveram potencialidade para influenciar no resultado da eleição. Os juízes ressaltaram o vínculo existente entre as famílias dos representantes do jornal e do prefeito eleito, Eliseu Filho.
O desembargador relator do processo Walter Guilherme, afirmou que “as edições ostentam, quase na sua totalidade, ataques pessoais com palavras de baixo calão e acusações lançadas sem compromisso informativo, num inegável tom de campanha eleitoral a favor da candidatura de Pedro Eliseu Filho e contra a candidatura de Francisco Nucci Neto”. Para analisar a potencialidade dos fatos, o desembargador examinou a abrangência do periódico no município. “Entre os anos de 2005 e 2006, ele foi o órgão de imprensa responsável pela veiculação e publicação dos atos oficiais do Poder Executivo Municipal, o que corrobora a assertiva de que o jornal tem ampla divulgação entre os munícipes”, atestou o desembargador Walter Guilherme.
Eliseu Filho foi eleito em 2008 com 38.770 votos. Araras fica na região centro-oeste do Estado.
Em nossa sofrida Angra dos Reis os processos mais importantes e com provas incontestáveis, nem sequer chegaram a fase de instrução. A morosidade de obra de igreja católica é irritante e só favorece o BONECO DE VENTRÍLOQUO que continua no poder contra a vontade popular