sexta-feira, 27 de julho de 2012
SÓ PARA DESCONTRAIR
Entediado pela mesmice política, resolvi falar um pouquinho que seja das coisas boas da vida.
Desprezando as apelações dos meios de comunicação de massa, que apelam para o sexo vulgar e sem arte, selecionei frase geniais de famosos e anônimos a seguir, para o leitor se deliciar:
“A felicidade de um homem casado depende das mulheres com ela não se casou”.
“A única maneira de se livrar de uma tentação sexual é sucumbindo a ela”.
(Oscar Wilder, autor de O RETRATO DE DORIAN GREY)
“O casamento vem do amor, assim como o vinagre vem do vinho”.
(Lord Byron, escritor inglês)
“A maior delícia do brasileiro e conversar safadeza”.
(Gilberto Freire, autor de CASA GRANDE E SENZALA)
“ Maridos são ótimos amantes, principalmente quando estão traindo suas mulheres”.
(Marilyn Monroe, atriz e símbolo sexual dos anos 50)
“Não há marido pior do que o melhor dos homens”.
(William Shakespeare)
“Ladrões exigem a bolsa ou a vida. As mulheres exigem ambos”.
(Samuel Butler, escritor)
“ De todas as aberrações sexuais, a mais singular talvez seja a castidade”.
(Remy de Gourmont, escritor)
“Sexo só existem dois. Cuidado com as imitações”.
“Os ricos transam. Os pobres procriam”.
(Millôr Fernandes)
“O problema de todo corno é pensar que o outro agora sabe com o que ele se contentava”.
(Sergio Vaz, psicanalista)
“Assedio sexual só é crime quando o homem é feio ou pobre”.
“Mulher feia vale por duas, porque o marido sempre tem outra”.
(Lameiro de caminhão)
“Mulher burra só serve para transar”.
“Fidelidade é mais insossa do que rodízio de chuchu regado à água”.
(Eu)
“Adultério é a aplicação da democracia ao amor”.
(Henry L. Mencken, Escritor)
“Muitas mulheres suspeitam que seus maridos são os melhores amantes do mundo. Mas, nunca conseguem flagrá-los”.
(Herry Youngmam)
“Eu tenho pena de mulheres que passaram a vida inteira sem conhecer o prazer do sexo. É como se não tivessem vivido”.
(Zélia Gattai, escritora)
“O que eu quero?
Quero viver com tesão!
Pouquinha que seja
Tesão de beijar, de trepar, de viver.
Isso, só isso, eu quero: viver”.
(Darcy Ribeiro, escritor, senador, antropólogo, poeta, pedagogo, amante das mulheres e do povo brasileiro)
terça-feira, 17 de julho de 2012
O MEU MENINO JESUS
Num meio-dia de Primavera
Tive um sonho como uma fotografia.
Vi Jesus Cristo descer à terra.
Veio pela encosta de um monte
Tornado outra vez menino,
A correr e a rolar-se pela erva
E a arrancar flores para as deitar fora
E a rir de modo a ouvir-se longe.
Tinha fugido do céu.
Era nosso demais para fingir
De segunda pessoa da Trindade.
No céu tudo era falso, tudo em desacordo
Com flores e árvores e pedras.
No céu tinha que estar sempre sério
E de vez em quando de se tornar outra vez homem
E subir para a cruz, e estar sempre a morrer
Com uma coroa toda à roda de espinhos
E os pés espetados por um prego com cabeça,
E até com um trapo à roda da cintura
Como os pretos nas ilustrações.
Nem sequer o deixavam ter pai e mãe
Como as outras crianças.
O seu pai era duas pessoas -
Um velho chamado José, que era carpinteiro,
E que não era pai dele;
E o outro pai era uma pomba estúpida,
A única pomba feia do mundo
Porque nem era do mundo nem era pomba.
E a sua mãe não tinha amado antes de o ter.
Não era mulher: era uma mala
Em que ele tinha vindo do céu.
E queriam que ele, que só nascera da mãe,
E que nunca tivera pai para amar com respeito,
Pregasse a bondade e a justiça!
Um dia que Deus estava a dormir
E o Espirito Santo andava a voar,
Ele foi à caixa dos milagres e roubou três.
Com o primeiro fez com que ninguém soubesse que ele tinha fugido.
Com o segundo criou-se eternamente humano e menino.
Com o terceiro criou um Cristo eternamente na cruz
E deixou-o pregado na cruz que há no céu
E serve de modelo às outras.
Depois fugiu para o sol
E desceu no primeiro raio que apanhou.
Hoje vive na minha aldeia comigo.
É uma criança bonita de riso e natural.
Limpa o nariz ao braço direito,
Chapinha nas poças de água,
Colhe as flores e gosta delas e esquece-as.
Atira pedras aos burros,
Rouba a fruta dos pomares
E foge a chorar e a gritar dos cães.
E, porque sabe que elas não gostam
E porque toda a gente acha graça,
Corre atrás das raparigas
Que vão em ranchos pelas estradas
Com as bilhas às cabeças
E levanta-lhes as saias.
A mim ensinou-me tudo.
Ensinou-me a olhar para as coisas.
Aponta-me todas as coisas que há nas flores.
Mostra-me como as pedras são engraçadas
Quando agente as tem na mão
E olha devagar para elas.
Diz-me muito mal de Deus.
Diz que ele é um velho estúpido e doente,
Sempre a escarrar para o chão
E a dizer indecências.
A Virgem Maria leva as tardes da eternidade a fazer meia.
E o Espirito Santo coça-se com o bico
E empoleira-se nas cadeiras e suja-as.
Tudo no céu é estúpido como a Igreja Católica.
Diz-me que Deus não percebe nada
Das coisas que criou -
"Se é que ele as criou, do que duvido." -
"Ele diz por exemplo, que os seres cantam a sua glória,
Mas os seres não cantam nada.
Se cantassem seriam cantores.
Os seres existem e mais nada,
E por isso se chamam seres."
E depois, cansado de dizer mal de Deus,
O Menino Jesus adormece nos meus braços
E eu levo-o ao colo para casa.
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
Ele mora comigo na minha casa a meio do outeiro.
Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava.
Ele é humano que é natural.
Ele é o divino que sorri e que brinca.
E por isso é que eu sei com toda a certeza
Que ele é o Menino Jesus verdadeiro.
E a criança tão humana que é divina
É a minha quotidiana vida de poeta,
E é por que ele anda sempre comigo que eu sou poeta sempre.
E que o meu mínimo olhar
Me enche de sensação,
E o mais pequeno som, seja do que for,
Parece falar comigo.
A Criança Nova que habita onde vivo
Dá-me uma mão a mim
E outra a tudo que existe
E assim vamos os três pelo caminho que houver,
Saltando e cantando e rindo
E gozando o nosso segredo comum
Que é saber por toda a parte
Que não há mistério no mundo
E que tudo vale a pena.
A Criança Eterna acompanha-me sempre.
A direcção do meu olhar é o seu dedo apontando.
O meu ouvido atento alegremente a todos os sons
São as cócegas que ele me faz, brincando, nas orelhas.
Damo-nos tão bem um com o outro
Na companhia de tudo
Que nunca pensamos um no outro,
Mas vivemos juntos e dois
Com um acordo íntimo
Como a mão direita e a esquerda.
Ao anoitecer brincamos as cinco pedrinhas
No degrau da porta de casa,
Graves como convém a um deus e a um poeta,
E como se cada pedra
Fosse todo o universo
E fosse por isso um grande perigo para ela
Deixá-la cair no chão.
Depois eu conto-lhe histórias das coisas só dos homens
E ele sorri porque tudo é incrível.
Ri dos reis e dos que não são reis,
E tem pena de ouvir falar das guerras,
E dos comércios, e dos navios
Que ficam fumo no ar dos altos mares.
Porque ele sabe que tudo isso falta àquela verdade
Que uma flor tem ao florescer
E que anda com a luz do Sol
A variar os montes e os vales
E a fazer doer aos olhos os muros caiados.
Depois ele adormece e eu deito-o.
Levo-o ao colo para dentro de casa
E deito-o, despindo lentamente
E como seguindo um ritual muito limpo
E todo materno até ele estar nu.
Ele dorme dentro da minha alma
E às vezes acorda de noite
E brinca com os meus sonhos.
Vira uns de pernas para o ar,
Põe uns em cima dos outros
E bate palmas sozinho
Sorrindo para o meu sono.
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
Quando eu morrer, filhinho,
Seja eu a criança, o mais pequeno.
Pega-me tu ao colo
E leva-me para dentro da tua casa.
Despe o meu ser cansado e humano
E deita-me na tua cama.
E conta-me histórias, caso eu acorde,
Para eu tornar a adormecer.
E dá-me sonhos teus para eu brincar
Até que nasça qualquer dia
Que tu sabes qual é.
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
Esta é a história do meu Menino Jesus.
Por que razão que se perceba
Não há-de ser ela mais verdadeira
Que tudo quanto os filósofos pensam
E tudo quanto as religiões ensinam ?
Alberto Caeiro (Fernando Pessoa)
terça-feira, 3 de julho de 2012
VENEZUELA CONFIRMARÁ CHAVEZ NO PODER
Chávez disparado nas pesquisas
Em quatro ou cinco institutos de pesquisa de opinião, dos mais conceituados por aqui, Chávez ganha de Capriles com diferenças que variam de 17 a 35 pontos percentuais. Os chavistas argumentam contra a oposição: “Como há guerra de pesquisas, se nós estamos ganhando em todas?” Os caprilistas dizem que esses institutos são todos “chimbas” (falsos, fraudes). E apareceram ultimamente com um, chamado Consultores 21, cuja pesquisa apontou empate técnico entre os dois candidatos. Os chavistas dispararam na bucha: este sim é “chimba”. O CNE emitiu uma regulamentação tentando garantir um nível razoável de profissionalismo e credibilidade dos institutos.
A avaliação que parece mais sensata é que, eleitoralmente, a vitória do presidente está assegurada, a não ser que ocorra algo inesperado, de muito impacto. Daí os chavistas estarem o tempo todo advertindo contra alguma ação extremada/desesperada da direita.
3º. mandato – 5ª campanha pela presidência
Chávez está buscando sua segunda reeleição, o terceiro mandato. Mas, na verdade, é a sua quinta campanha presidencial:
1 – foi eleito em 1998;
2 – em 2000 foi confirmado com base na nova Constituição (aprovada pelo voto popular em dezembro/1999);
3 – em 2004 foi confirmado outra vez, porque a oposição conseguiu a realização de plebiscito revogatório, dispositivo contido na nova Constituição;
4 – reeleito em 2006 (mandato de seis anos, conforme a nova Constituição);
5 – agora tenta a 2ª. reeleição.
É um campeão de respaldo nas urnas, apesar de caluniado pela mídia como tirano. Segundo as contagens correntes por aqui, esta é a 17ª. eleição que enfrenta desde 1998, incluindo outras eleições, consultas, referendos, etc. Só perdeu uma (por diferença de menos de 1 ponto percentual), em 2007, quando tentou inserir na Constituição a opção pelo sistema socialista. E reconheceu, sem pestanejar, a derrota.
As eleições aqui são descasadas: em 2010 houve renovação da Assembleia Nacional (Congresso); em dezembro deste ano serão eleitos os governadores dos 23 estados; em março/2013 será a vez dos prefeitos.
TV Globovisión paga multa milionária
A Globovisión, o veículo mais eminente do chamado terrorismo midiático (os chavistas a chamam de Globoterror), pagou na semana passada uma multa de 9,4 milhões de bolívares (pouco mais de 2 milhões de dólares, pela cotação oficial). Há um ano ela tinha sido condenada pela Justiça numa ação de iniciativa da Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel), que a acusou de manipular informação e incitar a violência ao cobrir conflitos ocorridos numa prisão.
A direção da emissora recorreu e o processo vinha rolando. Mas na semana passada o Tribunal Supremo de Justiça, máxima instância judicial do país, ordenou o embargo de bens da empresa no valor de 24,4 milhões de bolívares se a multa não fosse paga de imediato. Os dirigentes da TV decidiram pagar.
Claro que a versão da emissora e dos diversos meios privados de comunicação foi se tratar de mais um ato de perseguição contra a liberdade de expressão do “tirânico” governo de Chávez. Esta versão é a que deve ter sido difundida pelo mundo afora.
Em quatro ou cinco institutos de pesquisa de opinião, dos mais conceituados por aqui, Chávez ganha de Capriles com diferenças que variam de 17 a 35 pontos percentuais. Os chavistas argumentam contra a oposição: “Como há guerra de pesquisas, se nós estamos ganhando em todas?” Os caprilistas dizem que esses institutos são todos “chimbas” (falsos, fraudes). E apareceram ultimamente com um, chamado Consultores 21, cuja pesquisa apontou empate técnico entre os dois candidatos. Os chavistas dispararam na bucha: este sim é “chimba”. O CNE emitiu uma regulamentação tentando garantir um nível razoável de profissionalismo e credibilidade dos institutos.
A avaliação que parece mais sensata é que, eleitoralmente, a vitória do presidente está assegurada, a não ser que ocorra algo inesperado, de muito impacto. Daí os chavistas estarem o tempo todo advertindo contra alguma ação extremada/desesperada da direita.
3º. mandato – 5ª campanha pela presidência
Chávez está buscando sua segunda reeleição, o terceiro mandato. Mas, na verdade, é a sua quinta campanha presidencial:
1 – foi eleito em 1998;
2 – em 2000 foi confirmado com base na nova Constituição (aprovada pelo voto popular em dezembro/1999);
3 – em 2004 foi confirmado outra vez, porque a oposição conseguiu a realização de plebiscito revogatório, dispositivo contido na nova Constituição;
4 – reeleito em 2006 (mandato de seis anos, conforme a nova Constituição);
5 – agora tenta a 2ª. reeleição.
É um campeão de respaldo nas urnas, apesar de caluniado pela mídia como tirano. Segundo as contagens correntes por aqui, esta é a 17ª. eleição que enfrenta desde 1998, incluindo outras eleições, consultas, referendos, etc. Só perdeu uma (por diferença de menos de 1 ponto percentual), em 2007, quando tentou inserir na Constituição a opção pelo sistema socialista. E reconheceu, sem pestanejar, a derrota.
As eleições aqui são descasadas: em 2010 houve renovação da Assembleia Nacional (Congresso); em dezembro deste ano serão eleitos os governadores dos 23 estados; em março/2013 será a vez dos prefeitos.
TV Globovisión paga multa milionária
A Globovisión, o veículo mais eminente do chamado terrorismo midiático (os chavistas a chamam de Globoterror), pagou na semana passada uma multa de 9,4 milhões de bolívares (pouco mais de 2 milhões de dólares, pela cotação oficial). Há um ano ela tinha sido condenada pela Justiça numa ação de iniciativa da Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel), que a acusou de manipular informação e incitar a violência ao cobrir conflitos ocorridos numa prisão.
A direção da emissora recorreu e o processo vinha rolando. Mas na semana passada o Tribunal Supremo de Justiça, máxima instância judicial do país, ordenou o embargo de bens da empresa no valor de 24,4 milhões de bolívares se a multa não fosse paga de imediato. Os dirigentes da TV decidiram pagar.
Claro que a versão da emissora e dos diversos meios privados de comunicação foi se tratar de mais um ato de perseguição contra a liberdade de expressão do “tirânico” governo de Chávez. Esta versão é a que deve ter sido difundida pelo mundo afora.
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