quinta-feira, 27 de maio de 2010

SER OU TER?


Tenho andado decepcionado diante da resignação das pessoas.
Diferentemente dos versos de Noel Rosa: a filosofia não me ajuda a ficar indiferente, ela aguça meu senso crítico atuando como um poderoso estimulante da minha consciência.
Apesar de conhecer o processo evolutivo do Capitalismo, tão bem explicado por Marx na sua obra O CAPITAL, não me conformo com o fetichismo do consumo. O Capitalismo envenenou a alma da humanidade de forma que as pessoas abandonaram o seu ser interior e toda sua capacidade criativa, para se transformar em meros consumidores, enaltecendo, como nunca antes na história da humanidade, o ter.
Leiam o magnífico texto de FÁTIMA AMORIM sobre o assunto.

GAIOLA DOURADA

“É horrível essa sensação de não estar vivendo,
De ser apenas um meio de produção
Utilizado pelo capitalista,
De forma que melhor lhe convém.

Não quero viver assim, preciso sonhar!
Mas para isso preciso aprender a ser livre
E não consigo andar sem muletas,
Não me ensinaram...

Estou só.
Sem a Religião que me prometeu me dar esperança;
Sem a Escola que prometeu me educar para a autonomia;
Sem o Estado que prometeu garantir meus direitos como cidadão;

E não cumpriram.

Tomaram a frente da história da humanidade
E transformaram a cultura em propriedade privada...
Escravizaram o ser humano
Na gaiola dourada do consumo,
Que realiza os sonhos que pensaram para você,
Que vendem para você.

Lhe dão posse, propriedade
Que criam raízes.
E tiram a sua liberdade.”

quarta-feira, 19 de maio de 2010

SINAL VERMELHO PARA CLEPTOCRACIA


A cleptocracia angrense está apavorada depois do inicio do julgamento do processo da “Escolhinha do Pedro Miguel” no TRE/RJ, em que o desembargador vogal Leonardo Pietro Antonelli pediu vista e prazo para decidir seu voto; após um empate entre os Desembargadores Relator e o Revisor.
O que ocorre é que o jurista Antonelli foi nomeado pelo Presidente Lula da Silva. Segundo advogados da área o jurista é uma pessoa de moral ilibada e com saber jurídico agigantado.
Vamos acompanhar de perto o desenrolar do processo na próxima segunda-feira.

terça-feira, 18 de maio de 2010

CASSAÇÃO DO BONECO DE VENTRÍLOQUO É POSSIVEL


O julgamento do processo da “Escolhinha do Pedro Miguel” foi suspenso por pedido de vista de um dos desembargadores que julgam o caso. Durante o julgamento o Desembargador Relator em parecer fraco e com pouco fundamento votou pela manutenção da sentença de primeira instância proferida pelo juiz Carlos Manoel; já o Desembargador Revisor em uma decisão de 60 laudas, demonstrado vasto conhecimento jurídico, votou pela cassação do prefeito BONECO DE VENTRÍLOQUO e de seu vice.
A continuação da sessão que definirá o futuro de Angra será na próxima segunda-feira, dia 24 de maio.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

NUNCA ESQUECER, NUNCA PERDOAR


Neste primeiro parágrafo da última carta escrita para seus pais quando se dirigia para a morte nas selvas bolivianas, CHE GUEVARA se compara ao próprio Don Quixote. Percebam que nas entre linhas ele tinha consciência de que seu êxito seria quase impossível, mas que sua luta revolucionária e seu sacrifício seriam os maiores legados que deixaria para os explorados.



“Uma vez mais sinto sob os calcanhares as costelas de Rocinante. Retorno para a estrada com o escudo no braço. Nada de especial mudou, exceto que estou mais cônscio, meu marxismo está mais arraigado e mais cristalizado. Creio na luta armada como única solução para os povos que lutam para se libertarem e sou coerente com minhas crenças. Muitos me chamarão de aventureiro, e o sou, mas de um tipo diferente, sou daqueles que colocam a vida em jogo para demonstrar as suas verdades.”

AOS MEUS INIMIGOS

As criaturas sombrias que rezam e comem hóstias aos domingos e odeiam quando estão fora dos templos; as pessoas amargas que não sabem o que é o bem querer, pois são teleguiadas pelo consumismo e a ganância: respondo com a poesia da maio poetiza da nossa terra.

"Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.


Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.


Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.


Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.
(Cecília Meireles)


É preciso não esquecer nada:
nem a torneira aberta nem o fogo aceso,
nem o sorriso para os infelizes
nem a oração de cada instante.


É preciso não esquecer de ver a nova borboleta
nem o céu de sempre.


O que é preciso é esquecer o nosso rosto,
o nosso nome, o som da nossa voz, o ritmo do nosso pulso.


O que é preciso esquecer é o dia carregado de atos,
a idéia de recompensa e de glória.


O que é preciso é ser como se já não fôssemos,
vigiados pelos próprios olhos
severos conosco, pois o resto não nos pertence."
(Cecília Meireles)