sábado, 27 de março de 2010

NOVAS ELEIÇÕES


A terra de Raul Pompéia, o maior escritor da língua portuguesa segundo o Premio Nobel de literatura Jose Saramago, poderá ter uma analfabeta funcional e fundamentalista religiosa como prefeita, e um comunista que acha que Antonio Gramsci é jogador de futebol do Roma como presidente da câmara de edis.
Segundo o Juiz Carlos Manuel, substituto da juíza Juliana Ferraz no eleitoral, caso aconteça uma provável cassação do Boneco de Ventríloquo a eleição seria anulada, tendo em vista que havia apenas dois candidatos e o vencedor teve mais de 50% dos votas validos não se levando em conta os votos nulos e em branco.
O parecer do nobre magistrado está contido na decisão onde ele nega a assistência de Conceição Rabha ao Ministério Publico no processo do Provetá, alegando que caso a eleição venha ser anulada Conceição não tem interesse no processo, já que ela se tornaria uma pessoa comum e não mais candidata.
Imaginem dois apedeutas inescrupulosos no comando da cidade.
Agora eu entendo o porquê de Raul Pompéia ter cometido suicídio: Algum anjo safado ou um demônio sádico lhe mostrou o futuro da sua cidade natal.

CHE, O ARGENTINO


Acabei de assistir o filme CHE, O ARGENTINO, achei a obra cinematográfica muito interessante. O fato que me chamou mais a atenção foi o começo da relação do Che com Alieda sua segunda mulher, o romance começo em plena guerra revolucionária nas selvas cubanas.
Alieda uma jovem universitária de família abastada, se alista nas colunas da guerrilha sob o comando de CHE e caba se apaixonando pelo seu comandante, que levou tempo para notar a paixão da moça e se envolver com a jovem guerrilheira. A partir daí, Alieda se mostra uma brava combatente e arrisca sua vida varias vezes para proteger seu amado comandante Che Guevara.
Vale à pena assistir o filme.

segunda-feira, 22 de março de 2010

SOMENTE NO CAMPO IDEOLÓGICO


Tive uma conversa particular com a nobre vereadora Lia; em tom amistoso aparamos nossas arestas.
A vereadora Lia, com sua grandeza intelectual, aceitou meus pedidos de desculpas pelo ataque ríspido que eu fiz a sua vereança e entendeu que nossas diferenças são somente no campo ideológico e não pessoal.
Diferentemente dos seus páreas apedeutas, Lia é uma pessoa preparada para vida pública portadora de nobreza e sapiência.
Valeu Lia! Mais uma vez peço-lhe desculpas pelas grosserias.

REAÇÃO DA DIREITA


A Extrema-direita começa a reagia contra meus ataques fundados nos desmandos e roubalheiras que ocorrem na nossa Angra dos Reis.
As armas dos reacionários são velhas conhecidas: calúnia, difamação, ameaça de morte, intimidação aos parentes mais próximos, propagandas mentirosas, etc.
Acontece que as ameaças de morte não me intimidam, “pois não sou filho de mãe solteira”, as calúnias terão que ser provadas e as mentiras não se sustentam.
Tenho convicção de que a reação será feroz contra minha pessoa e é justamente isso que eu espero, uma batalha no campo ideológico para que toda a população de Angra saiba quem são eles (os reacionários) e nós os progressistas de esquerda (socialista).
Que venham os touros!

quarta-feira, 17 de março de 2010

INSPIRANDO EM JEFFERSON PERES



“Nada incomoda mais um canalha que uma pessoa de bem. Fere a auto-estima de o canalha saber que há pessoas honestas."
(Jefferson Peres)


Num momento em que parece que Angra dos Reis está prostrada, vergada; num período em que a maioria da Câmara de Vereadores se dobraram à corrupção e ao banditismo, dói saber que nem sequer um dos edis levantou a voz para defender quem luta pelo povo angrense. Sem falsa modéstia sou um valente, um destemido que arrisca sua própria pele na luta e na defesa dos nobres interesses da população carente, que é diariamente explorada pela escória política de Angra dos Reis.

segunda-feira, 15 de março de 2010

P-SOL FARÁ SUA CONVENÇÃO


O P-SOL (Partido Socialismo e Liberdade) fará sua convenção municipal no próximo dia 20 de março para escolher seu diretório em Angra dos Reis e lança a pré-candidatura do nome a deputado estadual.
A convenção está marcada para sábado dia 20 de março as 09h30m no Colégio Estadual Artur Vargas (CEAV).
Os militantes e simpatizantes da Esquerda Socialista estão todos convidados, pelos afiliados do partido, para participar do evento que contará com a presença de dirigentes nacionais do P-SOL.

quarta-feira, 10 de março de 2010

QUEM É DE ESQUERDA?


O Hugo Chavez anunciou que no próximo 1º de maio de 2010 a jornada de trabalho na Venezuela passará de 8 horas diárias e 44 semanais para 6 horas diárias e 36 semanais para homens e 5 horas diárias, 30 horas semanais para as mulheres.
Com isso Chavez se firma como a grande liderança de esquerda da America Latina e, cumpre uma luta histórica travada pelos trabalhadores de todo planeta.
Enquanto isso no Brasil Lula e seus comandados do PT seguem a cartilha do neoliberalismo, se submetendo ao capital como verdadeiros lacaios dos banqueiros.

terça-feira, 9 de março de 2010

POVO ISLANDÊS DIZ NÃO AO NEOLIBERALISMO


Numa derrota esmagadora do neoliberalismo, 93% dos eleitores da Islândia disseram "Não" ao pagamento de prejuízos provocados pela falência de um banco privado. O referendo foi realizado no sábado, 6, e é o segundo da história do país. O povo islandês rejeitou assim as pressões impostas pelos governos britânico e holandês, bem como a atitude servil do seu governo e do seu parlamento que em Dezembro último assinaram um acordo comprometendo-se a pagar 3,9 mil milhões de euros aos credores do banco falido. Assim, a falência da ideologia neoliberal concretiza-se também no terreno prático. A pequena Islândia dá um exemplo a todos os países do mundo submetidos à extorsão. As vítimas da sanha do capital financeiro e imperialista começam a reagir.
Espero que a lição do povo islandês sirva de exemplo para o governo Lula, que insiste em manter os juros bancários na estratosfera em detrimento do capital produtivo

sexta-feira, 5 de março de 2010

FELIZ O HOMEM QUE SONHA COM A UTOPIA


Vai fazer 06 anos do desaparecimento de LEONEL DE MOURA BRIZOLA. Com certeza no século XX somente GETÚLIO VARGAS superou BRIZOLA em importância política para o povo brasileiro.
Ninguém foi mais perseguido e caluniado do que BRIZOLA na recente história do Brasil.
Reli recentemente a obra maior de MIGUEL DE CERVANTE, e fiquei impressionado pela atualidade do tema, pela ironia e pela delícia do texto. Todos terão um DOM QUIXOTE imaginário quando lerem a obra, eu tenho o meu, e se chama BRIZOLA.
DOM QUIXOTE foi o primeiro grande romance da idade moderna, foi DOM QUIXOTE que botou o homem no centro do universo. Com DOM QUIXOTE o homem expandiu seu pensamento na área das ciências humanas; que era restrito pela igreja em questões dogmáticas como: céu, inferno e resignação na vida terrestre.
Na problemática de CERVANTE: DOM QUIXOTE é um personagem que acredita nas suas missões medievais movido por sentimento de nobreza e destino divino, vivendo em um mundo dessacralizado onde o homem assume o controle do seu próprio destino. E o caráter pragmático terreno deste mundo é a toda hora mostrado pelo seu fiel escudeiro Sancho Pança.
O DOM QUIXOTE acabou assumindo a imagem do “quixotesco”, ou seja: o individuo que peleja de forma inútil por objetivos impossíveis, de quem luta por idéias inatingíveis.
Não por acaso comparo BRIZOLA com DOM QUIXOTE, na imagem de um homem humanista que como PROMETEUS rouba a centelha da fornalha de EFESTOS para entregar aos homens que sentiam frio, viviam na escuridão e comiam carne crua.
Da mesma forma BRIZOLA lutou para educar o povo brasileiro, “não há país desenvolvido sem gente desenvolvida”, e fracassou como QUIXOTE em suas missões; porém ambos acreditavam na utopia.
E para que serve a utopia? O escritor EDUARDO GALEANO diz: “se as utopias são inalcançáveis, se cada vez que caminhamos na sua direção, que nos aproximamos, ela se distancia um pouco mais, elas servem para isso: para nos indicar a direção na qual caminhar”. Foi isto, que aprendi com QUIXOTE e BRIZOLA, persegui a utopia sem temer ser chamado de “quixotesco”.
Valeu BRIZA!!!!

quinta-feira, 4 de março de 2010

RELEMBRANDO O POETA


Vinicius de Morais foi e é propagado pela mídia hegemônica como o poeta das relações amorosas de casais; não divulga a mídia gorda que o poeta era mais do que a alma sensível que cantou e declamou o amor entre homens e mulheres. Vinicius de Morais foi muito mais, foi um socialista por excelência, ninguém poderia sintetizar o humanismo de Karl Marx do que ele na poesia abaixo.

E o Diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe num momento de tempo todos os reinos do mundo. E disse-lhe o Diabo:
– Dar-te-ei todo este poder e a sua glória, porque a mim me foi entregue e dou-o a quem quero; portanto, se tu me adorares, tudo será teu.
E Jesus, respondendo, disse-lhe:
– Vai-te, Satanás; porque está escrito: adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele servirás.
Lucas, cap. V, vs. 5-8.

Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão.
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as casas
Que lhe brotavam da mão.
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:
Não sabia, por exemplo
Que a casa de um homem é um templo
Um templo sem religião
Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.
De fato, como podia
Um operário em construção
Compreender por que um tijolo
Valia mais do que um pão?
Tijolos ele empilhava
Com pá, cimento e esquadria
Quanto ao pão, ele o comia...
Mas fosse comer tijolo!
E assim o operário ia
Com suor e com cimento
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento
Além uma igreja, à frente
Um quartel e uma prisão:
Prisão de que sofreria
Não fosse, eventualmente
Um operário em construção.
Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.
De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma súbita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
– Garrafa, prato, facão –
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário,
Um operário em construção.
Olhou em torno: gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia
Era ele quem o fazia
Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.
Ah, homens de pensamento
Não sabereis nunca o quanto
Aquele humilde operário
Soube naquele momento!
Naquela casa vazia
Que ele mesmo levantara
Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava.
O operário emocionado
Olhou sua própria mão
Sua rude mão de operário
De operário em construção
E olhando bem para ela
Teve um segundo a impressão
De que não havia no mundo
Coisa que fosse mais bela.
Foi dentro da compreensão
Desse instante solitário
Que, tal sua construção
Cresceu também o operário.
Cresceu em alto e profundo
Em largo e no coração
E como tudo que cresce
Ele não cresceu em vão
Pois além do que sabia
– Exercer a profissão –
O operário adquiriu
Uma nova dimensão:
A dimensão da poesia.
E um fato novo se viu
Que a todos admirava:
O que o operário dizia
Outro operário escutava.
E foi assim que o operário
Do edifício em construção
Que sempre dizia sim
Começou a dizer não.
E aprendeu a notar coisas
A que não dava atenção:
Notou que sua marmita
Era o prato do patrão
Que sua cerveja preta
Era o uísque do patrão
Que seu macacão de zuarte
Era o terno do patrão
Que o casebre onde morava
Era a mansão do patrão
Que seus dois pés andarilhos
Eram as rodas do patrão
Que a dureza do seu dia
Era a noite do patrão
Que sua imensa fadiga
Era amiga do patrão.
E o operário disse: Não!
E o operário fez-se forte
Na sua resolução.
Como era de se esperar
As bocas da delação
Começaram a dizer coisas
Aos ouvidos do patrão.
Mas o patrão não queria
Nenhuma preocupação
– "Convençam-no" do contrário –
Disse ele sobre o operário
E ao dizer isso sorria.
Dia seguinte, o operário
Ao sair da construção
Viu-se súbito cercado
Dos homens da delação
E sofreu, por destinado
Sua primeira agressão.
Teve seu rosto cuspido
Teve seu braço quebrado
Mas quando foi perguntado
O operário disse: Não!
Em vão sofrera o operário
Sua primeira agressão
Muitas outras se seguiram
Muitas outras seguirão.
Porém, por imprescindível
Ao edifício em construção
Seu trabalho prosseguia
E todo o seu sofrimento
Misturava-se ao cimento
Da construção que crescia.
Sentindo que a violência
Não dobraria o operário
Um dia tentou o patrão
Dobrá-lo de modo vário.
De sorte que o foi levando
Ao alto da construção
E num momento de tempo
Mostrou-lhe toda a região
E apontando-a ao operário
Fez-lhe esta declaração:
– Dar-te-ei todo esse poder
E a sua satisfação
Porque a mim me foi entregue
E dou-o a quem bem quiser.
Dou-te tempo de lazer
Dou-te tempo de mulher.
Portanto, tudo o que vês
Será teu se me adorares
E, ainda mais, se abandonares
O que te faz dizer não.
Disse, e fitou o operário
Que olhava e que refletia
Mas o que via o operário
O patrão nunca veria.
O operário via as casas
E dentro das estruturas
Via coisas, objetos
Produtos, manufaturas.
Via tudo o que fazia
O lucro do seu patrão
E em cada coisa que via
Misteriosamente havia
A marca de sua mão.
E o operário disse: Não!
– Loucura! – gritou o patrão
Não vês o que te dou eu?
– Mentira! – disse o operário
Não podes dar-me o que é meu.
E um grande silêncio fez-se
Dentro do seu coração
Um silêncio de martírios
Um silêncio de prisão.
Um silêncio povoado
De pedidos de perdão
Um silêncio apavorado
Com o medo em solidão.
Um silêncio de torturas
E gritos de maldição
Um silêncio de fraturas
A se arrastarem no chão.
E o operário ouviu a voz
De todos os seus irmãos
Os seus irmãos que morreram
Por outros que viverão.
Uma esperança sincera
Cresceu no seu coração
E dentro da tarde mansa
Agigantou-se a razão
De um homem pobre e esquecido
Razão porém que fizera
Em operário construído
O operário em construção.