terça-feira, 17 de agosto de 2010

ESCOLAS PARA O CRESCIMENTO DE NOSSA GENTE


Quem diria o Piauí, o segundo Estado mais miserável da nação, só perde do Maranhão, consegue uma reviravolta na educação e colocar 04 escolas no ranking das 25 melhores do país. Isto prova que Brizola e Darcy tinham razão quanto ao turno integral e a valorização do Magistério. Leiam a reportagem:

As quatro escolas da capital piauiense mais bem posicionadas no ranking do Enem são, em ordem, Instituto Dom Barreto (3º lugar), Instituto Antoine Lavoisier de Ensino (13º), Educandário Santa Maria Goretti (19º) e Colégio Lerote (26º). Apesar das 23 posições entre eles, apenas 27,54 pontos os separam nas notas dos alunos no Enem 2009.
O feito das escolas de Teresina só foi repetido pela capital paulista e superado pelo município do Rio de Janeiro, que possui oito escolas entre as 25 primeiras. Proporcionalmente, a conquista de Teresina chama mais a atenção. No Rio, 684 colégios públicos e privados oferecem o ensino médio. Em São Paulo, 1.239. Em Teresina, apenas 168.
A diferença é enorme quando comparada ao Rio ou a São Paulo. Na lista dos que ganharam notas no exame, no Rio de Janeiro, aparecem 444 nomes. Entre os melhores da cidade, a maioria é escola privada, mas há uma federal e uma estadual. Os oito melhores do Rio simbolizam 2% do total das escolas particulares com conceito. Em São Paulo, os quatro melhores do Enem (todos privados) representam 1,4% dos 279 colégios dessa rede com nota.
Cidades com o mesmo porte de Teresina – que possui cerca de 802 mil habitantes e 62 mil alunos no ensino médio – não alcançaram nível educacional parecido com o da capital piauiense ainda. Natal, capital com 806 mil habitantes não possui nenhuma escola entre as 100 melhores. São Bernardo do Campo, que possui 810 mil moradores, por exemplo, tampouco. As duas cidades ainda possuem menos estudantes na etapa: 43 mil e 37 mil.
Receitas nada secretas
O segredo das escolas de Teresina para obter tanto destaque é simples. Primeiro, elas investem em uma carga horária de estudos que impressiona. Das quatro escolas com mais destaque no Enem, em três a jornada diária de aulas supera sete horas. Na outra, é de seis horas e meia. A rotina semanal só termina aos sábados, com aulas regulares e simulados. E tanto esforço não se restringe aos alunos do 3º ano: já começam no ensino fundamental.
Para os alunos, a disputa por melhores notas é saudável. Segundo os estudantes, os colegas de outras escolas serão os concorrentes diretos na busca pelas vagas na universidade. E a disputa, até onde se tem notícia, se restringe ao universo intelectual. Grande parte dos professores dá aulas em mais de uma dessas mesmas escolas, inclusive.
Por fim, o sucesso das escolas de Teresina também pode ser explicado, segundo alunos, professores e diretores, pelo desejo de mudança dos estudantes. Primeiro, vontade de transformar a imagem que o Estado tem no País. “Acho que a gente se esforça também para dar mais visibilidade ao Piauí e mudar a visão que as pessoas têm daqui”, diz Felipe Adriano Bezerra, 17 anos, estudante do Instituto Lavoisier.
A segunda é a mudança física mesmo. Eles buscam as melhores instituições do País. Com a concorrência acirrada, estudam ainda mais. A vontade de sair do Piauí tem explicação. “Queremos buscar a melhor formação para depois podemos voltar e evoluir a condição do Estado”, pondera Marcus Vinícius Gonçalves, 17 anos, aluno do Lavoisier.

Um comentário:

Anônimo disse...

Meu caro, infelizmente estas escolas são todas PARTICULARES, a realidade das escolas públicas piauiense é com no resto do pais, falência, moral e material.
Estes institutos de educação da reportagem servem exatamente para formar a elite do estado um dos mais injustos do país!