quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Uma boa reflexão para o próximo ano nas palavras do gênio SHAKESPERE, e que este ano seja renovada toda esperança da humanidade. Feliz ano!


Um dia nós aprendemos...

Depois de algum tempo aprendemos a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma.
E aprendemos que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança.
E começamos a aprender que beijos não são contratos e que presentes não são promessas.
E começamos a aceitar as nossas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.
E aprendemos a construir todas as nossas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em vão ao meio.
Depois de um tempo aprendemos que o sol queima se ficarmos expostos por muito tempo.
E aprendemos que não importa o quanto nos importemos, algumas pessoas simplesmente não se importam...
E aceitamos que não importa o quanto seja boa uma pessoa, ela vai ferir-nos de vez em quando e precisamos perdoá-la por isso.
Aprendemos que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobrimos que levamos anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que podemos fazer coisas num instante, das quais nos arrependeremos pelo resto da vida.
Aprendemos que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.
E o que importa não é o que a vida contém, mas QUEM a vida contém.
E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprendemos que não temos que mudar de amigos se os amigos mudam, percebemos que podemos fazer qualquer coisa com o nosso melhor amigo, ou nada, e passar bons momentos juntos.
Descobrimos que as pessoas com quem mais nos importamos na vida nos são retiradas muito depressa; por isso, devemos sempre deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, porque pode ser a última vez que as vejamos.
Aprendemos que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos.
Começamos a aprender que não nos devemos comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser.
Descobrimos que se leva muito tempo para nos tornarmos a pessoa que queremos ser, e que o tempo é curto.
Aprendemos que não importa aonde já chegamos, mas para onde vamos; mas se não sabemos para onde vamos, qualquer lugar serve.
Aprendemos que, ou controlamos os nossos atos ou eles nos controlarão; que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, existem sempre dois lados.
Aprendemos que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências.
Aprendemos que paciência requer muita prática.
Descobrimos que algumas vezes, a pessoa que espera que o pisemos quando caímos, é uma das poucas que nos ajudam a levantar-nos.
Aprendemos que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que tivemos e o que aprendemos com elas, do que com quantos aniversários já celebramos.
Aprendemos que há mais dos nossos pais em nós do que supúnhamos.
Aprendemos que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são disparates... poucas coisas são tão humilhantes, e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprendemos que quando estamos com raiva temos o direito de estar com raiva, mas isso não nos dá o direito de sermos cruéis.
Descobrimos que só porque alguém não nos ama como gostaríamos, não significa que esse alguém não nos ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprendemos que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes temos de aprender a perdoar-nos a nós mesmos.
Aprendemos que com a mesma severidade com que julgamos, seremos em algum momento condenados.
Aprendemos que não importa em quantos pedaços o nosso coração foi partido, o mundo não pára para que seja concertado.
Aprendemos que o tempo não é algo que possa voltar para trás.
Portanto, plante o seu jardim e decore a sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores.
E, finalmente, aprendemos que realmente podemos suportar... que realmente somos fortes, e que podemos ir muito mais longe, depois de pensarmos que não podemos mais. E que realmente a vida tem valor e que nós temos valor diante da vida!

W. Shakespeare

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

PERSPECTIVA DE INTENSIFICAÇÃO DAS LUTAS DE CLASSES NA EUROPA E NO MUNDO


por Ivan Pinheiro
O Comitê Central do Partido Comunista Brasileiro (PCB) saúda os partidos comunistas presentes, homenageando o anfitrião, o Partido Comunista Grego, referência para todos os revolucionários e trabalhadores do mundo, com seu exemplo de luta sem tréguas contra o capital.

O aprofundamento da crise sistêmica do capitalismo coloca para o movimento comunista internacional um conjunto de complexos desafios.

Estamos diante de um estado de guerra permanente contra os trabalhadores, uma espécie de "guerra mundial", na qual o grande capital busca sair da crise colocando o ônus na conta dos trabalhadores. Esta é uma guerra diferente das anteriores, que tinham como centro disputas interimperialistas.

Apesar de persistirem contradições interburguesas e interimperialistas na atual conjuntura, as grandes potências (sobretudo os Estados Unidos e os países hegemônicos da União Européia) promovem hoje uma guerra de rapina contra todos os países periféricos, sobretudo aqueles que dispõem de riquezas naturais não renováveis e contra todos os trabalhadores do mundo.

A guerra é o principal recurso do capitalismo para tentar sair da crise: ativa a indústria bélica e ramos conexos, permite o saque das riquezas nacionais e a queima de capitais; os capitalistas ganham também com a indústria da reconstrução dos países destruídos.

Em meio à simultânea ocupação e destruição de diversos países nos últimos anos (Iraque, Afeganistão, Líbia), já começam a preparar as próximas agressões: a Síria e o Irã se destacam na atual fila. Todos os países vítimas são criteriosamente escolhidos segundo objetivos estratégicos hegemonistas.

Os métodos são sempre os mesmos: satanização, manipulação, estímulo ao sectarismo e a divisões entre nacionalidades, cooptações, criação ou supervalorização midiática de manifestações e rebeldias, atentados de falsa bandeira.

Daqui a algum tempo, poderemos estar diante de uma invasão de um país que, no dia de hoje, nos pareça improvável.

Na guerra permanente, pelo menos nesta fase, têm sido poupados os chamados países emergentes, sócios minoritários do imperialismo, que legitimam a política das grandes potências, compondo, como atores coadjuvantes, o chamado Grupo dos 20. Seus mandatários aparecem na fotografia que simboliza o consenso entre os parceiros, mas as grandes decisões são tomadas em fóruns reservados, de que nunca se tem notícia.

Estes países emergentes (os chamados BRICs) se têm beneficiado da crise, na medida em que ajudam a superá-la; em seguida, poderão ser as próximas vítimas tanto da crise como de agressões militares. Fazem o jogo de linha auxiliar do imperialismo, como na omissão vergonhosa em relação à invasão da Líbia. Só levantam a voz quando algum interesse nacional é ameaçado. Caso contrário, lavam as mãos.

Em nosso país, nunca os banqueiros, as empreiteiras, o agronegócio e os monopólios tiveram tanto lucro. A política econômica e a política externa do estado brasileiro estão a serviço do projeto de fazer do Brasil uma grande potência capitalista internacional, nos marcos do imperialismo. As empresas multinacionais de origem brasileira, alavancadas por financiamentos públicos, já dominam alguns mercados em outros países, notadamente na América Latina.

Já a guerra contra os trabalhadores independe da classificação do país. É levada a efeito nas grandes potências, nos países emergentes e nos periféricos.

Em meio a esta grave crise e sem a consolidação ainda de um importante pólo de resistência proletária, o capital realiza uma violenta ofensiva para retirar dos trabalhadores os poucos direitos que lhes restam. Para fazê-lo, tentam cada vez mais fascistizar as sociedades, criminalizar os movimentos políticos e sociais antagônicos à ordem. A correlação de forças ainda nos é desfavorável. Ainda sofremos o impacto da contra-revolução na União Soviética e da degeneração de muitos partidos ditos de esquerda e de setores do movimento sindical.

Analisando este quadro, o PCB tem feito algumas reflexões.
• A nosso juízo, não há mais espaço para ilusões reformistas. Aliás, os reformistas, mais do que nunca, são grandes inimigos da revolução socialista, pois iludem os trabalhadores e os desmobilizam, facilitando o trabalho do capital. Em cada país, as classes dominantes forjam um bipartidarismo – em verdade um monopartidarismo bicéfalo – em que as divergências, cada vez menores, se dão no campo da administração do capital. Como não conseguem gerenciar a crise, aqueles que fazem o papel de oposição de turno invariavelmente vencem as eleições seguintes. É o que chamam de "alternância de poder".
• Perdem sentido projetos nacional-desenvolvimentistas, não só porque é impossível desligar as economias capitalistas locais da esfera do imperialismo como também porque há cada vez menos contradições entre este e o núcleo hegemônico das chamadas burguesias nacionais.
• Cada vez também faz menos sentido a "escolha" de aliados no campo imperialista e mesmo entre seus coadjuvantes emergentes, como se houvesse imperialismo do "bem" e do "mal". A diferença é apenas na forma, não no conteúdo. Isto não significa subestimar as contradições que vicejam entre eles.
• Não podemos conciliar com ilusões de transição ao socialismo por vias fundamentalmente institucionais, através de maiorias parlamentares e de ocupação de espaços governamentais e estatais. O jogo da democracia burguesa é de cartas marcadas. A luta de massas, em todas as suas formas, adaptada às diferentes realidades locais, é e continuará sendo a única arma de que dispõe o proletariado.
• Por mais bem intencionados que sejam, correm risco de esgotamento político os processos de mudanças progressistas baseados em líderes populares carismáticos, se esses processos não avançarem na construção do duplo poder, na destruição gradual do estado burguês e na autodefesa popular e de massas.
Temos avaliado também que o atual modelo de encontros de partidos comunistas e operários, que vêm cumprindo importante papel de resistência, precisa se adaptar às complexas necessidades da conjuntura mundial, com suas perspectivas sombrias no curto prazo e suas possibilidades de acirramento da luta de classes, com a emergência das lutas operárias.

Pensamos que é preciso romper com o "encontrismo" em que, ao final dos eventos, nossos partidos decidem a sede do próximo encontro e se despedem até o ano seguinte, inclusive aqueles dos países da mesma região.

Para potencializar o protagonismo dos partidos comunistas e do proletariado no âmbito mundial, é necessária e urgente a constituição de uma coordenação política que, sem funcionar como uma nova internacional, tenha a tarefa de organizar campanhas mundiais e regionais de solidariedade, contribuir para o debate de idéias, socializar informações sobre as lutas dos povos.

Mas, para além da indispensável articulação dos comunistas, parece-nos importante a formação de uma frente mundial mais ampla, de caráter antiimperialista, onde cabem forças políticas e individualidades progressistas, que se identifiquem com as lutas em defesa da autodeterminação dos povos, da paz entre eles, da preservação do meio ambiente, das riquezas nacionais, dos direitos trabalhistas, sociais e políticos; contra as guerras imperialistas e a fascistização das sociedades. Em resumo, as lutas em defesa da humanidade.

Deixamos claro que o nosso Partido valoriza qualquer forma de luta. Não podemos cair no oportunismo de fazer vistas grossas ao direito dos povos à rebelião e à resistência armada. Em muitos casos, esta é a única forma de fazer frente à violência do capital e de superá-lo. Os povos só podem contar com sua própria força.

Neste marco, concluímos nossa intervenção saudando os povos que hoje enfrentam as mais duras batalhas. Saudamos os trabalhadores gregos e portugueses que já se levantam em greves nacionais e grandes jornadas e os demais trabalhadores da Europa, que enfrentam terríveis planos do capital para tentar superar a crise, hoje mais acentuada no continente europeu e que poderá agravar-se e espalhar-se para outros países e regiões.

Saudamos o povo palestino, em sua saga duradoura e dolorosa no enfrentamento ao sionismo que o sufoca e reprime, ocupa seu território, derruba suas casas, prende seus melhores filhos e impede seu direito a um Estado soberano.

Da mesma forma, saudamos os também sofridos povos do Iraque, do Afeganistão, da Líbia. Saudamos os povos do Egito, do Iêmen e de vários países árabes, em sua luta contra a tirania e a opressão.

Saudamos os sírios e iranianos, contra os quais já batem os tambores de guerra do imperialismo. Sua resistência pode barrar os planos do sinistro consórcio EUA/OTAN/Israel para o Oriente Médio, a África, a Ásia e o mundo em geral.

Chegando até nossa América Latina, saudamos nossa querida Cuba Socialista em sua luta contra o cruel bloqueio ianque. Saudamos nossos Cinco Heróis. Saudamos os processos de mudanças concretas na América do Sul (Venezuela, Bolívia e Equador), neste momento decisivo, uma encruzilhada entre o avanço dos processos ou sua derrota.

Saudamos o povo colombiano que, nas cidades e nas montanhas, resiste, através de variadas formas de luta, contra o estado terrorista de seu país, a grande base militar norte-americana na América Latina, um dos regimes mais sanguinários do mundo.

Concluímos nos associando à proposta de realização de nosso próximo encontro anual no Líbano, em pleno Oriente Médio, palco principal das guerras imperialistas neste período.

Desde já, reiteramos nossa proposta de criação de coordenações políticas internacionais e regionais dos Partidos Comunistas, tendo como princípio fundamental o internacionalismo proletário.

Atenas, 10 de dezembro de 2011
PCB – Partido Comunista Brasileiro