sexta-feira, 5 de março de 2010
FELIZ O HOMEM QUE SONHA COM A UTOPIA
Vai fazer 06 anos do desaparecimento de LEONEL DE MOURA BRIZOLA. Com certeza no século XX somente GETÚLIO VARGAS superou BRIZOLA em importância política para o povo brasileiro.
Ninguém foi mais perseguido e caluniado do que BRIZOLA na recente história do Brasil.
Reli recentemente a obra maior de MIGUEL DE CERVANTE, e fiquei impressionado pela atualidade do tema, pela ironia e pela delícia do texto. Todos terão um DOM QUIXOTE imaginário quando lerem a obra, eu tenho o meu, e se chama BRIZOLA.
DOM QUIXOTE foi o primeiro grande romance da idade moderna, foi DOM QUIXOTE que botou o homem no centro do universo. Com DOM QUIXOTE o homem expandiu seu pensamento na área das ciências humanas; que era restrito pela igreja em questões dogmáticas como: céu, inferno e resignação na vida terrestre.
Na problemática de CERVANTE: DOM QUIXOTE é um personagem que acredita nas suas missões medievais movido por sentimento de nobreza e destino divino, vivendo em um mundo dessacralizado onde o homem assume o controle do seu próprio destino. E o caráter pragmático terreno deste mundo é a toda hora mostrado pelo seu fiel escudeiro Sancho Pança.
O DOM QUIXOTE acabou assumindo a imagem do “quixotesco”, ou seja: o individuo que peleja de forma inútil por objetivos impossíveis, de quem luta por idéias inatingíveis.
Não por acaso comparo BRIZOLA com DOM QUIXOTE, na imagem de um homem humanista que como PROMETEUS rouba a centelha da fornalha de EFESTOS para entregar aos homens que sentiam frio, viviam na escuridão e comiam carne crua.
Da mesma forma BRIZOLA lutou para educar o povo brasileiro, “não há país desenvolvido sem gente desenvolvida”, e fracassou como QUIXOTE em suas missões; porém ambos acreditavam na utopia.
E para que serve a utopia? O escritor EDUARDO GALEANO diz: “se as utopias são inalcançáveis, se cada vez que caminhamos na sua direção, que nos aproximamos, ela se distancia um pouco mais, elas servem para isso: para nos indicar a direção na qual caminhar”. Foi isto, que aprendi com QUIXOTE e BRIZOLA, persegui a utopia sem temer ser chamado de “quixotesco”.
Valeu BRIZA!!!!
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