terça-feira, 30 de novembro de 2010
A SOCIALDEMOCRACIA E MARX
Karl Marx tinha menos de 30 anos quando escreveu com Friedrich Engels o Manifesto Comunista, e com 60 anos, portanto com muito mais experiência quando escreveu a carta que Friedrich Engels publicou após sua morte com o título de “Crítica ao Programa de Gotha”. Esse programa estava sendo discutido pelas duas correntes políticas que depois se fundiriam para criar o Partido Socialdemocrata alemão, que até hoje está em plena atividade. Marx fez várias reflexões sobre o programa socialdemocrata, mas elas não foram levadas em conta pelos fundadores da socialdemocracia.
São 04 as observações que me despertam a atenção na crítica de Marx: Em primeiro lugar, ele dar muito menos ênfase ao caminho insurrecional (revolução) e muito mais ênfase ao caminho eleitoral para a implantação do socialismo do que, por exemplo, no Manifesto Comunista.
Em segundo lugar, ele prega a necessidade absoluta da liberdade de expressão e da liberdade de imprensa em todos os níveis. Aqui temos de levar em conta que, na época de Marx, a imprensa era muito mais crítica dos poderes vigentes do que é hoje em dia. Não sabemos se, hoje em dia, Marx defenderia a liberdade de expressão dos racistas, dos nazistas, como é permitida nos Estados Unidos, ou se a proibiria, pelo menos veladamente, como acontece no Brasil e na Alemanha de hoje.
Terceiro, Marx defende a necessidade absoluta da educação pública e gratuita para todos e principalmente para as crianças. Entretanto, se deve esclarecer que, para Marx, o “público” não se confunde com o “estatal”. Para ele, o caráter público da educação pública, e por extensão da saúde pública e da empresa pública, não se tratava de serviços proporcionados e administrados por órgãos estatais, e sim proporcionados e administrados por todos os membros do público, da sociedade em geral. Marx estava longe de imaginar que o socialismo iria, como acabou sendo no extinto socialismo real implantado pelos burocratas da URSS, regido por aparelhos, órgãos e empresas estatais sob a direção de corpos de elite de burocratas. Pelo contrário, achava é que toda a sociedade, composta por indivíduos livres e iguais, é que deveria ir assumindo as funções que vinham sendo executadas pelo Estado.
Do mesmo modo que Marx não pensou na possibilidade de, no processo eleitoral, a maioria da população não querer a implantação do socialismo, ou de essa maioria se voltar contra o socialismo após ele ter sido implantado, também não pensou na possibilidade de a maioria da população não se interessar pela administração da coisa pública, seja no socialismo, seja no capitalismo ou seja no regime que for. Aqui devemos lembrar que, para Friedrich Engels, a diminuição da jornada do trabalho implicaria mais intensa participação política por parte de cada trabalhador, que teria tempo cada vez maior para fazer política. No entanto, notamos que a grande maioria das pessoas prefere dedicar ao lazer, e não à atividade pública, a maior parte do seu tempo livre; talvez pelo prazer consumista implantado pelo capitalismo.
Em quarto lugar, finalmente, quando Marx fala em “ditadura do proletariado”, como fase transitória da passagem do capitalismo para o socialismo, ele não está se referindo a um regime autoritário, sim a um regime com plena liberdade de expressão e de organização, exatamente como acontece nos regimes capitalistas mais avançados, as chamadas democracias burguesas (países escandinavos), em que para Marx prevalece a “ditadura da burguesia”.
Podemos dizer que, nesta crítica efetuada por Marx, a “ditadura do proletariado” difere da “ditadura da burguesia” exatamente por ir progressivamente democratizando o controle de toda a sociedade sobre os órgãos e empresas estatais. Se isso é ou não uma utopia, é outra conversa. É importante discutir como os seres humanos poderiam viver melhor, contudo isso não deve eliminar a necessidade de verificar concretamente como as pessoas vivem e como gostariam de viver.
Para nós socialistas, o mais impressionante é que apenas o tempo equivalente três vidas de 45 anos até agora nos separa dessas cogitações tão atual de Karl Marx.
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Um comentário:
Ouvi de um prestador de serviço local, que em novembro dia 13, autoridades do Inea local esteve em uma casa de outra funcionária do Inea, para facilitar a autorização para reforma de casa pitoresca para grande mansão de seu irmão. Essa propriedade, onde o atual comprador Márcio já foi adquirida na Ilha do Jorge mesmo os compradores sabendo dos problemas e das facilidades oferecidas pelas mesmas quadrilhas a anos.
Repito pior que Cartas Marcadas.
Mas quem vai investigar, né?
O homem do povo?
Denuncia é de comer ou de beber?
Novo prato da burguesia?
Ou dever do cidadão?
Vão é querer ficar amigos desses pilantras.
Queimem os fracos.
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