segunda-feira, 31 de março de 2008
O AMIGO DA ONÇA
"Todo camburão tem um pouco de navio negreiro"
(Marcelo Yuka)
O Amigo da onça desta semana é o deputado estadual Alessandro Molon (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj. Molon não assinou o documento encabeçado por Marcelo Yuka e lançado em novembro do último ano contra as políticas de matança de pobre do governador Sérgio Cabral nas favelas do Rio de Janeiro. Nada menos que 200 pessoas e entidades firmaram o abaixo-assinado, entre desembargadores, juizes, músicos, professores, jornalistas, lideranças comunitárias e associações de classe; e provavelmente por esta razão o deputado "socialista" recebeu esta semana o apoio formal do Governador Sérginho Cabralzinho.
quinta-feira, 27 de março de 2008
LEI IGUAL AONDE
A política anacrônica do prefeito Fernando Jordão, de apadrinhamento, nepotismos, empreguismo e obras de fachada para enganar a população incauta, causa uma distorção na moral da população.
Às vezes fico a me perguntar, que tipo de sociedade estamos legando para nossos jovens e crianças? Já que o homem tido como honesto é visto como um “otário” que não aproveita as oportunidades de roubar o dinheiro público.
Sempre acreditei com os exemplos que meu pai me passou, que a moral se edifica com o bom exemplo, não com palavras vazias. É o exemplo a maior das tradições vivas. Exemplos estes, que possam ser seguidos pelas novas gerações.
A partir desta colocação há que, inicialmente, se questionar mais uma vez, que exemplo estamos passando aos nossos filhos, numa cidade onde prosperam as injustiças e as nulidades; onde a pobreza edêmica é festejada pelos políticos inescrupulosos.
É no oportunismo, no cinismo e no egoísmo da classe política de Angra, com raras exceções, CONCEIÇÃO RABHA é uma delas, que os canalhas corruptos fecham os olhos para favelas, para pobreza extrema, mendicância e ausência total de empregos, que acarretam a despersonalização do homem pela alienação na miséria, a retirada completa de qualquer sentimento de dignidade humana desses seres que nem ao menos sabem quem são seus algozes.
Estes sentimentos, vivenciado pelo povo angrense, são passados às novas gerações da forma mais cruel possível, através da falta de alimentação mínima, da violência doméstica, fruto da insatisfação pessoal de todos que residem em locais sem um mínimo de dignidade, sem esgoto, tratamento de água e escolas de qualidade.
Quando a população procura exemplos que possam seguir, nos homens públicos, nas autoridades, nas pessoas que teriam por obrigação maior o respeito à sociedade, a administração da coisa pública voltada ao bem estar da comunidade, encontram o quadro que todos estamos cansados de ver em Angra dos Reis: Cleptocratas que riem dos homens honestos, pois tem a certeza da impunidade.
E é justamente a impunidade, que faz nascer na moral dos jovens, a certeza de que também podem delinqüir, sem que nada lhes aconteça.
Mas, pobres jovens miseráveis telespectadores do “big brother”, se esquecem que nesse país miserável as leis, principalmente as criminais, são feitas para aplicação exatamente contra eles, marginalizados, excluídos, sem oportunidades.
Enquanto os políticos eleitos pela alienação dos jovens e dos incautos, ficam à salvo de qualquer reação da Justiça, protegidas por leis elaboradas especialmente para eles próprios, resguardados por poderosos advogados e no escudo indestrutível do poder econômico que, abre e fecha portas.
E ainda temos que conviver com a maior das mentiras burguesa, que a lei é igual para todos.
Infelizmente é e sempre será assim, enquanto Angra não tiver uma educação de qualidade, os ladrões do dinheiro público estarão agindo, com a negligência do poder Judiciário.
Às vezes fico a me perguntar, que tipo de sociedade estamos legando para nossos jovens e crianças? Já que o homem tido como honesto é visto como um “otário” que não aproveita as oportunidades de roubar o dinheiro público.
Sempre acreditei com os exemplos que meu pai me passou, que a moral se edifica com o bom exemplo, não com palavras vazias. É o exemplo a maior das tradições vivas. Exemplos estes, que possam ser seguidos pelas novas gerações.
A partir desta colocação há que, inicialmente, se questionar mais uma vez, que exemplo estamos passando aos nossos filhos, numa cidade onde prosperam as injustiças e as nulidades; onde a pobreza edêmica é festejada pelos políticos inescrupulosos.
É no oportunismo, no cinismo e no egoísmo da classe política de Angra, com raras exceções, CONCEIÇÃO RABHA é uma delas, que os canalhas corruptos fecham os olhos para favelas, para pobreza extrema, mendicância e ausência total de empregos, que acarretam a despersonalização do homem pela alienação na miséria, a retirada completa de qualquer sentimento de dignidade humana desses seres que nem ao menos sabem quem são seus algozes.
Estes sentimentos, vivenciado pelo povo angrense, são passados às novas gerações da forma mais cruel possível, através da falta de alimentação mínima, da violência doméstica, fruto da insatisfação pessoal de todos que residem em locais sem um mínimo de dignidade, sem esgoto, tratamento de água e escolas de qualidade.
Quando a população procura exemplos que possam seguir, nos homens públicos, nas autoridades, nas pessoas que teriam por obrigação maior o respeito à sociedade, a administração da coisa pública voltada ao bem estar da comunidade, encontram o quadro que todos estamos cansados de ver em Angra dos Reis: Cleptocratas que riem dos homens honestos, pois tem a certeza da impunidade.
E é justamente a impunidade, que faz nascer na moral dos jovens, a certeza de que também podem delinqüir, sem que nada lhes aconteça.
Mas, pobres jovens miseráveis telespectadores do “big brother”, se esquecem que nesse país miserável as leis, principalmente as criminais, são feitas para aplicação exatamente contra eles, marginalizados, excluídos, sem oportunidades.
Enquanto os políticos eleitos pela alienação dos jovens e dos incautos, ficam à salvo de qualquer reação da Justiça, protegidas por leis elaboradas especialmente para eles próprios, resguardados por poderosos advogados e no escudo indestrutível do poder econômico que, abre e fecha portas.
E ainda temos que conviver com a maior das mentiras burguesa, que a lei é igual para todos.
Infelizmente é e sempre será assim, enquanto Angra não tiver uma educação de qualidade, os ladrões do dinheiro público estarão agindo, com a negligência do poder Judiciário.
terça-feira, 25 de março de 2008
DARCY RIBEIRO, QUANTAS SAUDADES
Diante da calamidade pública em evidência no Brasil, lembrei-me de Darcy e retirei do seu livro ,O BRASIL COMO PROBLEMA, o texto abaixo.
"Fracassei em tudo o que tentei na vida.Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui.Tentei salvar os índios, não consegui.Tentei fazer uma universidade séria e fracassei.Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei.Mas os fracassos são minhas vitórias.Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu"
"Genocídio - estamos matando nosso povo
A situação Brasil é tão grave que só se pode caracterizar a política econômica vigente como genocida. Estão matando nosso povo.
Estão minando, carunchando a vida de milhões de brasileiros. Desnutrida, desfibrada , nossa gente acabará se tornando mentalmente deficiente para compreender seu próprio drama e fisicamente incapacitada para o trabalho no esforço de superação do atraso.
Vivemos um processo genocida. O digo com dor, mas com o senso de responsabilidade de um brasileiro sensível, ao drama de nosso povo. O digo, também, como antropólogo habituado a examinar os dramas humanos.
Vivemos, com efeito, um processo genocida que faz vítimas preferenciais entre as crianças, os velhos e as mulheres; entre os negros, os índios e os caboclos. Quantas crianças brasileiras morrem anualmente de fome, de inanição ou vitimadas por enfermidades baratas, facilmente curáveis? Estatísticas estrangeiras, cautelosas, falam de meio milhão. Estatísticas nacionais, menos cautas, contam mais ele oitocentas mil. Quantas serão essas crianças que poderiam viver, e morreram? Cada uma delas nasceu de uma mulher, foi amada, acariciada numa família, deu lugar a sonhos e planos, nos dias, nas horas, nas semanas, nos meses, nos breves anos de sua vida parca. Seguindo a tradição, muita mãe chorou resignada, achando que melhor fora que Deus levasse sua cria do que a deixar aqui nesse vale de lágrimas.
Sobre este drama tão brasileiro, se alça outro ainda maior. Impensável há uns poucos anos. Indizível. Refiro-me ao assassinato de crianças por aparatos parapoliciais. Uma vez, quando chegava do exílio, vendo a miséria que se estendeu sobre o País, multiplicando trombadinhas, previ, horrorizado, que acabaríamos por ter uma guerra das Forças Armadas contra os pivetes.
Essa guerra atroz está em curso. Não é ainda uma operação militar das Forças Armadas. Mas é já uma guerra cruenta contra a infância e a juventude pobres, travada por organizações paramilitares clandestinas. Consentidas pelo Governo. Ignoradas pela Justiça. Apoiadas por pequenos empresários assustados e por pessoas que se sentem inseguras, essas organizações crescem, aliciando combatentes, vale dizer, criminosos, para a triste tarefa de estancar a vida de milhares de crianças e jovens vistos como perigosos".
"Fracassei em tudo o que tentei na vida.Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui.Tentei salvar os índios, não consegui.Tentei fazer uma universidade séria e fracassei.Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei.Mas os fracassos são minhas vitórias.Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu"
"Genocídio - estamos matando nosso povo
A situação Brasil é tão grave que só se pode caracterizar a política econômica vigente como genocida. Estão matando nosso povo.
Estão minando, carunchando a vida de milhões de brasileiros. Desnutrida, desfibrada , nossa gente acabará se tornando mentalmente deficiente para compreender seu próprio drama e fisicamente incapacitada para o trabalho no esforço de superação do atraso.
Vivemos um processo genocida. O digo com dor, mas com o senso de responsabilidade de um brasileiro sensível, ao drama de nosso povo. O digo, também, como antropólogo habituado a examinar os dramas humanos.
Vivemos, com efeito, um processo genocida que faz vítimas preferenciais entre as crianças, os velhos e as mulheres; entre os negros, os índios e os caboclos. Quantas crianças brasileiras morrem anualmente de fome, de inanição ou vitimadas por enfermidades baratas, facilmente curáveis? Estatísticas estrangeiras, cautelosas, falam de meio milhão. Estatísticas nacionais, menos cautas, contam mais ele oitocentas mil. Quantas serão essas crianças que poderiam viver, e morreram? Cada uma delas nasceu de uma mulher, foi amada, acariciada numa família, deu lugar a sonhos e planos, nos dias, nas horas, nas semanas, nos meses, nos breves anos de sua vida parca. Seguindo a tradição, muita mãe chorou resignada, achando que melhor fora que Deus levasse sua cria do que a deixar aqui nesse vale de lágrimas.
Sobre este drama tão brasileiro, se alça outro ainda maior. Impensável há uns poucos anos. Indizível. Refiro-me ao assassinato de crianças por aparatos parapoliciais. Uma vez, quando chegava do exílio, vendo a miséria que se estendeu sobre o País, multiplicando trombadinhas, previ, horrorizado, que acabaríamos por ter uma guerra das Forças Armadas contra os pivetes.
Essa guerra atroz está em curso. Não é ainda uma operação militar das Forças Armadas. Mas é já uma guerra cruenta contra a infância e a juventude pobres, travada por organizações paramilitares clandestinas. Consentidas pelo Governo. Ignoradas pela Justiça. Apoiadas por pequenos empresários assustados e por pessoas que se sentem inseguras, essas organizações crescem, aliciando combatentes, vale dizer, criminosos, para a triste tarefa de estancar a vida de milhares de crianças e jovens vistos como perigosos".
segunda-feira, 17 de março de 2008
ESTAMOS MORRENDO
A epidemia de dengue, com graves sofrimentos para centenas de angrenses revelou, também, a falta de espírito público do Sr. Amilca Jordão, que foge aos seus deveres de Secretário de Saúde, que entre outros poderia protestar publicamente contra a retirada de seus poderes como secretário em favor da FUSAR (João Domigos, continua mandando) pelo prefeito FJ.
Não bastasse ter concordado ou silenciado com todos os cortes de verbas impostas à Secretaria de Saúde, agora dedica-se intensamente a sua candidatura ao Legislativo, deixando exposta a risco toda uma população pela desídia de sua secretaria.
Doutor Amilca, o senhor sempre foi um médico respeitado e honrado nesta cidade, portanto, não se omita diante de uma epidemia tão nociva a nossa saúde que poderá custar várias vidas.
O HAITI É AQUI
Papa Doc e Baby Doc
(ditadores cleptocratas e sanguinários do Haiti)
O povo angrense deve estar sentindo asco com o comportamento dos nossos políticos. Especialmente com alguns deles, que vem se apresentando sem nenhum pudor como os maiores cleptocratas da nossa história. E são os acontecimentos cotidianos que demonstram isto, que o interesse público, os direitos da população, os legítimos interesses da cidade pouco lhes importam nesse jogo de assaltos aos cofres públicos, de propaganda política ilícita, de empreguismo e de busca de Poder a qualquer preço.
Vejam os fatos que ocorrem em nossa cidade e verifiquem como isso é verdadeiro. Primeiro, observemos este indivíduo que ocupa a presidência do Legislativo, e que agora manda seus cães de guarda contra a opinião livre, ameaçando entra na justiça para tirar o meu direito de expressão e do comunicador Adelson Pimenta.
Tal atitude é no mínimo risível.
Que venham os touros!!!
Vejam os fatos que ocorrem em nossa cidade e verifiquem como isso é verdadeiro. Primeiro, observemos este indivíduo que ocupa a presidência do Legislativo, e que agora manda seus cães de guarda contra a opinião livre, ameaçando entra na justiça para tirar o meu direito de expressão e do comunicador Adelson Pimenta.
Tal atitude é no mínimo risível.
Que venham os touros!!!
sexta-feira, 14 de março de 2008
O AMIGO DA ONÇA
O Amigo da Onça desta semana é William Waack. O apresentador da TV Globo entrevistou a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice. O jornalista passou a entrevista toda levantando a bola para a secretária do império. E quando falava do presidente Hugo Chávez, não conseguia dissimular aquele sorriso cretino de quem acha que está abafando ao espinafrar um terceiro, e fazendo perguntas que eram verdadeiros ataques ao presidente venezuelano.
quinta-feira, 13 de março de 2008
O MEU MENINO JESUS
Certo dia um amigo jornalista me presenteou com um poema de FERNANDO PESSOA. Quando comecei a ler o poema imediatamente me veio à lembrança de minha infância e a pensar em João Cláudio meu menino, e lamentei com profundo pesar os milhões de crianças do Brasil que não compartilharam de nossa sorte de ter gozado a infância.
Cada vez que leio este poema, penso que seres como FERNANDO PESSOA existem para dar sentido a vida e justificar a essência humana.
(FERNANDOPESSOA)
Poemas deAlberto Caeiro
Num meio-dia de Primavera
Tive um sonho como uma fotografia.
Vi Jesus Cristo descer à terra.
Veio pela encosta de um monte
Tornado outra vez menino,
A correr e a rolar-se pela erva
E a arrancar flores para as deitar fora
E a rir de modo a ouvir-se longe.
Tinha fugido do céu.
Era nosso demais para fingir
De segunda pessoa da Trindade.
No céu tudo era falso, tudo em desacordo
Com flores e árvores e pedras.
No céu tinha que estar sempre sério
E de vez em quando de se tornar outra vez homem
E subir para a cruz, e estar sempre a morrer
Com uma coroa toda à roda de espinhos
E os pés espetados por um prego com cabeça,
E até com um trapo à roda da cintura
Como os pretos nas ilustrações.
Nem sequer o deixavam ter pai e mãe
Como as outras crianças.
O seu pai era duas pessoas
-Um velho chamado José, que era carpinteiro,
E que não era pai dele;
E o outro pai era uma pomba estúpida,
A única pomba feia do mundo
Porque nem era do mundo nem era pomba.
E a sua mãe não tinha amado antes de o ter.
Não era mulher: era uma mala
Em que ele tinha vindo do céu.
E queriam que ele, que só nascera da mãe,
E que nunca tivera pai para amar com respeito,
Pregasse a bondade e a justiça!
Um dia que Deus estava a dormir
E o Espirito Santo andava a voar,
Ele foi à caixa dos milagres e roubou três.
Com o primeiro fez com que ninguém soubesse que ele tinha fugido.
Com o segundo criou-se eternamente humano e menino.
Com o terceiro criou um Cristo eternamente na cruz
E deixou-o pregado na cruz que há no céu
E serve de modelo às outras.
Depois fugiu para o sol
E desceu no primeiro raio que apanhou.
Hoje vive na minha aldeia comigo.
É uma criança bonita de riso e natural.
Limpa o nariz ao braço direito,
Chapinha nas poças de água,
Colhe as flores e gosta delas e esquece-as.
Atira pedras aos burros,
Rouba a fruta dos pomares
E foge a chorar e a gritar dos cães.
E, porque sabe que elas não gostam
E porque toda a gente acha graça,
Corre atrás das raparigas
Que vão em ranchos pelas estradas
Com as bilhas às cabeças
E levanta-lhes as saias.
A mim ensinou-me tudo.
Ensinou-me a olhar para as coisas.
Aponta-me todas as coisas que há nas flores.
Mostra-me como as pedras são engraçadas
Quando agente as tem na mão
E olha devagar para elas.
Diz-me muito mal de Deus.
Diz que ele é um velho estúpido e doente,
Sempre a escarrar para o chão
E a dizer indecências.
A Virgem Maria leva as tardes da eternidade a fazer meia.
E o Espírito Santo coça-se com o bico
E empoleira-se nas cadeiras e suja-as.
Tudo no céu é estúpido como a Igreja Católica.
Diz-me que Deus não percebe nada
Das coisas que criou
-"Se é que ele as criou, do que duvido." -
"Ele diz por exemplo, que os seres cantam a sua glória,
Mas os seres não cantam nada.
Se cantassem seriam cantores.
Os seres existem e mais nada,
E por isso se chamam seres.
"E depois, cansado de dizer mal de Deus,
O Menino Jesus adormece nos meus braços
E eu levo-o ao colo para casa
Ele mora comigo na minha casa a meio do outeiro.
Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava.
Ele é humano que é natural.
Ele é o divino que sorri e que brinca.
E por isso é que eu sei com toda a certeza
Que ele é o Menino Jesus verdadeiro.
E a criança tão humana que é divina
É a minha quotidiana vida de poeta,
E é por que ele anda sempre comigo que eu sou poeta sempre.
E que o meu mínimo olhar
Me enche de sensação,
E o mais pequeno som, seja do que for,
Parece falar comigo.
A Criança Nova que habita onde vivo
Dá-me uma mão a mim
E outra a tudo que existe
E assim vamos os três pelo caminho que houver,
Saltando e cantando e rindo
E gozando o nosso segredo comum
Que é saber por toda a parte
Que não há mistério no mundo
E que tudo vale a pena.
A Criança Eterna acompanha-me sempre.
A direção do meu olhar é o seu dedo apontando.
O meu ouvido atento alegremente a todos os sons
São as cócegas que ele me faz, brincando, nas orelhas.
Damo-nos tão bem um com o outro
Na companhia de tudo
Que nunca pensamos um no outro,
Mas vivemos juntos e dois
Com um acordo íntimo
Como a mão direita e a esquerda.
Ao anoitecer brincamos as cinco pedrinhas
No degrau da porta de casa,
Graves como convém a um deus e a um poeta,
E como se cada pedra
Fosse todo o universo
E fosse por isso um grande perigo para ela
Deixá-la cair no chão.
Depois eu conto-lhe histórias das coisas só dos homens
E ele sorri porque tudo é incrível.
Ri dos reis e dos que não são reis,
E tem pena de ouvir falar das guerras,
E dos comércios, e dos navios
Que ficam fumo no ar dos altos mares.
Porque ele sabe que tudo isso falta àquela verdade
Que uma flor tem ao florescer
E que anda com a luz do Sol
A variar os montes e os vales
E a fazer doer aos olhos os muros caiados.
Depois ele adormece e eu deito-o.
Levo-o ao colo para dentro de casa
E deito-o, despindo lentamente
E como seguindo um ritual muito limpo
E todo materno até ele estar nu.
Ele dorme dentro da minha alma
E às vezes acorda de noite
E brinca com os meus sonhos.
Vira uns de pernas para o ar,
Põe uns em cima dos outros
E bate palmas sozinho
Sorrindo para o meu sono.
Quando eu morrer, filhinho,
Seja eu a criança, o mais pequeno.
Pega-me tu ao colo
E leva-me para dentro da tua casa.
Despe o meu ser cansado e humano
E deita-me na tua cama.
E conta-me histórias, caso eu acorde,
Para eu tornar a adormecer.
E dá-me sonhos teus para eu brincar
Até que nasça qualquer dia
Que tu sabes qual é.
Esta é a história do meu Menino Jesus.
Por que razão que se perceba
Não há de ser ela mais verdadeira
Que tudo quanto os filósofos pensam
E tudo quanto as religiões ensinam ?
Alberto Caeiro (fernando Pessoa)
Cada vez que leio este poema, penso que seres como FERNANDO PESSOA existem para dar sentido a vida e justificar a essência humana.
(FERNANDOPESSOA)
Poemas deAlberto Caeiro
Num meio-dia de Primavera
Tive um sonho como uma fotografia.
Vi Jesus Cristo descer à terra.
Veio pela encosta de um monte
Tornado outra vez menino,
A correr e a rolar-se pela erva
E a arrancar flores para as deitar fora
E a rir de modo a ouvir-se longe.
Tinha fugido do céu.
Era nosso demais para fingir
De segunda pessoa da Trindade.
No céu tudo era falso, tudo em desacordo
Com flores e árvores e pedras.
No céu tinha que estar sempre sério
E de vez em quando de se tornar outra vez homem
E subir para a cruz, e estar sempre a morrer
Com uma coroa toda à roda de espinhos
E os pés espetados por um prego com cabeça,
E até com um trapo à roda da cintura
Como os pretos nas ilustrações.
Nem sequer o deixavam ter pai e mãe
Como as outras crianças.
O seu pai era duas pessoas
-Um velho chamado José, que era carpinteiro,
E que não era pai dele;
E o outro pai era uma pomba estúpida,
A única pomba feia do mundo
Porque nem era do mundo nem era pomba.
E a sua mãe não tinha amado antes de o ter.
Não era mulher: era uma mala
Em que ele tinha vindo do céu.
E queriam que ele, que só nascera da mãe,
E que nunca tivera pai para amar com respeito,
Pregasse a bondade e a justiça!
Um dia que Deus estava a dormir
E o Espirito Santo andava a voar,
Ele foi à caixa dos milagres e roubou três.
Com o primeiro fez com que ninguém soubesse que ele tinha fugido.
Com o segundo criou-se eternamente humano e menino.
Com o terceiro criou um Cristo eternamente na cruz
E deixou-o pregado na cruz que há no céu
E serve de modelo às outras.
Depois fugiu para o sol
E desceu no primeiro raio que apanhou.
Hoje vive na minha aldeia comigo.
É uma criança bonita de riso e natural.
Limpa o nariz ao braço direito,
Chapinha nas poças de água,
Colhe as flores e gosta delas e esquece-as.
Atira pedras aos burros,
Rouba a fruta dos pomares
E foge a chorar e a gritar dos cães.
E, porque sabe que elas não gostam
E porque toda a gente acha graça,
Corre atrás das raparigas
Que vão em ranchos pelas estradas
Com as bilhas às cabeças
E levanta-lhes as saias.
A mim ensinou-me tudo.
Ensinou-me a olhar para as coisas.
Aponta-me todas as coisas que há nas flores.
Mostra-me como as pedras são engraçadas
Quando agente as tem na mão
E olha devagar para elas.
Diz-me muito mal de Deus.
Diz que ele é um velho estúpido e doente,
Sempre a escarrar para o chão
E a dizer indecências.
A Virgem Maria leva as tardes da eternidade a fazer meia.
E o Espírito Santo coça-se com o bico
E empoleira-se nas cadeiras e suja-as.
Tudo no céu é estúpido como a Igreja Católica.
Diz-me que Deus não percebe nada
Das coisas que criou
-"Se é que ele as criou, do que duvido." -
"Ele diz por exemplo, que os seres cantam a sua glória,
Mas os seres não cantam nada.
Se cantassem seriam cantores.
Os seres existem e mais nada,
E por isso se chamam seres.
"E depois, cansado de dizer mal de Deus,
O Menino Jesus adormece nos meus braços
E eu levo-o ao colo para casa
Ele mora comigo na minha casa a meio do outeiro.
Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava.
Ele é humano que é natural.
Ele é o divino que sorri e que brinca.
E por isso é que eu sei com toda a certeza
Que ele é o Menino Jesus verdadeiro.
E a criança tão humana que é divina
É a minha quotidiana vida de poeta,
E é por que ele anda sempre comigo que eu sou poeta sempre.
E que o meu mínimo olhar
Me enche de sensação,
E o mais pequeno som, seja do que for,
Parece falar comigo.
A Criança Nova que habita onde vivo
Dá-me uma mão a mim
E outra a tudo que existe
E assim vamos os três pelo caminho que houver,
Saltando e cantando e rindo
E gozando o nosso segredo comum
Que é saber por toda a parte
Que não há mistério no mundo
E que tudo vale a pena.
A Criança Eterna acompanha-me sempre.
A direção do meu olhar é o seu dedo apontando.
O meu ouvido atento alegremente a todos os sons
São as cócegas que ele me faz, brincando, nas orelhas.
Damo-nos tão bem um com o outro
Na companhia de tudo
Que nunca pensamos um no outro,
Mas vivemos juntos e dois
Com um acordo íntimo
Como a mão direita e a esquerda.
Ao anoitecer brincamos as cinco pedrinhas
No degrau da porta de casa,
Graves como convém a um deus e a um poeta,
E como se cada pedra
Fosse todo o universo
E fosse por isso um grande perigo para ela
Deixá-la cair no chão.
Depois eu conto-lhe histórias das coisas só dos homens
E ele sorri porque tudo é incrível.
Ri dos reis e dos que não são reis,
E tem pena de ouvir falar das guerras,
E dos comércios, e dos navios
Que ficam fumo no ar dos altos mares.
Porque ele sabe que tudo isso falta àquela verdade
Que uma flor tem ao florescer
E que anda com a luz do Sol
A variar os montes e os vales
E a fazer doer aos olhos os muros caiados.
Depois ele adormece e eu deito-o.
Levo-o ao colo para dentro de casa
E deito-o, despindo lentamente
E como seguindo um ritual muito limpo
E todo materno até ele estar nu.
Ele dorme dentro da minha alma
E às vezes acorda de noite
E brinca com os meus sonhos.
Vira uns de pernas para o ar,
Põe uns em cima dos outros
E bate palmas sozinho
Sorrindo para o meu sono.
Quando eu morrer, filhinho,
Seja eu a criança, o mais pequeno.
Pega-me tu ao colo
E leva-me para dentro da tua casa.
Despe o meu ser cansado e humano
E deita-me na tua cama.
E conta-me histórias, caso eu acorde,
Para eu tornar a adormecer.
E dá-me sonhos teus para eu brincar
Até que nasça qualquer dia
Que tu sabes qual é.
Esta é a história do meu Menino Jesus.
Por que razão que se perceba
Não há de ser ela mais verdadeira
Que tudo quanto os filósofos pensam
E tudo quanto as religiões ensinam ?
Alberto Caeiro (fernando Pessoa)
O PÃO É O INÍCIO DA FELICIDADE
O PÃO NOSSO
(PABLO NERUDA)
O PÃO DE CADA BOCA
NÃO TE IMPLORAREMOS
NÓS, OS HOMENS,
NÃO SOMOS MENDIGOS
DE VAGOS DEUSES
OU DE ANJOS OBSCUROS
DO MAR E DA TERRA
FAREMOS O PÃO,
PLANTAREMOS DE TRIGO
A TERRA E OS PLANETAS
O PÃO DE CADA BOCA
DE CADA HOMEM,
EM CADA DIA
CHEGARÁ PORQUE FOMOS
SEMEÁ-LO
E FAZÊ-LO,
NÃO PARA UM HOMEM, MAS
PARA TODOS
O PÃO, O PÃO
PARA TODOS OS POVOS
E COM ELE O QUE POSSUI
FORMA E SABOR DE PÃO
REPARTIREMOS:
A TERRA
A BELEZA,
O AMOR.
TEM SABOR DE PÃO
FORMA DE PÃO,
GERMINAÇÃO DE FARINHA,
TUDO
NASCEU PARA SER COMPARTILHADO
PARA SER ENTREGUE
PARA SE MULTIPLICAR
BOMBA TEMPERADA
terça-feira, 11 de março de 2008
MENTIRAS DA MÍDIA
"Uma mentira contada mil vezes, torna-se verdade".
(Joseph Goebbels - mentor intelectual de Hitler)
Foi assim: o exército colombiano, treinado e armado pela CIA (central de espionagem americana), invade o território soberano do Equador, executa 15 guerrilheiros das Farc enquanto dormiam e as agências de noticias que comandam a mídia ensinam que o canalha da história é o presidente da Venezuela.
Notem o detalhe: o repórter da TV Globo tem informado sobre o conflito das Farc com o governo colombiano de... Buenos Aires.
É lamentável como as noticias são manipuladas, para que o vilão vire mocinho, e o país invadido torne-se território maldito!
(Joseph Goebbels - mentor intelectual de Hitler)
Foi assim: o exército colombiano, treinado e armado pela CIA (central de espionagem americana), invade o território soberano do Equador, executa 15 guerrilheiros das Farc enquanto dormiam e as agências de noticias que comandam a mídia ensinam que o canalha da história é o presidente da Venezuela.
Notem o detalhe: o repórter da TV Globo tem informado sobre o conflito das Farc com o governo colombiano de... Buenos Aires.
É lamentável como as noticias são manipuladas, para que o vilão vire mocinho, e o país invadido torne-se território maldito!
sexta-feira, 7 de março de 2008
ORGULHO OU VERGONHA
“O único homem que não erra
é aquele que não faz nada.”
(Franklin Delano Roosevelt)
Sempre me senti orgulhoso de ser angrense, não só pelo seu belo cenário e sua natureza exuberante, mas sim, e principalmente, pelos seus filhos que ilustraram a história do Brasil.
Como posso deixar de ter orgulho de uma cidade que produziu rebentos como LOPES TROVÃO, médico e jornalista ativista republicano que lutou de peito aberto contra a tirania da escravatura e pela implantação da República, sem temer os seus inimigos poderosos nem o exílio que eles lhe impuseram, e que soube tão bem abrilhantar o seu nome no Senado Federal.
Como posso esquecer que Angra é terra natal e da infância de RAÚL POMPÉIA, considerado pelo Prêmio Nobel de literatura JOSÉ SARAMAGO, como o maior escritor da língua portuguesa, somente comparável à Leon tolstoy, Victo-Marie Hugo e Fiódo Dostoiévski.
Como posso esquecer-me do povo trabalhador de Angra, que apesar dos pesares, ainda acredita em uma cidade melhor, que lhe dê condições de trabalho, progresso e alegria.
Contudo, ando meio envergonhado de ser angrense. Outro dia almocei com um amigo e colega no centro da cidade do Rio de Janeiro, e, no meio da conversa, ele me disse que um promotor de justiça amigo seu lhe confidenciou que “nunca viu uma comarca com tantos ladrões do dinheiro público como a de Angra”.
Será que o destino de Angra é essa mediocridade em que vivemos, onde o homem honrado deixou de ser exemplo para os políticos?
é aquele que não faz nada.”
(Franklin Delano Roosevelt)
Sempre me senti orgulhoso de ser angrense, não só pelo seu belo cenário e sua natureza exuberante, mas sim, e principalmente, pelos seus filhos que ilustraram a história do Brasil.
Como posso deixar de ter orgulho de uma cidade que produziu rebentos como LOPES TROVÃO, médico e jornalista ativista republicano que lutou de peito aberto contra a tirania da escravatura e pela implantação da República, sem temer os seus inimigos poderosos nem o exílio que eles lhe impuseram, e que soube tão bem abrilhantar o seu nome no Senado Federal.
Como posso esquecer que Angra é terra natal e da infância de RAÚL POMPÉIA, considerado pelo Prêmio Nobel de literatura JOSÉ SARAMAGO, como o maior escritor da língua portuguesa, somente comparável à Leon tolstoy, Victo-Marie Hugo e Fiódo Dostoiévski.
Como posso esquecer-me do povo trabalhador de Angra, que apesar dos pesares, ainda acredita em uma cidade melhor, que lhe dê condições de trabalho, progresso e alegria.
Contudo, ando meio envergonhado de ser angrense. Outro dia almocei com um amigo e colega no centro da cidade do Rio de Janeiro, e, no meio da conversa, ele me disse que um promotor de justiça amigo seu lhe confidenciou que “nunca viu uma comarca com tantos ladrões do dinheiro público como a de Angra”.
Será que o destino de Angra é essa mediocridade em que vivemos, onde o homem honrado deixou de ser exemplo para os políticos?
DURA LEX SED LEX
“As leis são um freio para os crimes públicos;
a religião, para os crimes secretos.”
(RUI BARBOSA)
A Juíza Corregedora do TRE/RJ JACQUELINE LIMA MONTENEGRO determinou a todos os juízes eleitorais do Estado, que os candidatos ao próximo sufrágio de outubro terão que possuir vida social limpa e moral ilibada. Isso significa que os candidatos não poderão ter qualquer mácula em suas vidas sociais, nem mesmo execuções de dívidas por títulos judiciais ou extrajudiciais.
Finalmente, após vinte anos de nossa Carta Magna, os magistrados resolveram aplicar o artigo 37 da Constituição que traz estampado em seu conteúdo o princípio da moralidade para o exercício da administração pública.
Referido princípio já estava sendo aplicado como condição sine qua non para o ingresso de qualquer carreira do serviço público, seja de faxineiro ou de magistrado; tendo até agora como exceção, deste salutar princípio, os políticos.
Pelo andar da carruagem, vai faltar candidato para as próximas eleições em Angra dos Reis.
Se a determinação da Douta Magistrada Corregedora for cumprida à risca, o Legislativo Municipal terá uma renovação de cem por cento de seu quadro, pois segundo fontes não oficiais, somente CONCEIÇÃO RABHA teria moral ilibada para se candidatar a reeleição.
Não sou paladino da moral, porém, aprendi com meu pai que “não basta a mulher de César ser séria, ela tem que parecer séria”. E é essa máxima que a sociedade deseja e precisa que o nosso Judiciário imponha com o rigor da Lei.
Fico feliz quando vejo o Judiciário cumprir sua nobre tarefa republicana!
a religião, para os crimes secretos.”
(RUI BARBOSA)
A Juíza Corregedora do TRE/RJ JACQUELINE LIMA MONTENEGRO determinou a todos os juízes eleitorais do Estado, que os candidatos ao próximo sufrágio de outubro terão que possuir vida social limpa e moral ilibada. Isso significa que os candidatos não poderão ter qualquer mácula em suas vidas sociais, nem mesmo execuções de dívidas por títulos judiciais ou extrajudiciais.
Finalmente, após vinte anos de nossa Carta Magna, os magistrados resolveram aplicar o artigo 37 da Constituição que traz estampado em seu conteúdo o princípio da moralidade para o exercício da administração pública.
Referido princípio já estava sendo aplicado como condição sine qua non para o ingresso de qualquer carreira do serviço público, seja de faxineiro ou de magistrado; tendo até agora como exceção, deste salutar princípio, os políticos.
Pelo andar da carruagem, vai faltar candidato para as próximas eleições em Angra dos Reis.
Se a determinação da Douta Magistrada Corregedora for cumprida à risca, o Legislativo Municipal terá uma renovação de cem por cento de seu quadro, pois segundo fontes não oficiais, somente CONCEIÇÃO RABHA teria moral ilibada para se candidatar a reeleição.
Não sou paladino da moral, porém, aprendi com meu pai que “não basta a mulher de César ser séria, ela tem que parecer séria”. E é essa máxima que a sociedade deseja e precisa que o nosso Judiciário imponha com o rigor da Lei.
Fico feliz quando vejo o Judiciário cumprir sua nobre tarefa republicana!
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