quarta-feira, 8 de abril de 2009

CORRUPÇÃO E MENTIRAS


Quantas mentiras, quanta corrupção! Quantos muros separando classes sociais, quantos castelos, quanta intolerância! Trabalhadores politizados, historiadores, políticos isentos e outros cidadãos de nossa pátria, estão de cabelos em pé! Sentem um “odor specificus” de desmoralização das autoridades.
O odor de intolerância religiosa da “Universal do Edir”, e, também da Igreja Católica chega ao nariz dos brasileiros com o caso do Bispo que ainda vive na Idade Média e excomunga os médicos infiéis e absolve os criminosos. A religião cristã, assim como todas as outras, já dizia BAKUNIN: “[...] ao criar seu Deus, elas proclamaram a decadência de todos os homens, dos quais só admiram a solidariedade no pecado; e ao afirmar o princípio da salvação exclusivamente individual, renegaram e destruíram, na medida de sua força para fazê-lo, a coletividade humana, isto é, o próprio princípio da humanidade”. Consequentemente, a maioria continua repetindo intelectualmente: Credo quia absurdum est.
Enquanto isso nas favelas do Brasil, o trabalhador chega à sua mísera moradia, como descreveu DOSTOIÉVSKI: uma “... gaiola minúscula, de uns seis passos de comprimento, do aspecto mais deplorável, com um papel de parede já amarelado, empoeirado e todo descolado, e tão baixa que um homem um pouquinho alto que fosse ficaria horrorizado ...”. Mais a maior contradição é que a Igreja preconiza que ser pobre não é defeito, inclusive, ficaria mais fácil subir aos céus; todavia, pobreza não é defeito, mas, DOSTOIÉVSKI preconiza novamente: “... a miséria, meu caro Senhor, a miséria é defeito. Na pobreza o senhor ainda preserva a nobreza dos sentimentos inatos, já na miséria ninguém o consegue, e nunca. Por estar na miséria um indivíduo não é nem expulso a pauladas, mas varrido do convívio humano a vassouradas para que a coisa seja mais ofensiva ...”.
Sinto-me pequeno materialmente vivendo em uma Angra dos Reis onde a corrupção e a mentira triunfam, e, ao mesmo tempo sinto-me agigantado em meu espírito ao saber que tudo que faço e prego é a manifestação mais essencial da existência humana; pois como disse nosso poeta maior: “tudo vale a pena quando a alma não é pequena”.
Haverá o dia que as leis prevalecerão, e a cadeia não será apenas para os miseráveis, porque estes serão seus aplicadores. Ou, a história é mentirosa.

Um comentário:

resistência disse...

Para o comentário do lorpa que me comparou ao príncipe MICHKIN, do romance “O IDIOTA” de DOSTOIÉVSKI; saiba que sem querer você me fez um elogio.
Se você tivesse lido o romance do grande novelista russo, saberia que os que classificavam o príncipe MICHKIN como um lorpa, nem suspeitaram que, apesar de ser conotado como um pateta, um idiota debaixo do olhar de todas as pessoas, o príncipe era capaz de ser tão esperto quantos os mais espertos, e era detentor de uma mente superior, possuindo um dom intuitivo, praticamente profético, capaz de deslindar a essência do espírito sob os rostos de quem o rodeia, o fundo das pessoas, ou seja, a verdadeira índole de cada um e avaliar na perfeição os seus atributos.
Aceite um conselho: não faça comentários de assuntos que não domina meu caro.