terça-feira, 4 de setembro de 2012

DE MAQUIAVEL AO DEMAGOGO FERNANDO JORDÃO

“Os homens têm menos escrúpulos em ofender quem se faz amar do que quem se faz temer, pois o amor é mantido por vínculos de gratidão que se rompem quando deixam de ser necessários, já que os homens são egoístas; mas o temor é mantido pelo medo do castigo, que nunca falha.”
(Nicolas Maquiavel)

Este ensinamento de Maquiavel vem sendo aplicado com eficácia por muitos séculos pelas classes dirigentes.
O interessante é que até mesmo um apedeuta como Fernando Jordão, que nuca leu um livro em sua vida, utiliza tal ensinamento de forma eficaz. Talvez a explicação disso se deva a tradição de seus antepassados que aprenderam em um passado longínquo e vem passando por meios de costumes de geração em geração.
Porém, existe uma nata da humanidade que subverte esta ordem perversa ditada por Maquiavel: são os humanistas, em especial os socialistas, como meus valorosos companheiros de luta, estes põem o amor ao próximo acima dos interesses fisiologistas e lutam como guerreiros, que mesmo sabendo que o sacrifício é inevitável, sabem que este sacrifício é a semente de um novo amanhã.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

METODOLOGIA FASCISTA

O próximo dia 07 de outubro, já se mostrou evidente para os angrenses que não se iludem pelas manipulações da mídia, que neste momento do processo que apontará nossos governantes, arma-se um grande embuste sobre a população menos esclarecida do município, capitaneada pelo ex-prefeito Fernando Jordão, “o rouba mas faz”, e seus profissionais da demagogia.
As pesquisas e os meios de comunicação comprados pelo dinheiro público roubado trabalham os números de maneira a massacrar a candidatura de CONCEIÇÃO RABHA e inflar a candidatura decadente do ROUBA MAS FAZ, à medida exata dos interesses de quem vive da sangria do dinheiro público.
Ao mesmo tempo, CONCEIÇÃO RABHA conta com seu cacife moral para enfrentar as dura batalhas que virão.
Por outro lado, a Justiça Eleitoral tem prometido não ficar omissa nas próximas eleições, como acontecerão na eleição passada que a decisão de cassação do atual prefeito e seu vice só aconteceu recentemente; dando respaldo à um governo ilegítimo.
Nossa esperança, porém, reside no bom senso dos desembargadores do TER-RJ.
Não tenho razões para crer que as coisas possam mudar muito em ralação aos pleitos passados. Contudo, as decisões recentes do TER-RJ nos dá ânimo para acreditarmos que as regras previstas em lei sejam aplicadas.
A eleição de CONCEIÇÃO RABHA, Fernando Jordão e seu partidários do “rouba mas faz”sabem disso, vai significar a presença no governo de uma pessoa que não acobertará os desmando e os crimes que este governo e o de Fernando Jordão cometeram contra o erário e a população em geral, que estará contra não apenas este modelo de governo perverso que nos impuseram como também fará as denúncias dos desatinos com o dinheiro público.
Tenho dito aos meus amigos intimamente, e agora o digo em público, que temo pela vida de CONCEIÇÃO RABHA, tão incomensuráveis são os interesses destas próximas eleições.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

SÓ PARA DESCONTRAIR


Entediado pela mesmice política, resolvi falar um pouquinho que seja das coisas boas da vida.
Desprezando as apelações dos meios de comunicação de massa, que apelam para o sexo vulgar e sem arte, selecionei frase geniais de famosos e anônimos a seguir, para o leitor se deliciar:

“A felicidade de um homem casado depende das mulheres com ela não se casou”.
“A única maneira de se livrar de uma tentação sexual é sucumbindo a ela”.
(Oscar Wilder, autor de O RETRATO DE DORIAN GREY)

“O casamento vem do amor, assim como o vinagre vem do vinho”.
(Lord Byron, escritor inglês)

“A maior delícia do brasileiro e conversar safadeza”.
(Gilberto Freire, autor de CASA GRANDE E SENZALA)


“ Maridos são ótimos amantes, principalmente quando estão traindo suas mulheres”.
(Marilyn Monroe, atriz e símbolo sexual dos anos 50)

“Não há marido pior do que o melhor dos homens”.
(William Shakespeare)


“Ladrões exigem a bolsa ou a vida. As mulheres exigem ambos”.
(Samuel Butler, escritor)

“ De todas as aberrações sexuais, a mais singular talvez seja a castidade”.
(Remy de Gourmont, escritor)

“Sexo só existem dois. Cuidado com as imitações”.
“Os ricos transam. Os pobres procriam”.
(Millôr Fernandes)

“O problema de todo corno é pensar que o outro agora sabe com o que ele se contentava”.
(Sergio Vaz, psicanalista)


“Assedio sexual só é crime quando o homem é feio ou pobre”.
“Mulher feia vale por duas, porque o marido sempre tem outra”.
(Lameiro de caminhão)

“Mulher burra só serve para transar”.
“Fidelidade é mais insossa do que rodízio de chuchu regado à água”.
(Eu)

“Adultério é a aplicação da democracia ao amor”.
(Henry L. Mencken, Escritor)

“Muitas mulheres suspeitam que seus maridos são os melhores amantes do mundo. Mas, nunca conseguem flagrá-los”.
(Herry Youngmam)

“Eu tenho pena de mulheres que passaram a vida inteira sem conhecer o prazer do sexo. É como se não tivessem vivido”.
(Zélia Gattai, escritora)

“O que eu quero?
Quero viver com tesão!
Pouquinha que seja
Tesão de beijar, de trepar, de viver.
Isso, só isso, eu quero: viver”.
(Darcy Ribeiro, escritor, senador, antropólogo, poeta, pedagogo, amante das mulheres e do povo brasileiro)

terça-feira, 17 de julho de 2012

O MEU MENINO JESUS


Num meio-dia de Primavera
Tive um sonho como uma fotografia.
Vi Jesus Cristo descer à terra.
Veio pela encosta de um monte
Tornado outra vez menino,
A correr e a rolar-se pela erva
E a arrancar flores para as deitar fora
E a rir de modo a ouvir-se longe.

Tinha fugido do céu.
Era nosso demais para fingir
De segunda pessoa da Trindade.
No céu tudo era falso, tudo em desacordo
Com flores e árvores e pedras.
No céu tinha que estar sempre sério
E de vez em quando de se tornar outra vez homem
E subir para a cruz, e estar sempre a morrer
Com uma coroa toda à roda de espinhos
E os pés espetados por um prego com cabeça,
E até com um trapo à roda da cintura
Como os pretos nas ilustrações.
Nem sequer o deixavam ter pai e mãe
Como as outras crianças.
O seu pai era duas pessoas -
Um velho chamado José, que era carpinteiro,
E que não era pai dele;
E o outro pai era uma pomba estúpida,
A única pomba feia do mundo
Porque nem era do mundo nem era pomba.
E a sua mãe não tinha amado antes de o ter.
Não era mulher: era uma mala
Em que ele tinha vindo do céu.
E queriam que ele, que só nascera da mãe,
E que nunca tivera pai para amar com respeito,
Pregasse a bondade e a justiça!


Um dia que Deus estava a dormir
E o Espirito Santo andava a voar,
Ele foi à caixa dos milagres e roubou três.
Com o primeiro fez com que ninguém soubesse que ele tinha fugido.
Com o segundo criou-se eternamente humano e menino.
Com o terceiro criou um Cristo eternamente na cruz
E deixou-o pregado na cruz que há no céu
E serve de modelo às outras.
Depois fugiu para o sol
E desceu no primeiro raio que apanhou.
Hoje vive na minha aldeia comigo.
É uma criança bonita de riso e natural.
Limpa o nariz ao braço direito,
Chapinha nas poças de água,
Colhe as flores e gosta delas e esquece-as.
Atira pedras aos burros,
Rouba a fruta dos pomares
E foge a chorar e a gritar dos cães.
E, porque sabe que elas não gostam
E porque toda a gente acha graça,
Corre atrás das raparigas
Que vão em ranchos pelas estradas
Com as bilhas às cabeças
E levanta-lhes as saias.


A mim ensinou-me tudo.
Ensinou-me a olhar para as coisas.
Aponta-me todas as coisas que há nas flores.
Mostra-me como as pedras são engraçadas
Quando agente as tem na mão
E olha devagar para elas.


Diz-me muito mal de Deus.
Diz que ele é um velho estúpido e doente,
Sempre a escarrar para o chão
E a dizer indecências.
A Virgem Maria leva as tardes da eternidade a fazer meia.
E o Espirito Santo coça-se com o bico
E empoleira-se nas cadeiras e suja-as.
Tudo no céu é estúpido como a Igreja Católica.
Diz-me que Deus não percebe nada
Das coisas que criou -
"Se é que ele as criou, do que duvido." -
"Ele diz por exemplo, que os seres cantam a sua glória,
Mas os seres não cantam nada.
Se cantassem seriam cantores.
Os seres existem e mais nada,
E por isso se chamam seres."

E depois, cansado de dizer mal de Deus,
O Menino Jesus adormece nos meus braços
E eu levo-o ao colo para casa.

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

Ele mora comigo na minha casa a meio do outeiro.
Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava.
Ele é humano que é natural.
Ele é o divino que sorri e que brinca.
E por isso é que eu sei com toda a certeza
Que ele é o Menino Jesus verdadeiro.

E a criança tão humana que é divina
É a minha quotidiana vida de poeta,
E é por que ele anda sempre comigo que eu sou poeta sempre.
E que o meu mínimo olhar
Me enche de sensação,
E o mais pequeno som, seja do que for,
Parece falar comigo.


A Criança Nova que habita onde vivo
Dá-me uma mão a mim
E outra a tudo que existe
E assim vamos os três pelo caminho que houver,
Saltando e cantando e rindo
E gozando o nosso segredo comum
Que é saber por toda a parte
Que não há mistério no mundo
E que tudo vale a pena.

A Criança Eterna acompanha-me sempre.
A direcção do meu olhar é o seu dedo apontando.
O meu ouvido atento alegremente a todos os sons
São as cócegas que ele me faz, brincando, nas orelhas.

Damo-nos tão bem um com o outro
Na companhia de tudo
Que nunca pensamos um no outro,
Mas vivemos juntos e dois
Com um acordo íntimo
Como a mão direita e a esquerda.

Ao anoitecer brincamos as cinco pedrinhas
No degrau da porta de casa,
Graves como convém a um deus e a um poeta,
E como se cada pedra
Fosse todo o universo
E fosse por isso um grande perigo para ela
Deixá-la cair no chão.

Depois eu conto-lhe histórias das coisas só dos homens
E ele sorri porque tudo é incrível.
Ri dos reis e dos que não são reis,
E tem pena de ouvir falar das guerras,
E dos comércios, e dos navios
Que ficam fumo no ar dos altos mares.
Porque ele sabe que tudo isso falta àquela verdade
Que uma flor tem ao florescer
E que anda com a luz do Sol
A variar os montes e os vales
E a fazer doer aos olhos os muros caiados.

Depois ele adormece e eu deito-o.
Levo-o ao colo para dentro de casa
E deito-o, despindo lentamente
E como seguindo um ritual muito limpo
E todo materno até ele estar nu.

Ele dorme dentro da minha alma
E às vezes acorda de noite
E brinca com os meus sonhos.
Vira uns de pernas para o ar,
Põe uns em cima dos outros
E bate palmas sozinho
Sorrindo para o meu sono.
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

Quando eu morrer, filhinho,
Seja eu a criança, o mais pequeno.
Pega-me tu ao colo
E leva-me para dentro da tua casa.
Despe o meu ser cansado e humano
E deita-me na tua cama.
E conta-me histórias, caso eu acorde,
Para eu tornar a adormecer.
E dá-me sonhos teus para eu brincar
Até que nasça qualquer dia
Que tu sabes qual é.

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

Esta é a história do meu Menino Jesus.
Por que razão que se perceba
Não há-de ser ela mais verdadeira
Que tudo quanto os filósofos pensam
E tudo quanto as religiões ensinam ?


Alberto Caeiro (Fernando Pessoa)

terça-feira, 3 de julho de 2012

VENEZUELA CONFIRMARÁ CHAVEZ NO PODER

Chávez disparado nas pesquisas

Em quatro ou cinco institutos de pesquisa de opinião, dos mais conceituados por aqui, Chávez ganha de Capriles com diferenças que variam de 17 a 35 pontos percentuais. Os chavistas argumentam contra a oposição: “Como há guerra de pesquisas, se nós estamos ganhando em todas?” Os caprilistas dizem que esses institutos são todos “chimbas” (falsos, fraudes). E apareceram ultimamente com um, chamado Consultores 21, cuja pesquisa apontou empate técnico entre os dois candidatos. Os chavistas dispararam na bucha: este sim é “chimba”. O CNE emitiu uma regulamentação tentando garantir um nível razoável de profissionalismo e credibilidade dos institutos.

A avaliação que parece mais sensata é que, eleitoralmente, a vitória do presidente está assegurada, a não ser que ocorra algo inesperado, de muito impacto. Daí os chavistas estarem o tempo todo advertindo contra alguma ação extremada/desesperada da direita.

3º. mandato – 5ª campanha pela presidência

Chávez está buscando sua segunda reeleição, o terceiro mandato. Mas, na verdade, é a sua quinta campanha presidencial:

1 – foi eleito em 1998;
2 – em 2000 foi confirmado com base na nova Constituição (aprovada pelo voto popular em dezembro/1999);
3 – em 2004 foi confirmado outra vez, porque a oposição conseguiu a realização de plebiscito revogatório, dispositivo contido na nova Constituição;
4 – reeleito em 2006 (mandato de seis anos, conforme a nova Constituição);
5 – agora tenta a 2ª. reeleição.

É um campeão de respaldo nas urnas, apesar de caluniado pela mídia como tirano. Segundo as contagens correntes por aqui, esta é a 17ª. eleição que enfrenta desde 1998, incluindo outras eleições, consultas, referendos, etc. Só perdeu uma (por diferença de menos de 1 ponto percentual), em 2007, quando tentou inserir na Constituição a opção pelo sistema socialista. E reconheceu, sem pestanejar, a derrota.

As eleições aqui são descasadas: em 2010 houve renovação da Assembleia Nacional (Congresso); em dezembro deste ano serão eleitos os governadores dos 23 estados; em março/2013 será a vez dos prefeitos.

TV Globovisión paga multa milionária

A Globovisión, o veículo mais eminente do chamado terrorismo midiático (os chavistas a chamam de Globoterror), pagou na semana passada uma multa de 9,4 milhões de bolívares (pouco mais de 2 milhões de dólares, pela cotação oficial). Há um ano ela tinha sido condenada pela Justiça numa ação de iniciativa da Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel), que a acusou de manipular informação e incitar a violência ao cobrir conflitos ocorridos numa prisão.

A direção da emissora recorreu e o processo vinha rolando. Mas na semana passada o Tribunal Supremo de Justiça, máxima instância judicial do país, ordenou o embargo de bens da empresa no valor de 24,4 milhões de bolívares se a multa não fosse paga de imediato. Os dirigentes da TV decidiram pagar.

Claro que a versão da emissora e dos diversos meios privados de comunicação foi se tratar de mais um ato de perseguição contra a liberdade de expressão do “tirânico” governo de Chávez. Esta versão é a que deve ter sido difundida pelo mundo afora.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

JUSTIÇA TARDIA



O corregedor regional eleitoral e relator do processo de cassação do prefeito Tuca Jordão e seu Vice José Essiomar, juiz Antonio Augusto de Toledo Gaspar, pediu ontem em sessão de julgamento a condenação por abuso de poder político e econômico, cometido durante a campanha eleitoral de 2008. O juiz Roberto Ayoub também votou pela cassação, quando foi pedido vista dos autos do processo pelo desembargador Edson Aguiar de Vasconcelos e a sessão foi suspensa para o prosseguimento no próximo dia 12, quando o Recurso Contra Expedição de Diploma (RCD) volta a ser julgado.



Com mais um voto os mandatos do prefeito Tuca e Essiomar serão cassados; sendo ambos afastados imediatamente dos seus cargos já que no eleitoral os recursos não são suspensivos.



Resta saber quem assumirá a prefeitura de Angra. Caso Tuca e Essiomar sejam cassados; ao meu entendimento assumirá Maria da Conceição Rabha, já que o efeito da sentença retorna ao passado (efeito EX TUNC) e nesse caso assumiria o segundo colocado; no caso Conceição Rabha.



Esse é mais um dos exemplos da justiça tardia, que na verdade é mais nefasta das injustiças!

sexta-feira, 20 de abril de 2012

CARTA ABERTA A CONCEIÇÃO RABHA


Conceição, finalmente te digo o que bem entendo, livre que sou de qualquer compromisso com organismo político ideológico, familiar ou econômico.
Malgrado minha falta de verve, falo por mim, você é uma pessoa a quem se pode dizer qualquer coisa sem ser mal interpretado, já que possui uma inteligência acima da média.
Desde o início da nossa convivência, quando ainda era aluno adolescente secundarista e você uma bela e jovem mulher que lecionava biologia, percebi que ali diante daquela louça negra e fria havia um ser diferente: não era apenas um professor transmitivista que via o aluno como uma mera caixa de depósito de conhecimento (pedagogia “bancária” imposta pelo opressor - na visão de Paulo Freire), era uma pessoa que fazia com seu carisma e beleza jovial o aluno pensar no universo em que habitava.
Medularmente, querida professora, você não mudou nada. Continua sendo a mesma pessoa humanista detectada nos meus primeiros olhares; mesmo nascendo em uma família que em sua grande maioria é fisiologista, soube manter, entender e por em prática o caráter altivo e soberano de sua saudosa mãe.
Meu gosto pela política me fez ver em você uma grande esperança de mudança na vida pública angrense, que nos últimos 12 anos se transformou em um feudo corrupto e tirano.
A vida me ensinou que como qualquer pessoa da vida pública brasileira, você não está livre das manobras políticas e das pressões do poder. Contudo, confio plenamente no seu poder de detectar as maçãs podres de sua roda política.
Mas, armadilhas existem e sempre cairemos nelas. Sei que não partiu de você a estúpida idéia de enviar uma “assessora política” em meu leito na UPG (Unidade de Pacientes Graves) onde me encontrava recuperando de um atentado a faca desferido por um degenerado mentalmente pelo vício de décadas de consumo de entorpecente pesado, me chamar de alcoólatra.
Confesso que a ofensa me doeu mais do que as 10 facadas que dilaceraram quase todos os músculos das minhas pernas que usei para me defender. Ali, diante daquela cama tenebrosa de hospital, aquela figura pigméia tão bem retratada por Jonathan Swiff em seu clássico, desprovida de qualquer senso crítico, movida pelo senso comum me ofendendo sem sequer ouvir minha versão dos fatos.
Certamente, querida mestra, não são esses os assessores que podem ser seus embaixadores e colaboradores.
Não sou candidato a nada, não almejo cargo ou qualquer tipo de poder, somente faço política porque acredito na redenção do povo pelo povo. Acredito que somente uma participação intensa da população poderá nos levar a democracia tão desejada.
E o caminho momentâneo em Angra é uma mulher, uma grande mulher – CONCEIÇÃO RABHA.
Quero participar junto com o povo da sua campanha para desmascarar, não só os teus algozes que estarão nas trincheiras opostas, mas também, os que estão nas suas trincheiras por puro oportunismo!

terça-feira, 17 de abril de 2012

DIA 18 DE ABRIL NASCIMENTO DE MONTEIRO LOBATO É O DIA NACIONAL DO LIVRO INFANTIL


Monteiro Lobato foi para muitos, como eu, o maior incentivador da leitura. Seus livros, escritos para crianças, eram o encantamento de um mundo mágico que nunca saíram de nossas memórias. Porem, ele foi muito mais do que um genial autor de histórias infantis; foi um humanista que transcendeu nossa condição de homens e nunca escondeu sua visão marxista.
Eis as freses de sua autoria que mais gosto:

“Quem mal lê, mal ouve, mal fala, mal vê.”

“Loucura? Sonho? Tudo é loucura ou sonho no começo. Nada do que o homem fez no mundo teve início de outra maneira, mas tantos sonhos se realizaram que não temos o direito de duvidar de nenhum.”

“Seja você mesmo, porque ou somos nós mesmos, ou não somos coisa nenhuma.”

“A natureza criou o tapete sem fim que recobre a terra. Dentro da pelagem deste tapete vivem todos os animais respeitosamente.
Nenhum o estraga, nenhum o rói, exceto o homem.”

"A consciência do homem comum mora no bolso, eis tudo."

“Nada de imitar seja lá quem for. Temos de ser nós mesmos. Ser núcleo de cometa, não cauda. Puxar fila, não seguir.”

terça-feira, 10 de abril de 2012

RESGATE DA HISTÓRIA


Por Vladimir Safatle, na Folha de S. Paulo

Aqueles que hoje desafiam a mudez do esquecimento e dizem, em voz alta, onde moram os que entraram pelos escaninhos da ditadura brasileira para torturar, estuprar, assassinar, sequestrar e ocultar cadáveres honram o país.
Quando a ditadura extorquiu uma anistia votada em um Congresso submisso e prenhe de senadores biônicos, ela logo afirmou que se tratava do resultado de um “amplo debate nacional”. Tentava, com isto, esconder que o resultado da votação da Lei da Anistia fora só 206 votos favoráveis (todos da Arena) e 201 contrários (do MDB). Ou seja, os números demonstravam uma peculiar concepção de “debate” no qual o vencedor não negocia, mas simplesmente impõe.
Depois desse engodo, os torturadores acreditaram poder dormir em paz, sem o risco de acordar com os gritos indignados da execração pública e da vergonha. Eles criaram um “vocabulário da desmobilização”, que sempre era pronunciado quando exigências de justiça voltavam a se fazer ouvir.
“Revanchismo”, “luta contra a ameaça comunista”, “guerra contra terroristas” foram palavras repetidas por 30 anos na esperança de que a geração pós-ditadura matasse mais uma vez aqueles que morreram lutando contra o totalitarismo. Matasse com as mãos pesadas do esquecimento.
Mas eis que estes que nasceram depois do fim da ditadura agora vão às ruas para nomear os que tentaram esconder seus crimes na sombra tranquila do anonimato.

Ao recusar o pacto de silêncio e dizer onde moram e trabalham os antigos agentes da ditadura, eles deixam um recado claro. Trata-se de dizer que tais indivíduos podem até escapar do Poder Judiciário, o que não é muito difícil em um país que mostrou, na semana passada, como até quem abusa sexualmente de crianças de 12 anos não é punido. No entanto eles não escaparão do desprezo público.
Esses jovens que apontam o dedo para os agentes da ditadura, dizendo seus nomes nas ruas, honram o país por mostrar de onde vem a verdadeira justiça. Ela não vem de um Executivo tíbio, de um Judiciário cínico e de um Legislativo com cheiro de mercado persa. Ela vem dos que dizem que nada nos fará perdoar aqueles que nem sequer tiveram a dignidade de pedir perdão.
Se o futuro que nos vendem é este em que torturadores andam tranquilamente nas ruas e generais cospem impunemente na história ao chamar seus crimes de “revolução”, então tenhamos a coragem de dizer que esse futuro não é para nós.
Este país não é o nosso país, mas apenas uma monstruosidade que logo receberá o desprezo do resto do mundo. Neste momento, quem honra o verdadeiro Brasil é essa minoria que diz não ao esquecimento. Essa minoria numérica é nossa maioria moral.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

UMA VERDADEIRA PRESTES



por Anita Leocádia Prestes
Rio de Janeiro, 4 de abril de 2012

Exmo. Sr. Senador Inácio Arruda.

Senado Federal – Brasília

Na qualidade de filha de Luiz Carlos Prestes e de sua colaboradora política durante mais de trinta anos, devo declarar minha repulsa e indignação com a proposta de sua autoria de que seja declarada nula a decisão do Senado que cassou, em 1948, o mandato do senador Luiz Carlos Prestes. Meu pai jamais aceitaria semelhante medida individualmente, isolada, sem que as centenas de parlamentares comunistas cassados (deputados federais, deputados estaduais e vereadores) juntamente com ele tivessem também devolvidos seus legítimos direitos constitucionais. Todos que o conheceram sabem o quanto Prestes, nesse sentido, era intransigente.

Na realidade, a proposta encaminhada ao Senado Federal por um representante do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) revela, mais uma vez, algo que Prestes denunciou incessantemente durante os seus últimos dez anos vida: o reformismo desse partido, sua adesão aos interesses das classes dominantes do País, seu compromisso espúrio com o Governo Sarney, nos anos 1980, compromisso confirmado no texto da mensagem ora encaminhada à apreciação do Senado. Luiz Carlos Prestes sempre deixou claro que a legalidade dos comunistas deveria ser conquistada nas ruas, pelo povo, e não através de conchavos de bastidores, como aconteceu, no caso do PCdoB, em 1985. Prestes também não aceitaria a anulação da cassação do seu mandato de senador através de manobra do PCdoB, cujo objetivo evidente é tirar proveito político do inegável prestígio do Cavaleiro da Esperança.

Atenciosamente,

Anita Leocadia Prestes


Nota do PCB:
O Comitê Central do PCB se associa à justa indignação da professora Anita Leocádia Prestes, diante de nova tentativa oportunista do PcdoB de sequestrar a história do PCB, usando despudoradamente o prestígio nacional e internacional de Luiz Carlos Prestes que, para nossa honra, foi durante décadas o Secretário Geral do PCB e o protagonista principal da divergência que deu causa à fundação do PcdoB, em fevereiro de 1962.

quarta-feira, 21 de março de 2012

SUPREMO LIBERTOU JOSÉ RAINHA



A primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF), tendo como relator o Ministro Marco Aurélio Mello, acaba de acolher pedido de habeas corpus em favor do companheiro de luta José Rainha Jr., líder nacional sem-terra. Rainha estava preso junto com outros dois dirigentes da luta pela democratização da terra há nove meses.

O habeas corpus nº111.836/SP foi impetrado contra a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que manteve a prisão de José Rainha, Claudemir Silva Novais e Antônio Carlos dos Santos, decretada pela Justiça Federal de Presidente Prudente/SP, em 16 de junho de 2011.

Em defesa da liberdade de José Rainha e dos outros dois trabalhadores presos, os advogados Juvelino José Strozake, Aton Fon Filho e Giane Álvares Ambrósio Álvares alegaram perante o STF que o juiz federal Joaquim Eurípedes Alves Pinto, da 5ª Vara Federal de Presidente Prudente, valeu-se de fundamentação jurídica inidônea e descontextualizada de substrato fático e jurídico a respaldar a prisão preventiva decretada para garantia da instrução processual penal e da ordem pública.
Ademais da falta de fundamentação e motivação válidas para a prisão, os advogados alegaram que houve constrangimento ilegal perpetrado contra os trabalhadores rurais.

Com a decisão do STF, os três trabalhadores rurais poderão responder ao restante do processo em liberdade.
Ainda bem que temos o Supremo Tribunal Federal, que zela pelas garantias individuais estampadas em clausula suma pétrea da nossa Carta Magna.

terça-feira, 20 de março de 2012

MARX VIVO E ATUAL


O artigo abaixo, escrito pelo cientista político argentino Atilio Boron, é uma constatação de que por mais que se tente negar o pensamento de Karl Marx; a história, com as próprias leis que Marx desvendou, nos demonstra que o magnífico filósofo barbudo tem razão.

Por Atilio A. Boron.

Num dia 14 de março, há 129 anos, morria placidamente em Londres, aos 65 anos de idade, Karl Marx.
Teve a mesma sorte de todos os grandes gênios, sempre incompreendidos pela mediocridade reinante e o pensamento acorrentado ao poder e às classes dominantes.
Como Copérnico, Galileo, Servet, Darwin, Einstein e Freud, para mencionar apenas uns poucos, Marx foi insultado, perseguido e humilhado. Foi ridicularizado por medíocres intelectuais e burocratas acadêmicos que não chegavam aos seus tornozelos, e por políticos complacentes com os poderosos de turno, que repugnavam suas concepções.
A academia teve muito cuidado ao fechar suas portas. Nem ele e nem seus amigo e colega eminente, Friedrich Engels, jamais ascenderam aos claustros universitários.
E mais, Engels, sobre quem Marx disse ser “o home mais culto da Europa”, nem sequer estudou na universidade.
Entretanto, Marx e Engels produziram uma autêntica revolução copernicana nas humanidades e nas ciências sociais: depois deles, e ainda que seja difícil separar sua obra, podemos dizer que depois de Marx, nem as humanidades e nem as ciências sociais voltariam a ser com antes.
A amplitude enciclopédica de seus conhecimentos, a profundidade duas análises, sua empenhada busca pelas evidências que confirmassem suas teorias, fizeram com que Marx, que teve suas teorias e seu legado filosófico dado como mortos tantas vezes, seja mais atual que nunca.
O mundo de hoje se parece da maneira surpreendente ao que ele e seu jovem amigo Engels prognosticaram num texto assombroso: O Manifesto Comunista.
Este sórdido mundo de oligopólios vorazes e predadores, de guerras de conquista, degradação da natureza e saque dos bens comuns, de desintegração social, de sociedades polarizadas e de nações separadas por abismos de riqueza, poder e tecnologia, de plutocracias travestidas para aparentar ser democracias, de uniformização cultural pautada pelo American way of life é o mundo que antecipara em todos os seus escritos.
Por isso, são muitos os que se perguntam, já nos estados com capitalismo desenvolvido, se o século XXI não será o século de Marx.
Respondo a essa pergunta com um sim sem atenuantes e digo que já estamos vendo isso: as revoluções em marcha no mundo árabe, as mobilizações dos indignados na Europa, a potência plebéia dos islandeses ao enfrentar e derrotar os banqueiros e as lutas dos gregos contra os sádicos burocratas da Comissão Européia, o FMI e o Banco Central europeu, o barril de pólvora dos movimentos Occupy Wall Street, que abarcou mais de cem cidades norte-americanas, as grandes lutas que na América Latina derrotaram a ALCA e a subserviência dos governos de esquerda na região, começando pelo heróico exemplo cubano, são outras mostras de que o legado do grande maestro está mais vivo que nunca.
O caráter decisivo da acumulação capitalista, estudada como nenhum outro n’ O Capital, era negada por todo o pensamento da burguesia e pelos governos dessa classe, que afirmavam que a história era movida pela paixão dos grandes homens, pelas crenças religiosas, pelos resultados de heróicas batalhas ou imprevistas contingências da história.
Marx retirou a economia das catacumbas e não só assinalou sua centralidade como também demonstrou que toda a economia é política, que nenhuma decisão econômica está despojada de conotações políticas.
Além disso, Marx defendeu que não existe saber mais político e politizado que o da economia, discordando com os tecnocratas de ontem e de hoje, que sustentam que seus planos de ajustes e suas absurdas elucubrações economicistas obedecem a meros cálculos técnicos e que são politicamente neutros.
Hoje, ninguém mais acredita seriamente nessas balelas, nem sequer os personagens da direita (ainda que se abstenham de confessá-lo).
Poderia ser dito, provocando um sorriso malicioso de Marx do além, que hoje são todos marxistas, porém o Monsieur Jordan, esse personagem de Les bourgeois gentilhomme, de Molière, falaria em prosa em saber.
Por isso, quando estourou a nova crise geral do capitalismo, todos correram para comprar O Capital, começando pelos governantes dos capitalismos metropolitanos.
É que a coisa era, e é, muito grave para perder tempo lendo as bobeiras de Milton Friedman, Friedrich von Hayek ou as monumentais sandices dos economistas do FMI, do Banco Mundial ou do Banco Central Europeu, tão inaptos como corruptos e, que por ambas as coisas, não foram capazes de prognosticar a crise que, como um tsunami, está arrasando os capitalismos metropolitanos.
Dessa forma, por méritos próprios e por questões externas, Marx está mais vivo que nunca e o faro de seu pensamento arroja uma luz cada vez mais esclarecedora sobre as tenebrosas realidades do mundo atual.

terça-feira, 13 de março de 2012

PARA ARREFECER UM POUCO MEU ATEÍSMO


Darcy Ribeiro (pensador, sociólogo, antropólogo, militante dos direitos humanos, escritor...) em testamento pediu que seu corpo fosse encomendado por Frei Betto e Frei Leonardo Boff. Frei Betto não pode estar na ocasião de modo que somente Leonardo Boff (frei, teólogo, filósofo, excomungado da igreja católica pelo atual papa, escritor, militante dos direitos humanos...) esteve com ele em suas últimas horas. Leonardo Boff narra esses últimos momentos dele com Darcy:

Darcy - "Quero discutir com você o tema da morte, porque estou enfrentando a morte, meu grande último desafio."

Em seguida faz Boff ler o prefácio do, então inédito, Confissões, livro no qual Darcy faz uma leitura da vida. E Boff leu o seguinte:
"Pena que a vida , tão carregada de lutas e fracassos, e vitórias, e vontade de trabalhar, seja marcada por uma profunda desesperança, porque nós voltamos, através da morte, ao pó cósmico, ao esquecimento e ficamos na memória que é curta e só de algumas pessoas, e voltamos à diluição cósmica."

Então ao final da leitura Boff diz:

Boff - "Darcy, acho que é uma interpretação de quem vê de fora. É como você ver a borboleta, e ver o casulo. Você pode chorar pelo casulo que foi deixado para trás e ver que ele morreu. Mas você pode olhar a borboleta e dizer: "Não, ele libertou a borboleta, e ela é a esperança de vida que está dentro do casulo".

Boff continua - "Darcy, deixa te dizer como imagino tua chegada , o teu grande encontro. Não vai ser com Deus Pai porque para você Deus tem de ser Mãe, tem de ser mulher..." (risos)

Darcy - "Então vai ser uma Deusa"

Boff - "Imagino assim: que Deus, quando você chegar lá em cima, vai te dizer com os braços abertos: "Darcy, como você custou para chegar, eu estava com uma saudade louca de você, finalmente você veio, você não queria vir, você teve de vir e agora chegou." E te abraça, te afaga em seu seio, e te leva de abraço em abraço, de festa em festa"

Darcy - "De farra em farra..." (risos)

Boff - "Isso será pela eternidade afora"

Boff narra que nesse momento Darcy parou, olhou de lado, como que o interrogando e disse:
Darcy - "Como gostaria que fosse verdade! Minha mãe morreu cheia de fé e morreu tranqüila, eu invejo você, que é um homem inteligente e de fé. Eu não tenho fé. Como gostaria que fosse verdade"

Boff conta que aí lhe correu uma lágrima e ele ficou silencioso, estremeceu e teve um acesso de diabetes, uma queda muito grande de pressão e tiveram de levá-lo.

Boff - "Darcy não se preocupe com a fé, porque Deus não se incomoda com a fé. pelos critérios de Jesus, quem tem amor tem tudo. Então quando agente chega na tarde da vida como você, que atendeu os famintos como você, crianças abandonadas como você, índios marginalizados como você; negros que você defendeu, as mulheres oprimidas, desde o neolítico ninguém louvou a mulher quanto você - quem fez isso ganha tudo, porque optou pelos últimos, por aqueles que estavam em necessidade. Quem fez isso tem o Reino, tem a eternidade, tem Deus. E você só fez isso."

Darcy respirou e disse: "Puxa, mas tem de ser verdade".

segunda-feira, 12 de março de 2012

DIGA NÃO A INTOLERÂNCIA AOS ATEUS


A primeira vez que li o filósofo francês Michel Onfray foi em um ensaio literário traduzido para o português no antigo Jornal do Brasil, quando este ainda era jornal de vanguarda no inicio dos anos 80. Mais de duas décadas depois me deparei com o filósofo na Bienal do Livro do Rio-Centro - «Traité d’Athéologie»-, de onde pude reafirmar todas minhas convicções a respeito das religiões. Abaixo, alguns trechos da magnífica obra de Onfray:



«porque Deus não morreu nem é perecível – contrariamente ao que dizem Nietzsche e Hine. Nem morto nem perecível ele é, porque não é mortal. Um ficção não morre, nem uma ilusão se trespassa, nem muito menos se vai refutar um conto infantil»

(…)

«Deus releva do bestiário mitológico, como milhares de outras criaturas repertoriadas nos dicionários com inúmeras entradas, desde Démeter até Dionísios»

(…)

«O silêncio de Deus convida à conversa da treta dos seus ministros que usam e abusam do epíteto: quem quer que não creia em Deus, torna-se logo um ateu. No pior dos homens, no imoralista, no detestado, no imundo e na incarnação do mal.
Difícil por isso dizer-se ateu…Quando se diz tal, é sempre na perspectiva insultuosa de uma autoridade preocupada em banir, e em marginalizar e condenar»

(…)

«(o primeiro verdadeiro ateu:) Agrada-se que esta genealogia filosófica proceda de um padre: Meslier, santo, herói e mártir da causa ateia…»


(…)

«o ensino da religião reintroduz o coelho na cartola: o que os padres não podem fazer abertamente, podem agora fazê-lo docemente, ao ensinar as fábulas do Antigo e Novo Testamento, as do Corão e dos Hadiths, sob pretexto de permitir os alunos aceder mais facilmente a Marc Chagall, à Divina Comédia e à Capela Sistina ou à música de Ziryab…»

(…)

«ensinar o ateísmo supõe uma arqueologia do sentimento religioso: o medo, a incapacidade de olhar a morte, a impossível consciência da incompletude e da finitude nos homens, a função e o motor que é a angústia existencial. A religião, esta criação ficcional, exige uma desmontagem em boa forma dos placebos ontológicos – como em filosofia se fala da bruxaria e da loucura para produzir uma definição da razão»

(…)

« A época parece ateia, mas somente aos olhos dos cristãos e dos crentes. De facto, ela é niilista.
Os padroeiros de ontem e da véspera têm todo o interesse em fazer passar o pior e a negatividade contemporânea por um produto do ateísmo»

(…)

«Três milénios testemunham dos primeiros textos até hoje: a afirmação de um Deus único, violento, invejoso, quezilento, intolerante, belicoso, que gerou mais ódio, sangue, mortos, brutalidade do que paz…»

(…)

«Que eu saiba nem os Papas, s Princípes, os Reis, os Califas, os Emires brilharam tanto na virtude como Moisés, Paulo, Mahomé brilharam na mortícinio, na venda de tabaco ou nas razzias»

(…)

«os teístas realizam inimagináveis contorções para justificar o mal à superfície do planeta, não deixando nunca de afirmar a existência de Deus a quem nada escapa. Os deístas são um pouco menos cegos, já os ateus parecem já bem mais lúcidos»

(…)

«A missa dominical nunca primou como momento de reflexão, de análise, de cultura e de saber difundido e trocado, e quanto ao catecismo, muito menos. O mesmo se passa nas outras religiões monoteístas. Quer nas orações junto do Muro das lamentações ou nas Cinco Ocasiões diárias dos muçulmanos ora-se, pratica-se as invocações, exerce-se a memória, mas nunca a inteligência»

(…)

«trata-se daqui para diante de conseguir aquilo que Deleuze chama de ateísmo tranquilo, a saber, um cuidado não tanto na negação estática ou de combate a Deus, mas num método dinâmico que desemboque numa proposição positiva destinada a construir após o combate»

(…)

« a superação deste ateísmo cristão – não muito ateu e ainda bastante cristão para meu gosto –permite encarar sem redundância de assim o nomear, um autêntico ateísmo ateu…Este quase que pleonasmo serve para significar uma negação de Deus em conjunto a uma negação de uma parte dos valores que daí resultam, mas ainda(…) para colocar a moral e a política noutras bases que não sejam niilistas, mas pós-cristãs»

(…)

«desconstruir os monoteísmos, desmistificar o judaico-cristianismo – mas também o Islão – para depois desmontar a teocracia , eis as três tarefas inaugurais da ateologia.
Trabalhar em seguida para uma nova ética e criar as condições de uma verdadeira moral pós-cristã, onde o corpo deixe de ser uma punição, a terra um vale de lágrimas, a vida uma catástrofe, o prazer um pecado, as mulheres uma maldição, a inteligência uma presunção, e a vontade uma danação»

(…)

«não se mata um sonho, nem se assassina um subterfúgio. Serão antes estes que nos matam, pois Deus empurra para a morte tudo o que lhe resiste. Em primeiro lugar a razão, depois a inteligência e o espírito crítico»


Citações retiradas do livro de Michel Onfray, «Tratado de ateologia».

quinta-feira, 8 de março de 2012

NO DIA INTERNACIONAL DA MULHER, A HOMENAGEM DE CHICO BUARQUE A TODAS MULHERES



Mulheres de Atenas
Chico Buarque

Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Vivem pros seus maridos
Orgulho e raça de Atenas

Quando amadas, se perfumam
Se banham com leite, se arrumam
Suas melenas
Quando fustigadas não choram
Se ajoelham, pedem imploram
Mais duras penas; cadenas

Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Sofrem pros seus maridos
Poder e força de Atenas

Quando eles embarcam soldados
Elas tecem longos bordados
Mil quarentenas
E quando eles voltam, sedentos
Querem arrancar, violentos
Carícias plenas, obscenas

Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Despem-se pros maridos
Bravos guerreiros de Atenas

Quando eles se entopem de vinho
Costumam buscar um carinho
De outras falenas
Mas no fim da noite, aos pedaços
Quase sempre voltam pros braços
De suas pequenas, Helenas

Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas:
Geram pros seus maridos,
Os novos filhos de Atenas.

Elas não têm gosto ou vontade,
Nem defeito, nem qualidade;
Têm medo apenas.
Não tem sonhos, só tem presságios.
O seu homem, mares, naufrágios...
Lindas sirenas, morenas.

Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Temem por seus maridos
Heróis e amantes de Atenas

As jovens viúvas marcadas
E as gestantes abandonadas
Não fazem cenas
Vestem-se de negro, se encolhem
Se conformam e se recolhem
Às suas novenas
Serenas

Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Secam por seus maridos
Orgulho e raça de Atenas

segunda-feira, 5 de março de 2012

A DINÂMICA INTELIGÊNCIA DO BEM



Leonardo Boff



Tempos de crise sistêmica como os nossos favorecem uma revisão de conceitos e a coragem para projetar outros mundos possíveis que realizem o que Paulo Freire chamava de o “inédito viável”.

É notório que o sistema capitalista imperante no mundo é consumista, visceralmente egoísta e depredador da natureza. Está levando toda a humanidade a um impasse pois criou uma dupla injustiça: a ecológica por ter devastado a natureza e outra social por ter gerado imensa desigualdade social. Simplificando, mas nem tanto, poderíamos dizer que a humanidade se divide entre aquelas minorias que comem à tripa forra e aquelas maiorias que se alimentam insuficientemente. Se agora quiséssemos universalizar o tipo de consumo dos países ricos para toda a humanidade, necessitaríamos, pelo menos, de três Terras, iguais a atual.

Este sistema pretendeu encontrar sua base científica na pesquisa do zoólogo britânico Richard Dawkins que há trinta e seis anos escreveu seu famoso O gene egoísta (1976). A nova biologia genética mostrou, entretanto, que esse gene egoísta é ilusório, pois os genes não existem isolados, mas constituem um sistema de interdependências, formando o genoma humano que obedece a três princípios básicos da biologia: a cooperação, a comunicação e a criatividade. Portanto, o contrário do gene egoísta. Isso o demonstraram nomes notáveis da nova biologia como a prêmio Nobel Barbara McClintock, J. Bauer, C. Woese e outros. Bauer denunciou que a teoria do gene egoísta de Dawkins “não se funda em nenhum dado empírico”. Pior, “serviu de correlato biopsicológico para legitimar a ordem econômica anglo-norteamericana” individualista e imperial (Das kooperative Gen, 2008, p.153).

Disto se deriva que se quisermos atingir um modo de vida sustentável e justo para todos os povos, aqueles que consomem muito devem reduzir drasticamente seus níveis de consumo. Isso não se alcançará sem forte cooperação, solidariedade e uma clara autolimitação.

Detenhamo-nos nesta última, a autolimitação, pois é uma das mais difíceis de ser alcançada devido à predominância do consumismo, difundido em todas as classes sociais. A autolimitação implica numa renúncia necessária para poupar a Mãe Terra, para tutelar os interesses coletivos e para promover uma cultura da simplicidade voluntária. Não se trata de não consumir, mas de consumir de forma sóbria, solidária e responsável face aos nossos semelhantes, a toda a comunidade de vida e às gerações futuras que devem ter o direito de também consumir.

A limitação é, ademais, um princípio cosmológico e ecológico. O universo se desenvolve a partir de duas forças que sempre se autolimitam: as forças de expansão e as forças de contração. Sem esse limite interno, a criatividade cessaria e seríamos esmagados pela contração. Na natureza funciona o mesmo princípio. As bactérias, por exemplo, se não se limitassem entre si e se uma delas perdesse os limites, em bem pouco tempo, ocuparia todo o planeta, desequilibrando a biosfera. Os ecossistemas garantem sua sustentabilidade pela limitação dos seres entre si, permitindo que todos possam coexistir.

Ora, para sairmos da atual crise precisamos mais que tudo reforçar a cooperação de todos com todos, a comunicação entre todas as culturas e grande criatividade para delinearmos um novo paradigma de civilização. Há que darmos um adeus definitivo ao individualismo que inflacionou o “ego” em detrimento do “nós” que inclui não apenas os seres humanos mas toda a comunidade de vida, a Terra e o próprio universo.




Leonardo Boff é autor de Preservar a Terra-cuidar da Vida. Como evitar o fim do mundo, Record, RJ 2011.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

"A economia americana está morta"


por Paul Craig Roberts [*]
Sexta-feira passada, 27 de Janeiro, o US Bureau of Economic Analysis anunciou sua estimativa antecipada de que no último trimestre de 2011 a economia cresceu a uma taxa anualizada de 2,8% em termos ajustados à inflação real, um aumento em relação à taxa de crescimento anualizada do terceiro trimestre.

Boa notícia, não é?

Errado. Se quiser saber o que realmente está a acontecer deve voltar-se para John Williams em www.shadowstats.com .

O que os media presstitutos não nos contam é que quase todo o ganho no crescimento do PIB foi devido à "acumulação involuntária de stocks", ou seja, foram produzidos mais bens do que vendidos.

Descontados os bens não vendidos, a taxa anualizada de crescimento real foi oito décimos de um por cento.

E mesmo essa minúscula taxa de crescimento é um exagero, porque está deflacionada com um padrão de medida da inflação que a subestima. A medição da inflação do governo estado-unidense já não mede um padrão de vida constante. Ao invés disso, a medida de inflação do governo repousa sobre a substituição dos bens mais baratos por aqueles que aumentam de preço. Por outras palavras, o governo mantém baixa a medida através da mensuração de um padrão de vida em declínio. Isto permite aos nossos governantes divergirem ajustamentos do custo de vida que deveriam ser pagos a beneficiários da Segurança Social para guerras de agressão, estado policial e salvamentos de banqueiros.

Quando a metodologia que medida um padrão de vida constante é utilizada para deflacionar o PIB nominal, o resultado é uma contração da economia estado-unidense. Isso torna claro que a economia dos EUA não teve recuperação e tem estado em recessão profunda durante quatro anos apesar da proclamação do National Bureau of Economic Research de uma recuperação baseada nos números oficiais manipulados.

Um governo sempre pode produzir a ilusão de crescimento econômico através da subestimação da taxa de inflação. Não há dúvida de que uma medida de inflação com base nessa substituição subestima a inflação que o povo experimenta. Mais prova de que não tem havido recuperação econômica está disponível naquela série de dados não afetados pela inflação. Se a economia estivesse de fato a recuperar, estas séries de dados estariam a subir. Ao invés disso, elas estão estáveis ou em declínio, como demonstra John Williams.

Por exemplo: segundo os próprios dados do governo, os empregados em folha de pagamento no mês de Dezembro de 2011 são menos do que em 2011. Entretanto, houve uma década de crescimento populacional. Os media presstitutos chamam à alegada recuperação econômica uma "recuperação sem emprego", o que é uma contradição em termos. Não pode haver recuperação sem um crescimento no emprego e no rendimento do consumidor.

Os ganhos reais médios por semana (deflacionados pelo CPI-W do governo) nunca se recuperaram desde o seu pico em 1973. A mediana do rendimento familiar real (deflacionada pelo CPI-U do governo) nunca recuperou o seu pico de 2001 e está abaixo do nível de 1969. Se os rendimentos fossem deflacionados pela sua metodologia original ao invés da nova metodologia baseada na substituição, o quadro seria muito mais negro.

A confiança do consumir não mostra recuperação e está muito abaixo do nível de uma década atrás. Como é que uma economia se recupera sem uma recuperação da confiança do consumidor?

O arranque na construção de casas tem permanecido estagnado desde 2009 e está abaixo do seu pico anterior.

As vendas a retalho estão abaixo do nível de Janeiro de 2000.

A produção industrial permanece abaixo do nível de Janeiro de 2000.

Para repetir: o único indicador de recuperação econômica é o PIB deflacionado com uma medida de inflação subestimada.

A economia dos EUA não pode recuperar, porque depende das despesas de consumidor para mais de 70% da sua atividade. A deslocalização de empregos da classe média travou a subida do seu rendimento e provocou uma queda no poder de gastos do consumidor.

A Reserva Federal sob Alan Greenspan compensava a falta de crescimento do rendimento do consumidor estado-unidense por uma política de crédito fácil e uma política de elevação dos preços das casas com baixas taxas de juros. Esta política permitiu ao povo refinanciar seus lares e gastar a situação líquida inflacionada que a política de Greenspan havia criado.

Por outras palavras, um aumento no endividamento do consumidor e des-poupanças conduziu a economia ao invés de colmatar a falha de crescimento dos rendimentos dos consumidores.

Hoje, os consumidores estão demasiado endividados para contrair empréstimos e os bancos demasiado insolventes para emprestar. Portanto, não há possibilidade de nova expansão da dívida como substitutivo do crescimento do rendimento real. Uma economia deslocalizada é uma economia morta e exaurida.

As consequências de uma economia morta quando o governo está a desperdiçar milhões de milhões de dólares em guerras de agressão descarada e em salvamentos de instituições financeiras fraudulentas é um orçamento de governo que só pode ser financiado através da impressão de dinheiro.

A consequência de imprimir dinheiro quando os empregos foram deslocalizados é uma depressão inflacionária. Esta catástrofe pode começar a desdobrar-se este ano ou em 2013. Se os problemas da Europa piorarem, a fuga para o dólar poderia adiar subidas na inflação estado-unidense até 2014.

O imperador não tem roupas. Mais cedo ou mais tarde isto será reconhecido.
31/Janeiro/2012
[*] Director do Institute for Political Economy, http://www.paulcraigroberts.org/

O original encontra-se em http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=29000

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

PEDOFILIA DE AUTORIDADE DO GOVERNO DE ANGRA; SERÁ?


A notícia crime é grave, muito grave. O perfil de um pedófilo pode ser realmente surpreendente, onde muitas vezes um amigo, parente ou apenas uma pessoa que demonstra uma conduta exemplar perante um determinado grupo de pessoas, poderá vir revelar - se um molestador de crianças com impulsos sexuais perversos e desprezíveis.
Pior ainda quando o molestador de crianças e adolescente é uma autoridade constituída pelas regras eleitorais burguesa, que deveria zelar pela saúde e formação de nossas crianças e jovens.
Não duvido um milímetro sequer das denuncias que vieram à tona contra uma determinada alta autoridade do governo municipal; basta simplesmente fazer uma análise de sua vida pregressa para constatar que dita autoridade é capaz dos mais sórdidos e desprezíveis atos contra a pessoa humana.
Neste caso específico é necessário que o ministério Público tome para si as investigações sob pena de tudo terminar arquivado em um obscuro porão de uma delegacia de polícia.
Com a palavra, e espero com ação, o Excelentíssimo Doutor Promotor de Justiça Criminal de Angra dos Reis.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

A visão lúcida e engajada de um magistrado comprometido com a democratização das instituições brasileiras.


Comentam-se de todos os lados que o judiciário brasileiro atravessa a maior crise de sua história e que 2012 será um ano crucial para sua reestruturação e reorganização. Não questiono a existência da crise, mas fico a me perguntar se, de fato, a crise é esta mesma que anda alimentando a vaidade de alguns figurões do judiciário brasileiro. Evidente que existem casos de corrupção, malfeitos e malversação do dinheiro público no judiciário brasileiro. Fato este, lamentavelmente, presente em quase todos os setores públicos deste país. De outro lado, como pensam alguns, não é só este o problema do judiciário brasileiro e o debate sobre a crise precisam ser ampliando, sob pena de cairmos na ilusão de soluções fáceis ou milagrosas.
Na verdade, a estrutura do judiciário brasileiro é autoritária, arcaica e absolutamente alheia às melhores práticas democráticas que devem alimentar a modernização das instituições públicas deste país. Repito que casos de corrupção existem, mas sem a modernização e democratização do poder é como se estivéssemos tentando tapar o sol com uma peneira ou iludidos na cura de uma gangrena como um simples band-aid. Enquanto a escolha das cúpulas dos tribunais, por exemplo, for privativa de uns poucos cardeais, como se estivessem elegendo o papa, haverá sempre espaço para o jogo de interesses e permanecerá o distanciamento dos demais integrantes do poder em relação aos seus dirigentes. Em consequência, juízes, desembargadores e ministros continuarão pensando que são administradores de sistemas complexos de pessoal e orçamento e chefes dos demais integrantes do poder. Para concluir, o CNJ continuará se imaginando um grande ministério de ações sociais e, de outro lado, julgador impiedoso e midiático dos casos que lhe interessa.
Precisamos enfrentar este debate em 2012. Não podemos perder a chance de questionar esta estrutura ultrapassada e defender com energia a democratização do poder judiciário e idealizar novas formas da realização da justiça. A sociedade está normatizada ao extremo (a lei, seja qual for, virou tábua de salvação para todos os males) e, por consequência, desesperadamente judicializada (todas as espécies de conflitos são transferidos para o judiciário). Esta situação precisa ser repensada com urgência, sob pena de tornar-se necessário, não muito distante no tempo, implantar uma estrutura de poder judiciário em cada esquina para solucionar toda sorte de conflitos que poderiam ser mediados em outras instâncias. Assim, não há poder que resista!
Começo 2012 com a mesma crítica e indignação de sempre, mas com a esperança viva de que este país (seu povo e suas instituições) terá a força necessária para construir uma sociedade livre, justa e solidária. O olhar é sereno, mas firme e para frente. Fazendo a hora e não esperando acontecer. As redes sociais terão um papel muito mais forte neste processo em 2012. Desde já, agradeço a todos pela companhia nesta caminhada.
(*) Gerivaldo Neiva é juiz de direito. Texto reproduzido de seu blog.