Li no blog do comunicador Adelson Pimenta, sua indignação pela fome de nossa população miserável, talvez isto lhe faça entender o porquê da minha simpatia por Cuba, onde a população não come filé, mas, come!
Aliais, a ONU calcula que, das mais de 6 mil milhões de pessoas que vivem no planeta atualmente, cerca de um bilhão sofrem de fome canina. Mas este número, que é apenas uma estimativa grosseira, deixa de fora os que sofrem de deficiências vitamínicas e nutrientes e de outros tipos de subnutrição, a chamada fome crônica. O número total de pessoas sem uma alimentação regular, que se alimentam mal ou têm deficiência de nutrientes fundamentais, está provavelmente mais perto dos 3 bilhões – quase metade da humanidade. A gravidade desta situação avalia-se facilmente pela estimativa das Nações Unidas, feita há mais de um ano, de que morrem diariamente cerca de 18 000 crianças em conseqüência, direta ou indireta, da fome (Associated Press, 18.Fevereiro, 2007).
A razão por que as pessoas têm fome raras vezes é a escassez de produção. Isto é fácil de constatar nos Estados Unidos onde, apesar de a produção de alimentos ser maior do que as necessidades da população, a fome constitui um problema significativo. Segundo o Departamento da Agricultura americano, em 2006 havia mais de 35 milhões de pessoas a viver em lares com problemas de alimentação, incluindo 13 milhões de crianças. Devido à falta de alimentos, os adultos que viviam em mais de 12 milhões de lares não conseguiam comer refeições equilibradas e em mais de 7 milhões de lares havia sempre alguém que tinha rações mais pequenas ou deixava de fazer refeições. Em cerca de 5 milhões de lares, as crianças não tinham o suficiente para comer de vez em quando altura durante o ano. E isto tudo na Meca do capitalismo.
Também nos países pobres não é raro existirem grandes quantidades de alimentos desperdiçados e mal distribuídos no meio de uma fome generalizada e persistente. Há alguns anos um artigo do New York Times dava uma notícia com o seguinte título "Na Índia os pobres morrem de fome enquanto os excedentes de trigo apodrecem" (2/Dezembro/2002). E um cabeçalho do Wall Street Journal dizia em 2004 "Fome no meio da abundância, um paradoxo na Índia: Boas colheitas e aumento da fome" (25/Junho/2004). No Brasil não é diferente.
Os homens têm uma "necessidade biológica" de comida – todos nós precisamos de comida, tal como precisamos de água e de ar, para poder viver. É um fato sistemático da sociedade capitalista que há muita gente impedida de satisfazer esta necessidade vital. É verdade que alguns países ricos, em especial os Europeus, ajudam a alimentar os pobres, mas ao mesmo tempo a própria forma como o capitalismo funciona cria obrigatoriamente uma camada mais baixa da sociedade em que normalmente faltam as coisas básicas para a existência humana. Nos Estados Unidos há diversas iniciativas governamentais – como senhas de alimentos e programas de refeições escolares – destinadas a alimentar os pobres, que vêm diminuindo desde antes de Bush. Em conseqüência, o financiamento para esses programas não chega para satisfazer as necessidades dos pobres, e há várias obras de caridade que travam uma batalha inglória para tentar diminuir a fome.
Portanto, meu caro amigo Adelson, somente o socialismo porá fim na fome humana.
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