sábado, 26 de setembro de 2009

HABEMUS PROCURADOR


A Procuradoria da Justiça do TER/RJ deu parecer pela denegação da segurança no processo que suspendeu a ação de cassação do BONECO DE VENTRÍLOQUO do transporte ilegal de eleitores no Provetá.
Isso significa que: Se os desembargadores que vão julgar o mandado de segurança forem honestos como o louvável procurador, o processo deverá ser julgado pela impávida juíza Juliana Bessa Ferraz, aquela que decretou a prisão de todos os ladrões do dinheiro público no processo “CARTAS MARCADAS”.
Como eu disse antes: “temos um procurador” honesto e diligente.

"VIVO, SOU MILITANTE. POR ISSO ODEIO OS QUEM NÃO TOMA PARTIDO,ODEIO OS INDIFERENTES "

Estive conversando com meu amigo Zé dos Remédios, sem falsa modéstia um dos poucos que tenho prazer em exercitar minha intelectualidade, e nos lembramos de GRAMSCI. Por sinistra coincidência a “Chapa 2” de oposição do SINSPMAR foi derrotada pelos “indiferentes”.
Como ANTONIO GRAMSCI: Odeio os indiferentes, prefiro os reacionários a eles!



Os Indiferentes
Antonio Gramsci
11 de Fevereiro de 1917
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Odeio os indiferentes. Como Friederich Hebbel acredito que "viver significa tomar partido". Não podem existir os apenas homens, estranhos à cidade. Quem verdadeiramente vive não pode deixar de ser cidadão, e partidário. Indiferença é abulia, parasitismo, covardia, não é vida. Por isso odeio os indiferentes.

A indiferença é o peso morto da história. É a bala de chumbo para o inovador, é a matéria inerte em que se afogam freqüentemente os entusiasmos mais esplendorosos, é o fosso que circunda a velha cidade e a defende melhor do que as mais sólidas muralhas, melhor do que o peito dos seus guerreiros, porque engole nos seus sorvedouros de lama os assaltantes, os dizima e desencoraja e às vezes, os leva a desistir de gesta heróica.

A indiferença atua poderosamente na história. Atua passivamente, mas atua. É a fatalidade; e aquilo com que não se pode contar; é aquilo que confunde os programas, que destrói os planos mesmo os mais bem construídos; é a matéria bruta que se revolta contra a inteligência e a sufoca. O que acontece, o mal que se abate sobre todos, o possível bem que um ato heróico (de valor universal) pode gerar, não se fica a dever tanto à iniciativa dos poucos que atuam quanto à indiferença, ao absentismo dos outros que são muitos. O que acontece, não acontece tanto porque alguns querem que aconteça quanto porque a massa dos homens abdica da sua vontade, deixa fazer, deixa enrolar os nós que, depois, só a espada pode desfazer, deixa promulgar leis que depois só a revolta fará anular, deixa subir ao poder homens que, depois, só uma sublevação poderá derrubar. A fatalidade, que parece dominar a história, não é mais do que a aparência ilusória desta indiferença, deste absentismo. Há fatos que amadurecem na sombra, porque poucas mãos, sem qualquer controle a vigiá-las, tecem a teia da vida coletiva, e a massa não sabe, porque não se preocupa com isso. Os destinos de uma época são manipulados de acordo com visões limitadas e com fins imediatos, de acordo com ambições e paixões pessoais de pequenos grupos ativos, e a massa dos homens não se preocupa com isso. Mas os fatos que amadureceram vêm à superfície; o tecido feito na sombra chega ao seu fim, e então parece ser a fatalidade a arrastar tudo e todos, parece que a história não é mais do que um gigantesco fenômeno natural, uma erupção, um terremoto, de que são todos vítimas, o que quis e o que não quis, quem sabia e quem não sabia, quem se mostrou ativo e quem foi indiferente. Estes então zangam-se, queriam eximir-se às conseqüências, quereriam que se visse que não deram o seu aval, que não são responsáveis. Alguns choramingam piedosamente, outros blasfemam obscenamente, mas nenhum ou poucos põem esta questão: se eu tivesse também cumprido o meu dever, se tivesse procurado fazer valer a minha vontade, o meu parecer, teria sucedido o que sucedeu? Mas nenhum ou poucos atribuem à sua indiferença, ao seu cepticismo, ao fato de não ter dado o seu braço e a sua atividade àqueles grupos de cidadãos que, precisamente para evitarem esse mal combatiam (com o propósito) de procurar o tal bem (que) pretendiam.

A maior parte deles, porém, perante fatos consumados prefere falar de insucessos ideais, de programas definitivamente desmoronados e de outras brincadeiras semelhantes. Recomeçam assim a falta de qualquer responsabilidade. E não por não verem claramente as coisas, e, por vezes, não serem capazes de perspectivar excelentes soluções para os problemas mais urgentes, ou para aqueles que, embora requerendo uma ampla preparação e tempo, são todavia igualmente urgentes. Mas essas soluções são belissimamente infecundas; mas esse contributo para a vida coletiva não é animado por qualquer luz moral; é produto da curiosidade intelectual, não do pungente sentido de uma responsabilidade histórica que quer que todos sejam ativos na vida, que não admite agnosticismos e indiferenças de nenhum gênero.

Odeio os indiferentes também, porque me provocam tédio as suas lamúrias de eternos inocentes. Peço contas a todos eles pela maneira como cumpriram a tarefa que a vida lhes impôs e impõe quotidianamente, do que fizeram e sobretudo do que não fizeram. E sinto que posso ser inexorável, que não devo desperdiçar a minha compaixão, que não posso repartir com eles as minhas lágrimas. Sou militante, estou vivo, sinto nas consciências viris dos que estão comigo pulsar a atividade da cidade futura que estamos a construir. Nessa cidade, a cadeia social não pesará sobre um número reduzido, qualquer coisa que aconteça nela não será devido ao acaso, à fatalidade, mas sim à inteligência dos cidadãos. Ninguém estará à janela a olhar enquanto um pequeno grupo se sacrifica, se imola no sacrifício. E não haverá quem esteja à janela emboscado, e que pretenda usufruir do pouco bem que a atividade de um pequeno grupo tenta realizar e afogue a sua desilusão vituperando o sacrificado, porque não conseguiu o seu intento.

Vivo, sou militante. Por isso odeio quem não toma partido, odeio os indiferentes.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

CHÁVEZ E BRIZOLA NETO


O Deputado Brizola Neto conhece bem a história do Brasil e da América Latina, afinal seu tutor intelectual é nada menos que Gilberto Felisberto. Sabe bem que, nos anos 60/70, quem dizia que a ditadura militar brasileira tinha apoio da CIA era chamado de "paranóico ou comunista". Até o dia que os arquivos da CIA foram abertos e tudo se comprovou: a CIA ajudou a derrubar Jango (seu tio-avô) no Brasil, Allende no Chile, além de assassinar dezenas de lideres na América Latina.
Essas marchas agora, contra Chavez, têm toda cara de uma campanha bem organizada pela direita. Com dedo da CIA. "O Globo" não podia ficar de fora. Está no DNA da família Marinho.
Brizola Neto, apesar da preocupação com o avanço da direita na mídia, sustenta uma tese interessante: "a reação da direita contra ele só faz com que Chávez seja cada vez mais conhecido popularmente, o que não aconteceria se ele fosse tratado com equilíbrio. Em matéria de marketing, a direita selvagem é a melhor garota-propaganda de Hugo Chávez."
Brizola Neto não é tão alienado como eu prego, mas, convenhamos: apoiar o ETERNO na nossa cidade foi um tiro no pé; e o apoio incondicional ao ministro LUPI não é característica de quem é descendente de Brizola, o verdadeiro.